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Por Flávio G. Souza

A blasfêmia contra o Espírito Santo é o único pecado sem perdão descrito na Bíblia, e mesmo com o avanço do ensino teológico através da internet, ainda permanecem dúvidas sobre como ele é cometido, mas por meio deste estudo espero explicar com clareza o tema.

Muitos líderes neopentecostais quando são questionados de suas práticas, adoram se utilizar do famoso jargão: "Cuidado para você não blasfemar contra o Espírito Santo", e coisas do tipo.

As pessoas que não entendem muito do assunto acabam acreditando nisso por medo de blasfemarem contra o Espírito Santo, mas a luz das Sagradas Escrituras como se comete este pecado? Descarte tudo que se assemelha a esse questionamento tolo, pois o culto a Deus deve ser racional (Rm 12.1-2) e com ordem e decência (1 Co 14.40). Questionar se determinados movimentos são de Deus, não leva ninguém a cometer esse pecado, pois somos orientados pela Palavra de Deus a examinar os espíritos (Cf. 1 Jo 4.1).

1. O Contexto da Blasfêmia contra o Espírito Santo
(Cp. Mt 12.22-32; Mc 3.20-30; Lc 11.14-15)

A blasfêmia contra o Espírito Santo aparece nos três evangelhos sinóticos, Mateus relata os fariseus e saduceus acusando Jesus de expulsar demônios pelo poder de Belzebu. Marcos relata que a família de Jesus tentou detê-lo, com os Saduceus o acusando dele estar com Belzebu. Lucas já fala de um modo geral, relatando que alguns entre o povo, acusaram ele de expulsar os demônios pelo poder de Belzebu (Compare as passagens e traduções ARC, ARA, NVI, NVT). É importante os leitores da Bíblia saberem que Mateus, Marcos e Lucas relatam o mesmo caso, só que de uma perspectiva diferente, de forma que os três estão se complementando e não se contradizendo.

Analisando cada autor vemos que os fariseus, saduceus e os familiares de Jesus estavam presentes naquele momento (Cp. Mt 12.24; Mc 3.20-22; Lc 11.14-15). Os familiares queriam tirá-lo daquele local porque achavam que ele estava fora de si, pois às vezes associavam isso a possessão de demônios, embora a família de Jesus nunca tenha feito essa associação. Como se acreditava que os falsos mestres eram às vezes inspirados por demônios e a pena oficial por enganar o povo de Deus era a morte (Dt 13.5; 18.20), a família de Jesus talvez tenha concluído ser boa ideia alcançá-lo antes que os doutores da Lei o fizessem. (Eles não podiam impor a pena de morte, porque a Palestina estava sob domínio romano; em réu de acusação; todavia, a própria acusação pública constituía uma humilhação para a família).[1]

Já os fariseus e saduceus (Mt 12.24; Mc 20.22), acusaram Jesus de expulsar demônios pelo poder de Belzebu, é importante ressaltar que eles estavam conscientes ao atribuírem a obra de Deus a satanás. Jesus rebateu essa acusação ao dizer que isso seria uma contradição, porque os demônios não lutam entre si, pois a consequência dessas ações é somente a destruição, quem age desta maneira são os homens por causa da cegueira espiritual provocada pelo pecado.

2. A rejeição ao poder e autoridade de Cristo (Mc 3.29)

Os escribas e fariseus sempre tentaram por Cristo em contradição, a todo custo tentavam o Mestre, mas em todas não tinham êxito, e essa atitude revelou a sua completa rejeição ao poder e a autoridade de Cristo como o Filho de Deus. A "Blasfêmia contra o Espírito Santo", a que Cristo se referiu no versículo 29, é descrita como imperdoável (Mt 12.31, 32 e Lc 12.10). Mateus 12.32 diz: "não será perdoado, nem neste século nem no futuro". O verbo ouk aphethesetai, traduzido como "não será perdoado", está na forma passiva pontual futura, o que significa que não será perdoada por Deus, e, em particular, por Jesus Cristo, em alguma ocasião especifica no futuro. Mateus diz: "não lhe será perdoado", o que poderia ser mais apropriadamente traduzido como "não será removido dele", ou na forma afirmativa, "será computado contra ele", impedindo o seu acesso ao céu. Das três passagens nos evangelhos onde isto é discutido, somente Marcos 3.29 trás a conclusão: "mas será réu do eterno juízo", o sentido literal do texto grego.[2]

Culturalmente alguns mestres judeus ensinavam que os sofrimentos de cada um nesta vida podiam compensar seus pecados, mas no mundo vindouro (alguns mestres declaravam, de forma semelhante, que o arrependimento do rei Manassés lhe permitiu ser perdoado neste mundo, mas não no mundo por vir). De acordo com a Lei do Antigo Testamento, não se podia fazer expiação pelos pecados de "obstinação", cometidos "de mão erguida" - a rebelião deliberada contra Deus. A blasfêmia era castigada com pena de morte (Lv 24.10-23). Jesus, portanto, considera a blasfêmia contra o Espírito a rejeição contínua de sua identidade (Mt 12.18), mesmo quando confirmada pelas obras do Espírito (12.28) - o pior dos pecados.[3]

3. Jesus, o Filho de Davi

Quando Jesus realizou estes milagres, deixou a multidão admirada de forma que se questionaram: "Será que este homem é o Filho de Davi?" (Mt 12.25), eles esperavam um Messias político que viesse a libertar Israel do domínio de Roma, e o fato de Cristo fazer milagres suscitou a questão entre eles. Os fariseus em uma tentativa de por Jesus em descrédito, o acusaram de expulsar demônios pelo poder de belzebu. Mas esse milagre os confrontou, de forma que Cristo rebateu, se ele expulsava demônios por influência de Belzebu, o reino se dividiu e deixaria de existir (Mt 12.26), expondo assim a hipocrisia de seus discípulos (v. 27). Cristo também os forçou a pensar de forma coerente. Se os demônios eram expulsos por influência de satanás, então os discípulos dos fariseus eram de igual forma culpados (Cf. At 19.13-16).


Os fariseus estavam sendo confrontados com o próprio reino de Deus e o estavam rejeitando (Lc 17.20-21). Os milagres de Jesus trouxeram o poder do reino à realidade presente; sua consumação final aguarda a segunda vinda de Cristo.[4] E Jesus como sempre contou uma parábola, obrigando os fariseus a responderem uma simples pergunta, pode alguém expulsar um demônio sem primeiro amarrar os poderes de Satanás? Jesus venceu Satanás primeiro em sua tentação (Mt 4.1-11), depois ao longo de seu ministério (Lc 10.17-20) e finalmente na cruz (Cl 2.14-15). Neste contexto o pecado da blasfêmia representa uma rejeição continua ao verdadeiro conhecimento de Deus. A incredulidade leva as pessoas a cometerem este pecado, porque criam um falso conceito sobre quem realmente é Jesus Cristo, e quando são confrontados pela verdade se recusam a conhecer que estão errados.

4. Porque Deus perdoa todos os pecados, exceto a blasfêmia contra o Espírito Santo?

O que toma diferente dos outros o pecado imperdoável é a sua relação com o Espírito Santo. A obra do Espírito Santo é iluminar a mente dos pecadores (Ef 1.17-18), revelar e ensinar o evangelho (Jo 14.26), persuadir as almas a arrepender-se e a crer na verdade (cf. At 7.51). O Espírito não só explica a Palavra de Deus, mas também abre a mente do modo que ela possa ser entendida (2 Co 3.16-17). Quando a influência do Espírito é deliberada e conscientemente recusada, em oposição à luz, então o pecado irreversível pode ser cometido como um ato voluntário e deliberado de malícia. Em resposta a essa atitude, há um endurecimento do coração, vindo da parte de Deus, que impede o arrependimento e a fé (Hb 3.12-13). Nesse caso, Deus permite que a decisão da vontade humana seja permanente. Deus não faz isto levianamente e sem causa, mas em resposta a um ultraje cometido contra seu amor. Qualquer pessoa que nasceu de novo não cometerá esse pecado, porque o Espírito vive nela e Deus não está dividido contra si mesmo (1 Jo 3.9).

Os outros versículos que tratam do pecado imperdoável são Hb 6.4-6; 10.26-29; 1 Jo 5.16-17. Esses versículos mostram que a possibilidade de esse pecado ser cometido depende de ter havido iluminação e entendimento específicos da parte de Deus e que isso não é matéria comum de todo dia. Jesus disse que todos os "pecados" e "blasfêmias" serão perdoados, exceto esse um pecado.
[5]

5. Porque a incredulidade leva a blasfêmia contra o Espírito?

Se popularizou em muitas igrejas que se duvidarmos de um pastor ou um "profeta" moderno, podemos estar próximos de cometer este pecado, mas não tem nada relacionado essa crença popular que se espalhou entre os crentes. Não se atentar para tão grande salvação (Hb 2.2-4), endurecer o coração ao ouvir a voz a chamada do Espírito (Hb 3.7-8) e resistir a graça de Deus (At 7.51), negando assim o sacrifício de Cristo (2 Pe 2.1), é negar a obra do Espírito.

Rejeitar o conhecimento da Palavra de Deus, com o pensamento "ah, depois que eu largar meus vícios eu vou me converter", esta ideia é enganosa, pois quando ocorrer essa “decisão” talvez seja tarde demais. Pode chegar a um ponto que Deus entrega o coração do homem a seus próprios desejos corrompidos, e provavelmente a conversão nunca aconteça (Rm 1.28-32; 9.22), aí acontece a blasfêmia contra o Espírito Santo, quando a pessoa morre na incredulidade.

Graça e paz.
Deus abençoe.

Referência Bibliográfica:
[1] KENNER, Craig S., Comentário Histórico-Cultural da Bíblia, Novo Testamento, Vida Nova, Pág. 154, 1ª Edição 2017.
[2] Bíblia de Estudo Palavra Chave, Grego-Hebraico, Pág. 1040, 4ª Edição, CPAD, 2015.
[3] KENNER, Craig S., Comentário Histórico-Cultural da Bíblia, Novo Testamento, Vida Nova, Pág. 82, 1ª Edição 2017.
[4] Bíblia de Estudo NVT, Pág. 1550. Mundo Cristão, 2018.
[5] Bíblia de Estudo de Genebra, Pág. 1153.

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