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Por Flávio G. Souza

Ainda hoje mesmo com toda tecnologia disponível para grande parte da população, ainda encontramos gente que não entendeu o evangelho, pois não conheceram a maravilhosa Graça de Deus.

Quando Adão pecou toda a humanidade caiu junto com ele, Deus podia condená-lo, pois foi desobedecida a ordem de comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Mas o amor de Deus foi maior que o pecado (Rm 5.20), Ele não exige NADA de nós, a não ser que venhamos a crer em Jesus Cristo (1 Co 15.45), como o ÚNICO caminho para a vida eterna.

Em Efésios 2.8-10 diz: 

"Vocês são salvos pela graça, por meio da fé. Isso não vem de vocês; é uma dádiva de Deus. Não é uma recompensa pela prática de boas obras, para que ninguém venha a se orgulhar. Pois somos obra-prima de Deus, criados em Cristo Jesus a fim de realizar as boas obras que ele de antemão planejou para nós."

Tudo o que era necessário para nossa salvação Cristo já fez, precisamos apenas viver uma vida de santidade, confiantes que a Graça de Deus nos sustenta. Somos salvos de graça pela Graça, mas nossa redenção não foi de graça. Foi necessário Deus enviar o seu único Filho para morrer no nosso lugar, éramos alvos de Sua ira, pois somos pecadores diz a Bíblia (Rm 3.23; 6.27; 1 Jo 2.2). E Jesus Cristo, sem pecados assumiu o nosso lugar na cruz para nos resgatar, Ele pagou o preço levando sobre si a nossa culpa, e assim formos justificados, não por nosso esforço, mas por tudo que Jesus conquistou na cruz (Rm 3.24). 

Nunca vamos conseguir compreender este amor, Deus nos amou de tal maneira que deu o Seu Único Filho para assumir o nosso lugar, só os que compreendem a depravação humana conseguem ter a noção de que mesmo as nossas melhores obras de caridade para Deus são como trapos imundos, pois nossas boas obras não são capazes de nos justificar (Jo 3.16; Is 64.6). A salvação só encontramos em Jesus, quando depositamos toda nossa fé e esperança naquele que morreu para que pudéssemos viver.

Pense nisso.

Soli Deo Gloria.
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Por Flávio G. Souza

A blasfêmia contra o Espírito Santo é o único pecado sem perdão descrito na Bíblia, e mesmo com o avanço do ensino teológico através da internet, ainda permanecem dúvidas sobre como ele é cometido, mas por meio deste estudo espero explicar com clareza o tema.

Muitos líderes neopentecostais quando são questionados de suas práticas, adoram se utilizar do famoso jargão: "Cuidado para você não blasfemar contra o Espírito Santo", e coisas do tipo.

As pessoas que não entendem muito do assunto acabam acreditando nisso por medo de blasfemarem contra o Espírito Santo, mas a luz das Sagradas Escrituras como se comete este pecado? Descarte tudo que se assemelha a esse questionamento tolo, pois o culto a Deus deve ser racional (Rm 12.1-2) e com ordem e decência (1 Co 14.40). Questionar se determinados movimentos são de Deus, não leva ninguém a cometer esse pecado, pois somos orientados pela Palavra de Deus a examinar os espíritos (Cf. 1 Jo 4.1).

1. O Contexto da Blasfêmia contra o Espírito Santo
(Cp. Mt 12.22-32; Mc 3.20-30; Lc 11.14-15)

A blasfêmia contra o Espírito Santo aparece nos três evangelhos sinóticos, Mateus relata os fariseus e saduceus acusando Jesus de expulsar demônios pelo poder de Belzebu. Marcos relata que a família de Jesus tentou detê-lo, com os Saduceus o acusando dele estar com Belzebu. Lucas já fala de um modo geral, relatando que alguns entre o povo, acusaram ele de expulsar os demônios pelo poder de Belzebu (Compare as passagens e traduções ARC, ARA, NVI, NVT). É importante os leitores da Bíblia saberem que Mateus, Marcos e Lucas relatam o mesmo caso, só que de uma perspectiva diferente, de forma que os três estão se complementando e não se contradizendo.

Analisando cada autor vemos que os fariseus, saduceus e os familiares de Jesus estavam presentes naquele momento (Cp. Mt 12.24; Mc 3.20-22; Lc 11.14-15). Os familiares queriam tirá-lo daquele local porque achavam que ele estava fora de si, pois às vezes associavam isso a possessão de demônios, embora a família de Jesus nunca tenha feito essa associação. Como se acreditava que os falsos mestres eram às vezes inspirados por demônios e a pena oficial por enganar o povo de Deus era a morte (Dt 13.5; 18.20), a família de Jesus talvez tenha concluído ser boa ideia alcançá-lo antes que os doutores da Lei o fizessem. (Eles não podiam impor a pena de morte, porque a Palestina estava sob domínio romano; em réu de acusação; todavia, a própria acusação pública constituía uma humilhação para a família).[1]

Já os fariseus e saduceus (Mt 12.24; Mc 20.22), acusaram Jesus de expulsar demônios pelo poder de Belzebu, é importante ressaltar que eles estavam conscientes ao atribuírem a obra de Deus a satanás. Jesus rebateu essa acusação ao dizer que isso seria uma contradição, porque os demônios não lutam entre si, pois a consequência dessas ações é somente a destruição, quem age desta maneira são os homens por causa da cegueira espiritual provocada pelo pecado.

2. A rejeição ao poder e autoridade de Cristo (Mc 3.29)

Os escribas e fariseus sempre tentaram por Cristo em contradição, a todo custo tentavam o Mestre, mas em todas não tinham êxito, e essa atitude revelou a sua completa rejeição ao poder e a autoridade de Cristo como o Filho de Deus. A "Blasfêmia contra o Espírito Santo", a que Cristo se referiu no versículo 29, é descrita como imperdoável (Mt 12.31, 32 e Lc 12.10). Mateus 12.32 diz: "não será perdoado, nem neste século nem no futuro". O verbo ouk aphethesetai, traduzido como "não será perdoado", está na forma passiva pontual futura, o que significa que não será perdoada por Deus, e, em particular, por Jesus Cristo, em alguma ocasião especifica no futuro. Mateus diz: "não lhe será perdoado", o que poderia ser mais apropriadamente traduzido como "não será removido dele", ou na forma afirmativa, "será computado contra ele", impedindo o seu acesso ao céu. Das três passagens nos evangelhos onde isto é discutido, somente Marcos 3.29 trás a conclusão: "mas será réu do eterno juízo", o sentido literal do texto grego.[2]

Culturalmente alguns mestres judeus ensinavam que os sofrimentos de cada um nesta vida podiam compensar seus pecados, mas no mundo vindouro (alguns mestres declaravam, de forma semelhante, que o arrependimento do rei Manassés lhe permitiu ser perdoado neste mundo, mas não no mundo por vir). De acordo com a Lei do Antigo Testamento, não se podia fazer expiação pelos pecados de "obstinação", cometidos "de mão erguida" - a rebelião deliberada contra Deus. A blasfêmia era castigada com pena de morte (Lv 24.10-23). Jesus, portanto, considera a blasfêmia contra o Espírito a rejeição contínua de sua identidade (Mt 12.18), mesmo quando confirmada pelas obras do Espírito (12.28) - o pior dos pecados.[3]

3. Jesus, o Filho de Davi

Quando Jesus realizou estes milagres, deixou a multidão admirada de forma que se questionaram: "Será que este homem é o Filho de Davi?" (Mt 12.25), eles esperavam um Messias político que viesse a libertar Israel do domínio de Roma, e o fato de Cristo fazer milagres suscitou a questão entre eles. Os fariseus em uma tentativa de por Jesus em descrédito, o acusaram de expulsar demônios pelo poder de belzebu. Mas esse milagre os confrontou, de forma que Cristo rebateu, se ele expulsava demônios por influência de Belzebu, o reino se dividiu e deixaria de existir (Mt 12.26), expondo assim a hipocrisia de seus discípulos (v. 27). Cristo também os forçou a pensar de forma coerente. Se os demônios eram expulsos por influência de satanás, então os discípulos dos fariseus eram de igual forma culpados (Cf. At 19.13-16).


Os fariseus estavam sendo confrontados com o próprio reino de Deus e o estavam rejeitando (Lc 17.20-21). Os milagres de Jesus trouxeram o poder do reino à realidade presente; sua consumação final aguarda a segunda vinda de Cristo.[4] E Jesus como sempre contou uma parábola, obrigando os fariseus a responderem uma simples pergunta, pode alguém expulsar um demônio sem primeiro amarrar os poderes de Satanás? Jesus venceu Satanás primeiro em sua tentação (Mt 4.1-11), depois ao longo de seu ministério (Lc 10.17-20) e finalmente na cruz (Cl 2.14-15). Neste contexto o pecado da blasfêmia representa uma rejeição continua ao verdadeiro conhecimento de Deus. A incredulidade leva as pessoas a cometerem este pecado, porque criam um falso conceito sobre quem realmente é Jesus Cristo, e quando são confrontados pela verdade se recusam a conhecer que estão errados.

4. Porque Deus perdoa todos os pecados, exceto a blasfêmia contra o Espírito Santo?

O que toma diferente dos outros o pecado imperdoável é a sua relação com o Espírito Santo. A obra do Espírito Santo é iluminar a mente dos pecadores (Ef 1.17-18), revelar e ensinar o evangelho (Jo 14.26), persuadir as almas a arrepender-se e a crer na verdade (cf. At 7.51). O Espírito não só explica a Palavra de Deus, mas também abre a mente do modo que ela possa ser entendida (2 Co 3.16-17). Quando a influência do Espírito é deliberada e conscientemente recusada, em oposição à luz, então o pecado irreversível pode ser cometido como um ato voluntário e deliberado de malícia. Em resposta a essa atitude, há um endurecimento do coração, vindo da parte de Deus, que impede o arrependimento e a fé (Hb 3.12-13). Nesse caso, Deus permite que a decisão da vontade humana seja permanente. Deus não faz isto levianamente e sem causa, mas em resposta a um ultraje cometido contra seu amor. Qualquer pessoa que nasceu de novo não cometerá esse pecado, porque o Espírito vive nela e Deus não está dividido contra si mesmo (1 Jo 3.9).

Os outros versículos que tratam do pecado imperdoável são Hb 6.4-6; 10.26-29; 1 Jo 5.16-17. Esses versículos mostram que a possibilidade de esse pecado ser cometido depende de ter havido iluminação e entendimento específicos da parte de Deus e que isso não é matéria comum de todo dia. Jesus disse que todos os "pecados" e "blasfêmias" serão perdoados, exceto esse um pecado.
[5]

5. Porque a incredulidade leva a blasfêmia contra o Espírito?

Se popularizou em muitas igrejas que se duvidarmos de um pastor ou um "profeta" moderno, podemos estar próximos de cometer este pecado, mas não tem nada relacionado essa crença popular que se espalhou entre os crentes. Não se atentar para tão grande salvação (Hb 2.2-4), endurecer o coração ao ouvir a voz a chamada do Espírito (Hb 3.7-8) e resistir a graça de Deus (At 7.51), negando assim o sacrifício de Cristo (2 Pe 2.1), é negar a obra do Espírito.

Rejeitar o conhecimento da Palavra de Deus, com o pensamento "ah, depois que eu largar meus vícios eu vou me converter", esta ideia é enganosa, pois quando ocorrer essa “decisão” talvez seja tarde demais. Pode chegar a um ponto que Deus entrega o coração do homem a seus próprios desejos corrompidos, e provavelmente a conversão nunca aconteça (Rm 1.28-32; 9.22), aí acontece a blasfêmia contra o Espírito Santo, quando a pessoa morre na incredulidade.

Graça e paz.
Deus abençoe.

Referência Bibliográfica:
[1] KENNER, Craig S., Comentário Histórico-Cultural da Bíblia, Novo Testamento, Vida Nova, Pág. 154, 1ª Edição 2017.
[2] Bíblia de Estudo Palavra Chave, Grego-Hebraico, Pág. 1040, 4ª Edição, CPAD, 2015.
[3] KENNER, Craig S., Comentário Histórico-Cultural da Bíblia, Novo Testamento, Vida Nova, Pág. 82, 1ª Edição 2017.
[4] Bíblia de Estudo NVT, Pág. 1550. Mundo Cristão, 2018.
[5] Bíblia de Estudo de Genebra, Pág. 1153.
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Por Flávio G. Souza

A Palavra de Deus deve sempre ser nossa fonte de autoridade, para que possamos avaliar se uma doutrina é verdadeira (Jo 7.24; Ef 5.11), pois somente a Bíblia é inerrante, infalível e inspirada por Deus.

Quando pensei em escrever este artigo, ao pesquisar as passagens bíblicas que tratam deste tema tão importante, vi que não seria uma tarefa fácil. Mas após eu ter visto certos comentários dos que desconhecem a doutrina da depravação total e do pecado original, vi que existe um desconhecimento do assunto, e isso está levando muitas pessoas a acreditarem em doutrinas que não condizem com a Palavra de Deus. Por isso senti que era hora de transcrever o assunto para ajudar a esclarecer este tema tão interessante e complexo. O primeiro ponto que precisamos entender é a depravação total, para que depois venhamos entender o que significa pecado original e como ele foi transmitido a toda raça humana.

Depravação total

A Palavra de Deus diz que o homem foi criado integro, santo e perfeito (Cf. Gn 1.31; Ec 7.29), e também afirma que somos imagem e semelhança de Deus (Gn 1.31). Após Adão ter desobedecido, ele tornou-se escravo do pecado, como consequência a natureza humana foi afetada. A totalidade desta depravação afetou o homem em todos os aspectos, como bem define o teólogo calvinista John Piper:

"Nossa corrupção pecaminosa é tão profunda e tão forte que nos torna escravos do pecado e moralmente incapazes de vencermos nossa rebelião e cegueira. Esta incapacidade de salvarmos a nós mesmos é total. Somos completamente dependentes da Graça de Deus para vencer nossa rebelião, para dar-nos olhos para ver e atrair-nos eficazmente ao Salvador."[1]

Neste ponto calvinistas e arminianos não tem discordância, o pastor e teólogo arminiano Silas Daniel, também corrobora com essa posição:

"O que significa portanto "depravação total"? Significa que, mesmo o ser humano podendo fazer coisas boas, o pecado infelizmente prevalece em seu coração - e mais: contamina todo o seu ser. Esse é o sentido do termo "total" quando falamos de "depravação total do ser humano" a luz da Bíblia. Essa depravação não é total no sentido de intensidade, mas de abrangência. Ela é total porque o pecado, além de prevalecer interiormente, contamina, repito, todas as áreas da vida da pessoa. 

Em síntese, depravação total quer dizer que todos os seres humanos, em todo o seu ser foram contaminados pelo pecado. Significa que o ser humano, após a queda, passou a ter uma inclinação natural e prevalecente para o pecado que impede-o de fazer a vontade divina e de vir a Deus."[2]

A Bíblia confirma a autenticidade desta doutrina, pois todos pecaram, não existe ninguém isento de culpa, tudo consequência do erro de um homem (Cf. Gn 6.5; 8.21; Rm 3.12, 27, 28; 5.12; 7.17). 

Pecado Original 

Se Adão errou, como pode toda a humanidade sofrer a consequência? Isso daria fundamento para maldições hereditárias? Como o pecado adâmico ou pecado original foi transmitido a todos os seres humanos? Para entender este questionamento, é necessário ver o que o Apóstolo Paulo disse em Romanos 5.12, o texto chave para entendermos o pecado original:

Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.

Romanos 5.12

Como diz o texto, a morte passou para toda a humanidade pela desobediência de Adão e por isso todos pecaram, a questão mais difícil de se entender é, como o pecado de um homem afetou toda humanidade? Por causa desses questionamentos, surgiu duas correntes teológicas condenadas em concílios por heresia, o que conhecemos por pelagianismo e semi-pelagianismo.

Pelagianismo:

Pelagianismo vem de seu expoente, Pelágio, um austero monge e popular professor que nasceu provavelmente na Britânia e que viveu em Roma por volta do ano 405. Sua austeridade era puramente moralista, ao ponto de não conseguir conceber a ideia de que o homem não podia deixar de pecar. Seus interesses estavam mais voltados para a conduta cristã e sendo assim, ele queria melhorar as condições morais de sua comunidade. Sua ênfase particular recaía na pureza pessoal e na abstinência da corrupção e da frivolidade do mundo, resvalando o ascetismo.

Assim como Adão, todo homem, segundo o pensamento pelagiano, é criador de seu próprio caráter e determinador de seu próprio destino. No entendimento pelagiano, o homem não possui uma tendência intrínseca para o mal e tampouco herda essa propensão de Adão, podendo, caso queira, observar os mandamentos divinos sem pecar. Ele achava injusto da parte de Deus que a humanidade herdasse a culpa de outrem e desta forma negava a doutrina do pecado original. Desta forma, Pelágio passou a ensinar uma doutrina exageradamente antropocêntrica e focada no livre-arbítrio, ensinando que, ao criar o homem, Deus não o sujeitou como fizera com as outras criaturas, mas “deu-lhe o privilégio singular de ser capaz de cumprir a vontade divina por sua própria escolha”.[3] O pelagianismo foi condenado no concílio de Éfeso em 431 d.C por ser um ensino herético.

Semi-pelagianismo: 

Esta antiga heresia é oriunda dos ensinos dos massilianos, liderados principalmente por João Cassiano (433 d.C), o qual tentou construir um elo entre o Pelagianismo, que negava o pecado original, e Agostinho, que defendia a eleição incondicional sobre o fundamento de que todos os homens nascem espiritualmente mortos e culpados do pecado de Adão. Cassiano acreditava que as pessoas são capazes de se voltarem para Deus mesmo à parte de qualquer infusão da graça sobrenatural. Isto foi condenado pelo Segundo Concilio de Orange no ano de 529.[4]


A Bíblia é clara em dizer que após o pecado, toda humanidade morreu em Adão, mas Deus por intermédio de sua Graça, entregou seu Filho Unigênito para todos os que creem não fossem condenados, mas recebam o dom gratuito de Deus pela fé (Cf. Rm 3.23; 5.12; 6.23; Jo 3.16; Ef 2.1,8,9; Cl 2.13).


Como o pecado afetou toda humanidade?

Adão no Éden era o representante de toda humanidade, por isso quando ele pecou, a morte entrou no mundo. Adão, o primeiro homem, foi o cabeça divinamente nomeado da humanidade inteira, e o pecado dele fez todos aqueles a quem ele representava perderem a retidão ("todos os homens", vs. 12.18; "muitos", vs. 15. 19). Por semelhante modo, Deus tez de Cristo o cabeça representante de uma nova humanidade, a fim de que, mediante a sua obediência diante da morte. pudesse obter a justificação deles. Inerente a esse ensino é a ideia de que a restauração provida na salvação deve seguir o padrão e reverter o conteúdo da constituição original da humanidade diante de Deus (1 Co 15.45-49; Hb 2.14-18).[5]

O pecado foi passado a toda humanidade, porque Adão pecou como o nosso representante legal, Cristo veio como o segundo Adão, pois ele representa o recomeço para todos os que creem. Muitas pessoas confundem a transmissão do pecado com o falso ensino da maldição hereditária. Diferente da consequência do pecado, o ensino da maldição hereditária diz que Deus nos castiga por causa do pecado dos nossos pais, utilizando-se do texto de Deuteronômio 5.9; 30.19; Êxodo 20.4-6; Levítico 26.39, mas não é bem isso que as passagens afirmam. Se você tem dúvidas acerca deste texto, leia os artigos onde trato diretamente do tema:

Deuteronômio 30.19 da base para 'maldição hereditária'?
Maldição hereditária é um ensino genuinamente bíblico?

Com base neste falso ensino, criaram ensinamentos estranhos sobre espíritos familiares, para tentar justificar por exemplo um caso de adultério, mas em lugar nenhum da Bíblia relata a existência de demônios territoriais ou espíritos familiares que atuam em áreas especificas na vida de uma pessoa. Como sempre digo, é um equivoco afirmar que sofremos "maldições" pelo pecado de nossos antepassados, pois a Palavra de Deus afirma que cada um é responsável por seus próprios erros (Cf. Dt 24.16; Ez 18.20-21; Rm 14.12).

Toda diferença está no conceito bíblico de pecado original, não tem nada relacionado com maldições hereditárias, mas que todos tem em sua natureza, a herança do pecado adâmico, como bem definiu Norman Geisler

"O pecado de Adão afetou não somente a si mesmo, como também toda a sua descendência — todos nós pecamos “por um homem” (Rm 5.12). E todos os descendentes de Adão estavam presentes nele, potencial e seminalmente, e/ou legalmente (juridicamente), já que, como o cabeça da raça humana, ele era o nosso representante legal (Rm 5.18-21)."[6]

Adão como nosso representante legal ao errar, não trouxe consequências apenas para ele, mas pra toda humanidade, por isso recebemos a consequência de sua escolha ao desobedecer a Deus. Na teologia isso é chamado de Efeito jurídico do pecado de Adão. Mas Deus em sua infinita misericórdia enviou o "último Adão” (1 Co 15.45), revogou o ato do primeiro Adão, tornando todos os seres humanos legais e potencialmente salváveis.[7]

Ela nos foi transmitida por Adão, nosso primeiro representante diante de Deus. A doutrina de pecado original nos diz que nós não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores, nascidos com uma natureza escravizada ao pecado.[8]

A Imagem e semelhança de Deus presente no homem foi perdida após a queda?

A imagem e semelhança de Deus, conforme o homem foi criado (Gn 1.26-27), se trata de um paralelismo. Essa imagem e semelhança não foi perdida na queda, e sim danificada, manchada, obscurecida, mas não erradicada. 

Ela continua no homem, pois Adão não se tornou depravado ao ponto de não ouvir mais a voz de Deus por exemplo (Cf. Gn 3.9-10). Não é à toa que roubar, matar, adulterar, falar palavras torpes, mentir, seja a pessoa seguidora de Jesus ou não, praticar essas coisas é pecado porque somos imagem e semelhança de Deus (Gn 9.6; Pv 6.16-19). 

Como Cristo não herdou uma natureza pecaminosa e viveu uma vida sem pecado?

Essa é uma questão bem polêmica quando debatida entre os teólogos, para os adventistas por exemplo Cristo participou de nossa natureza caídaMas essa afirmação não é coerente com a Palavra de Deus, pois ele foi tentado em tudo, mas sem cometer nenhum pecado (Cf. Hb 4.15). Essa concepção também não é verdadeira, porque todos nós nascemos depravados e somos pecadores desde nossa formação (Cf. Sl 51), seria uma contradição da Bíblia falar que Jesus foi tentado em todas as áreas sem pecado, com uma natureza caída.

O fato de Cristo ter nascido de uma virgem é uma das causas que isenta ele de ter adquirido o pecado original, mas esse não é o ponto central da questão. Em Lucas 1.28-35 temos um relato mais completo do assunto que nos outros evangelhos sinóticos. O anjo ao falar com Maria, explicou como funcionaria essa gestação, ela ficou espantada ao receber a noticia (Lc 1.34), pois ainda estava noiva de José. O texto relata que o Espirito Santo desceria sobre Maria, e o poder do Altíssimo a envolveria e um ser Santo seria gerado no seu ventre.

Como Cristo nasceu sem pecado? 

A razão principal de Cristo não ter pecado, foi o Espirito Santo ter descido sobre Maria, tornando possível a encarnação de Cristo sem pecado. Assim foi possível o segundo Adão ter uma natureza humana, sem herdar o pecado (Cf. Is 53.9; At 3.14; 2 Co 5.21; Hb 4.15; 7.26; 1 Jo 3.5), pelo ato criador do Espirito Santo. A mesma coisa ocorreu de forma semelhante como vemos em Gênesis 1, quando Deus cria todas as coisas, eis a razão de Cristo ter nascido sem o pecado original.

Só foi possível Cristo nos livrar do poder do pecado, porque ele tinha uma natureza Santa e imaculada, se o Filho de Deus fosse participante de nossa natureza caída, seria impossível nos resgatar do poder do pecado (Hb 9.14). Assim ele pode nos conceder liberdade, justificação pelo seu precioso sangue, usando-nos como sal e luz neste mundo, e como instrumentos de justiça em uma sociedade corrompida.

Graça e paz
Deus abençoe.

Referencias Bibliográficas:
[1] Cinco pontos, John Piper, Editora Fiel. 
[2] Arminianismo, Silas Daniel. Pág. 352 CPAD, 2017
[3] Introdução à Teologia Armínio-Wesleyana, Couto, Vinicius. Pág. 62-63, Editora Reflexão, 2014.
[4] Ibid. Pág. 24.
[5] Bíblia de Genebra, Pág. 1325
[6] Teologia Sistemática, Pecado, Salvação, A Igreja, As últimas coisas, Norman Geisler, 1ª Edição 2010, CPAD, Pág. 105.
[7] Ibid.
[8] Bíblia de Genebra, Pág. 650.
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Por Flávio G. Souza

Em nossas igrejas é comum encontrarmos pessoas com dúvidas sobre a doutrina da salvação. Em casos mais extremos, encontramos os que acham que por estarem ativos na igreja são salvos.

Isso é um reflexo da falta de ensino, pois ao invés de ensinar a Palavra, muitos pastores usam o título para se promover e impor medo nos ouvintes.

O desastre vemos em nossas igrejas, ao invés de produzir cristãos maduros e equilibrados, encontramos repetidores de informação. A principal ameaça que vemos por parte desses líderes religiosos é, "se sair daqui você vai perder a cobertura espiritual e estará debaixo de maldição", mas isso é uma falácia, devemos ter como prioridade a Bíblia em nossa vida.

A salvação não está presa a denominações, muito menos a líderes, é somente pela Graça (Ef 2.8-9). Algumas pessoas ainda acham que por seguir determinadas regras e guardar a Lei mosaica, ela será salva, mas não é assim. Para entendermos este assunto, precisamos saber qual era a finalidade da Lei no Antigo Testamento.

1. A função da Lei:

A Lei servia para instruir e ensinar ao povo o que Deus estabeleceu aos israelitas, a fim de eles terem um convívio próspero, pacífico e harmonioso na terra de Canaã. A Lei não tem poder para nos justificar (Rm 3.20), mas os mandamentos contidos nela contém preceitos que são indispensáveis tanto na parte moral, de ética e vida. É impossível o homem cumprir a Lei com perfeição, não foi à toa que Deus mandou Seu Único Filho para cumprir e morrer em nosso lugar.

2. Lei e a Graça:

A Lei tem seu propósito, ela nos mostra quão terrível é o pecado, 'pela lei vem o conhecimento do pecado' (Rm 3.20). Ela tinha o objetivo de preservar o povo de Israel do pecado, e revela a necessidade do ser humano depender da Graça de Deus, para que seja possível alcançarmos a salvação. Para o homem é impossível cumprir a Lei de Deus exigida no Antigo Testamento (Cf. Rm 7.19; Tg 2.10), por isso a função dela é conduzir a Cristo (Gl 3.24). O sacrifício de Jesus na cruz foi completo, pois o sangue de animais não perdoava pecados, apenas cobriam (Hb 10.4). A obra da cruz é completa e tem abrangência de apagar pecados do passado, presente e futuro (Hb 10.1).

3. A Graça revela que a lei é imperfeita:


A superioridade da Nova Aliança sobre a Antiga é notória nas Sagradas Escrituras (Hb 8.13; Gl 5.18), porque estamos mortos para Lei (Rm 7.4; Gl 2.19). O escritor aos Hebreus também diz que a Lei é imperfeita (Hb 8.6,7,13), e da mesma maneira o Apóstolo João afirma, foi Cristo que nos trouxe a Graça e a verdade (Jo 1.17). A lei não tem poder de justificar o homem, ela só serve para apontar nosso pecado. Exemplificando, vamos supor que você está dirigindo a 100 Km/h em uma rua de 60 Km/h, certamente se um radar de trânsito ou um policial lhe flagrar infringindo a lei, você pagará uma multa, da mesma maneira é a Lei no Antigo Testamento. Ela só apontava o pecado, e não trazia justificação. Nem se tentarmos fazer tudo certo aos nossos olhos, ainda assim nossas obras são como trapos imundos (Is 64.6), somente a fé em Jesus pode nos justificar (Rm 5.1).

4. Então não existe Lei?

Sempre existiu lei, pois sem ela não existe ordem. Deus colocou ela no coração do homem, porque todos sabem que roubar é errado, temos essa consciência, o que chamamos de lei moral.

Mas ainda existem algumas pessoas que acham que se observar as leis do Antigo Testamento, serão salvas mas isso só conduz ao legalismo. Cristo cumpriu a Lei em nosso lugar, pois é impossível o homem cumprir (Cf. Rm 7.19; Tg 2.10). Por isso ele estabeleceu uma Nova Aliança, e mandou que nos amemos (Jo 13.34). Quando amamos estamos cumprindo com perfeição o que exige a Nova Aliança (Rm 13.8-10), quem ama cumpre a lei de Cristo.

A lei, portanto, serviu ao israelita, a quem foi dada, como um pedagogo, ou aio, até que a fé viesse. Mas depois que a fé veio, não estamos mais sujeitos ao pedagogo. Em outras palavras, o objetivo último da lei é fazer que o pecador sinta a necessidade de justificação e perdão, e levá-lo, ao final, a confiar em Jesus Cristo e a recebê-lo como seu único Salvador e Senhor, recebendo dele a salvação do pecado e da consequência deste, a morte espiritual.[1]

5. Nossa dívida foi paga por Jesus na cruz:

Éramos devedores por causa do pecado, e mesmo se nós morrermos pelo nosso pecado, ainda assim não iriamos alcançar a salvação. Pois o pagamento pelo pecado é a morte (Rm 6.23), e todos pecaram, não há um que diga que é sem pecado (Rm 3.23). Merecíamos condenação, e isso não tornaria Deus injusto em seu julgamento, mas por amor resolveu entregar o Seu Único Filho para morrer em nosso lugar (Jo 3.16). Foi por amor e não por que nós somos 'bonzinhos' aos nossos olhos. O problema de algumas pessoas hoje, é que elas constroem na sua mente o seu próprio deus, e se recusam a conhecer o Criador revelado nas Sagradas Escrituras. 

Ainda assim alguns argumentam, a salvação é pela Graça, mas devo me esforçar porque 'o céu é tomado a força'. Este é um dos argumentos mais usados, baseados de forma equivocada no texto de Mt 11.12. O Apóstolo Paulo escreve que nossa natureza pecaminosa só deseja o que é mal (Rm 7.15), se é assim como vamos conciliar o texto de Mateus 11.12 com Romanos 7? Para entendermos este assunto devemos saber o tema central das Sagradas Escrituras, a Graça e a verdade revelada por Jesus Cristo. Nosso salvador viveu uma vida sem pecado, Ele é descrito na Bíblia como o segundo Adão (1 Co 15.45), o primeiro fracassou, mas o segundo venceu. Por ocasião do sacrifício de Cristo, a Graça de Deus nos é manifesta por causa da obra realizada por ele na cruz (Jo 12.32; Tt 2.11).

Por isso precisamos seguir a recomendação de Paulo, sejamos imitadores de Cristo (1 Co 11.1), a Graça foi o suficiente para Apóstolo Paulo (2 Co 12.9), porque então ainda insistimos em modismos e colocamos nosso pensamento acima do que diz as Sagradas Escrituras? Jesus se fez maldição por nós (Gl 3.13), pagou nossa dívida, nós nos apropriamos deste benefício quando somos justificados gratuitamente pela fé (Rm 5.1). Nossa dívida era o pecado, que para Deus é uma afronta a Sua santidade, Ele é santo.

Na visão cristã o próprio Deus que faz a proposta, o Pai apresenta o Filho como sacrifício propiciador, Jesus oferece a si mesmo no nosso lugar, desviando a ira divina com a sua morte. Ele se interpõe entre nós e a santa ira de Deus.[2]

A salvação é somente pela Graça, não vem de nossas obras, é dom de Deus (Ef 2.8-10), isso é cristianismo, tudo o que fazemos é por causa dEle e nEle nos movemos e vivemos. A salvação é iniciada e completada por Ele (Fp 1.6), e de nenhuma maneira Deus risca o nome de um cristão do Livro da vida (Ap 3.5). Nossas obras para Deus são como trapos de imundícia, por isso ninguém pode ser justificado por seus atos de justiça (Is 64.6).

Referência bibliográfica:
[1] ALMEIDA, Abraão. O sábado, a Lei e a Graça. 19.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, pp. 46,47).
[2] CHESTER, Tim, Conhecendo o Deus trino,  Editora Fiel.
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Por Flávio G. Souza

Uma vez fui questionado na igreja sobre a segurança eterna da salvação, e foi-me solicitado uma explicação do texto de Ex 32.32. Um texto que é aparentemente difícil, mas quando analisado com as ferramentas adequadas, só exige um pouco mais de atenção para se interpretar.

A primeira questão que devemos levantar sobre o texto é, a que livro ele está se referindo, e qual a cultura em que foi escrito. Antes de entrar diretamente no ponto, precisamos analisar um fator essencial, existe alguma garantia da segurança Eterna dos Santos no Antigo Testamento? Sim, existe, encontramos em Jr 31.31-33 e 32.28-40:

Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.

Jeremias 31:31-33

E eles serão o meu povo, e eu lhes serei o seu Deus; E lhes darei um mesmo coração, e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem, e o bem de seus filhos, depois deles. E farei com eles uma aliança eterna de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor nos seus corações, para que nunca se apartem de mim.

Jeremias 32:38-40


Como então iremos conciliar o texto de Jeremias 31.31-33 e 32.38-40 com Ex 32.32? Parece difícil, mas não é. No Novo Testamento temos sete referências sobre o livro da vida (Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 3.5; 13.8; 17.8; 20.12, 15; 21.27). O livro mencionado no texto de Êxodo não é o mesmo descrito no Novo Testamento. E Deus da mesma maneira possui um registro do seu povo (Sl 56.8). Era comum naquela época os governantes catalogarem um registro de cidadãos, quando alguém morria o nome da pessoa era riscado, é notável uma diferença do livro que Deus ameaça riscar. A passagem de Ex 32 na verdade trata-se de uma morte física e não uma perda da salvação.

Se o texto Êx 32.32 realmente for um fundamento de 'perda de salvação', vamos comprometer diversos textos que afirmam que a salvação é irrevogável. Em Ap 3.5 Jesus garante que de modo algum apagará o nome do cristão do livro da vida. Se trata de livros diferentes, e não devem ser confundidos. Paulo escrevendo aos Efésios diz que o Espírito Santo é o selo de propriedade que pertencemos a Deus, e ao mesmo tempo, a garantia de que sua segurança eterna está garantida (Ef 1.13-14). A salvação é irrevogável pelo fato de ser iniciada e completada por Deus (Cf. Fp 1.6; Rm 8.28-30). Jesus nos dá a vida eterna, quem recebe jamais irá perecer (Jo 10.28), pois nada pode nos separar do amor de Deus (Jo 10.29; Rm 8.38-39).

Porque devemos chegar a essa conclusão? Primeiramente, Deus não atendeu ao pedido de Moisés. Deus castigou o povo severamente (v. 35), morrendo um número não especificado de pessoas, mas o povo de Israel, como um todo, teve a permissão de continuar existindo como nação. O sentimento de Moisés na verdade era ser condenado no lugar do povo, ele não 'perdeu a salvação'. O Apóstolo Paulo por exemplo no Novo Testamento expressa o mesmo desejo que Moisés (Cf. Rm 9.1-5; 10.1-2).

Moisés queria se colocar como sacrifício no lugar do povo, mas só existe uma propiciação pelos pecados da humanidade, a morte na cruz do Filho de Deus (Cf. Rm 5.18; 2 Co 5.14; 15., 18-21; 1 Jo 2.1-2; Hb 9.11-14). Embora fosse uma atitude de amor profundo de Moisés pelo pecado do povo, um pecador não pode remir outro pecador (Sl 49.7-8), os que pecam são responsáveis por seu próprio pecado (Cf. Dt 24:16; Ez 18.4). E a misericórdia de Deus não pode ser movida pela vontade do homem (Rm 9.15-16), metaforicamente falando, o livro descrito em Ex 32.32 é o registro da comunidade teocrática (Sl. 69.28; 139.16; Is. 4.3; Dn 12.11; Ml. 3.16). Portanto, pela passagem de Ex 32, é insustentável a afirmação que 'Deus risca o nome' do salvo do livro da vida.

Bíblias Utilizadas:

Bíblia Thompson
Bíblia Apologética com os Apócrifos
Bíblia de Jerusalém
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Por Flávio G. Souza

A pouco tempo comemoramos a páscoa, no dia em que muitos se aproveitam para lembrar de um coelho que entrega ovos de chocolate, nós celebramos a morte e ressurreição do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Infelizmente ainda temos muitos que desconhecem o verdadeiro propósito da Páscoa e acham que é um dia como outro qualquer. Outros, nem se quer conhecem o porque Cristo teve de morrer em nosso lugar.

As Escrituras atestam que Jesus, o justo, padeceu pelos injustos, somente dessa maneira poderíamos chegar a Deus sem culpa (1 Pe 3.18; Rm 5.6). Nós nos apropriamos da justiça de Cristo por meio da fé, e assim somos justificados de forma gratuita (Rm 5.1), através da Graça de Deus que nos capacita a crer nEle (Tt 2.11; Ef 2.8-9). É importante deixar claro que não fizemos nada, Deus não olhou se nós seguimos as regras de determinado grupo, foi por Graça, nossa culpa foi tirada por Jesus Cristo, mas porque Deus quis ter misericórdia. Assim a ira de Deus, que era contra nós foi-nos tirada, pois Ele é o nosso advogado e propiciatório (1 Jo 2.1-2).

Jesus Cristo, nosso advogado e propiciatório

Você deve conhecer a função de um advogado, mas o que é propiciação? Propiciação, significa "desviar a ira". Alguns críticos dessa visão fazem zombaria, argumentando que um Deus irado se torna amoroso com a morte da vítima. Contudo, na visão cristã o próprio Deus que faz a proposta, o Pai apresenta o Filho como sacrifício propiciador, Jesus oferece a si mesmo no nosso lugar, desviando a ira divina com a sua morte. Ele se interpõe entre nós e a santa ira de Deus. [1]

Todo grupo ou líder religioso que colocar como requisito para ser salvo, ser necessário pagar o preço, nega a verdade contida nas Sagradas Escrituras. Muitos para escaparem das criticas, utilizam a seguinte frase "Salvação é de graça, mas a unção tem um preço", detalhe já vi pastor de igreja afirmar isso. Mas qual o erro nessa afirmação? Simples, a primeira parte da frase está correta, a salvação é de graça, não fizemos nada para merecer. O erro está em afirmar que a unção tem um preço a ser pago.

Nunca foi sobre força humana, e sim por causa da Graça

A unção não tem um preço, como sempre é TUDO pela Graça de Deus, isso foi o suficiente para o Apóstolo Paulo (2 Co 12.9), então porque desses modismos em nossas igrejas? Eu pelo menos acho desnecessário! O Evangelho da Graça é simples, o problema é que muita das vezes nós complicamos com nossas ideias que achamos ser verdades absolutas, mas são pensamentos subjetivos. Nosso achismo nunca pode estar acima das Sagradas Escrituras que é nossa regra de fé e prática. A unção quem dá é Deus por intermédio do Espirito Santo, e está nos cristãos que estão selados para o dia da redenção (Cf. 1 Jo 2.20; Ef 4.30). A Nova Aliança foi feita por Jesus Cristo (Hb 8.13), então tudo o que fugir da ação da Graça no homem, foge do verdadeiro Evangelho, portanto é anátema (Gl 1.8).

E o cristianismo tem uma diferença que nenhuma outra religião tem, pois todas exigem uma obra que deve partir do homem para ele "merecer", portanto chegamos a conclusão de que a salvação pregada por muitos ai a fora tem a iniciativa do homem, pense por você mesmo. A Bíblia que é a regra de fé para o cristão, afirma que é a salvação é dom de Deus, não vem de nossas obras para que ninguém se glorie (Ef 2.8-10).

O Evangelho vai contra a lógica humana, não é à toa que a sabedoria de Deus é chamada de loucura para os que perecem (1 Co 1.18). Devemos aprender que tudo é por intermédio da Graça, até a salvação, é do inicio ao fim uma obra exclusiva de Deus (Fp 1.6). O Evangelho da cruz é a mensagem da Graça de Deus, que tem o poder para salvar desde a "melhor" pessoa do nosso ponto de vista, até ao que pensamos ser impossível. O poder de Deus salva a todo o que crê e não quem achamos ser dignos ou não da salvação.

Pense nisso.

Deus abençoe.
Graça e paz.

Referências Bibliográficas: 
[1] CHESTER, Tim, Conhecendo o Deus trino,  Editora Fiel.
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INTRODUÇÃO

Por Flávio G. Souza


Estamos vendo diariamente um falso evangelho sendo pregado em nossas igrejas por pessoas que dizem crer em Cristo e depois abandonam a fé, revelando-se apostatas em resposta ao aumento da perseguição (Cf. Mt 24.9-10; Lc 8.13). Mas a pergunta que é debatida pelos estudiosos é, um cristão verdadeiramente salvo pode apostatar da fé e perder a salvação? Isso seria possível de uma perspectiva bíblica?

Para fecharmos um pensamento coerente sobre o assunto, é necessário saber se a Bíblia da base ou não para o tema. Entre os acadêmicos, temos teólogos que defendem a apostasia do salvo, mas outros negam essa possibilidade. Sim, é um tema polêmico, pois será necessário entrar na doutrina da salvação e outros pontos da teologia cristã.

SINTOMAS E CONSEQUÊNCIAS DE UMA APOSTASIA

Começando a entrar no tema, vemos que um dos motivos que levam as pessoas abandonarem a fé, se dá porque elas insistem em dar ouvidos as falsas doutrinas e as heresias que tem origem em espíritos enganadores. A Bíblia dá as seguintes características para pessoas que seguem e proferem ensinos estranhos:

O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios. Tais ensinamentos vêm de homens hipócritas e mentirosos, que têm a consciência cauterizada

1 Timóteo 4.1-2
AS HERESIAS E FALSAS DOUTRINAS

As heresias e falsas doutrinas possuem uma aparência inofensiva, mas a origem desses ensinos tem raízes em pessoas cheias de mal e de perversidade, com apenas um proposito, trazer confusão sobre os ensinamentos da Bíblia, escravizando os que se submetem a ele (Is 32.6). Os que proferem um ensino errôneo e contrário as Escrituras, deturpam as doutrinas essenciais da fé cristã, este comportamento conduz ao erro e produz uma ignorância nos ouvintes sobre o evangelho nas Sagradas Escrituras.

O FALSO ENSINO ESCRAVIZA

O falso ensino escraviza as pessoas e não conduz a Cristo. Nisso o Apostolo Paulo nos adverte, não devemos permitir que outras pessoas nos escravizem com falsas filosofias e sofismas que não passam de invenção de homens (Cf. Cl 2.8). Vale ressaltar um detalhe, muitos se utilizam deste texto para afirmar que não devemos estudar filosofia, mas não é isso que Paulo está dizendo.

O Apóstolo Paulo não abominava a filosofia, e sim a ‘vã filosofia’. Ela tem como principal característica, não produzir conhecimento e deturpar o conhecimento alcançado, consequentemente não conduzindo ninguém ao conhecimento de Deus, mas a exaltação de um falso evangelho que é centrado na pessoa do homem e não do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Cf. Cl 2.2; Mc 7.3,5,8). Paulo advertiu Timóteo contra essas práticas que vem sendo tão presentes na maioria das igrejas, e o exortou para que ele guardasse o conhecimento que havia recebido (1 Tm 6.20), da mesma maneira advertiu Arquipo (4.17). Considerando a etimologia da palavra, Paulo não poderia condenar a filosofia, uma vez que a filosofia é o ‘amor a sabedoria’, virtude que foi solicitada por Salomão (Cf. 2 Cr 1.11).

Se verdadeiramente somos salvos em Cristo não seremos levados por doutrinas estranhas (Hb 13.9). Como bem diz as Escrituras, “....de modo que nada há de novo debaixo do sol.” (Ec 1.9), vemos que as mesmas coisas que aconteceram aos primeiros cristãos, só mudaram de roupagem e têm uma aparência de piedade. Quantas igrejas hoje caíram no erro das novas revelações, precisamos viver pela Palavra e não ficar se orientando por profetadas. Se analisarmos essas ‘revelações’, veremos 'que um certo líder recebeu uma revelação' e a propagou, assim nasceram a maioria das seitas. O problema dessas revelações é que elas vêm pervertendo a fé genuína, e esse pseudo-evangelho deve ser combatido pelos cristãos, se não cometeremos dois terríveis pecados, omissão e comissão (Tg 4.17).

TENHA ZELO PELA PALAVRA

A Bíblia nos adverte para não agirmos relaxadamente no ensino da Palavra, pois é bastante comum encontrarmos pessoas que dizem, "isso não da em nada". Os que fazem do ensino qualquer coisa produzem cristãos mimados, que não conhecem nada de doutrina, ao invés de um cristão maduro e equilibrado. Tanto no ensino, como em qualquer outra área, devemos dar o nosso melhor, pois tudo é para a glória de Deus (1 Co 10.31).

E se de um extremo encontramos pessoas que agem relaxadamente, do outro temos os que canonizam correntes de pensamento. Não podemos ser assim, devemos ser equilibrados. Se um ponto de vista sobre a fé cristã não alterar a verdade das Sagradas Escrituras, é inútil criar confusão por causa de posicionamento diferente do nosso.

Um exemplo clássico é o estudo da escatologia, dentro dessa doutrina temos três correntes interpretativas, são elas, pré, meso e pós tribulacionista. Todas as correntes afirmam que Cristo voltará, mas a divergência existe quando ocorrerá este evento. Ser pré, meso ou pós tribulacionista não nos torna inimigos, apenas diferentes em um ponto de vista. Mas o fato de termos nossas diferenças, óbvio que apenas um estará correto. Temos essas divisões porque na Bíblia não existe uma revelação tão clara em relação ao tema, se houvesse certamente não encontraríamos tantas divergências doutrinarias. O que leva no máximo ao erro teológico e não a heresia, mas vale ressaltar que esses temas são pontos de vista secundários da fé, se a volta de Cristo ocorre antes, no meio ou depois, o importante é estarmos convictos de que estamos firmes em Deus.

OS FALSOS MESTRES NÃO SÃO ZELOSOS

A falta de zelo denuncia os falsos mestres, pois as verdades essenciais da Palavra de Deus (ex: Justificação pela fé) são levadas como se fossem assuntos secundários. Eles fazem isso conscientes de seus atos e levam outros a fazerem o mesmo por pura ganancia, mas o verdadeiro cristão está comprometido com a verdade e consciente que o seu galardão está no céu, ao invés de agradar a homens falhos e pecadores (Mt 5.19; At 15.24). Somente os sinceros reagem contra as heresias (1 Co 11.19).

O motivo de muitos apostatarem da fé, é por causa da falta de consistência no ensino da Palavra, elevando-se os dogmas da igreja local, por isso não podemos estar de nenhuma forma presos a eles. Devemos colocar tudo em confronto com a Palavra de Deus (Jo 7.24; Ef 5.11). Os que ignoram essa tarefa conscientemente, evidenciam que não estão comprometidos com a verdade da Bíblia, foi isso que Jesus disse para os Escribas e Fariseus, devido a sua falta de zelo com a Palavra (Mt 15.9).

CARACTERÍSTICAS DOS FALSOS MESTRES:


- O orgulho ambicioso revela a sua completa incompetência, pois desejam buscar novidades, mas a verdade nunca muda, apenas os métodos que são usados;
- As falsas doutrinas geram uma ideia de intelectualismo esnobe, geram mais discussões que ação (Falsas doutrinas sempre geram debates intermináveis e excluem a ação da fé); 
- Exaltação ao ego do que a prática da humildade;
- Os falsos mestres não estão dispostos a aprender, mas querem ensinar;
- Apegados a dogmas sem conhecimento do que praticam.

Os falsos mestres têm a mente cauterizada, por causa disso não estão dispostos a ouvir, mas quando tem a oportunidade de ensinar logo jogo muda. Por causa desse exibicionismo, colocam sobre outros um peso que nenhum ser humano suportaria, mas fazem isso conscientes. Mesmo sabendo que não suportariam se estivessem no lugar do seu ouvinte, eles veem e sabem muito bem o que estão fazendo. Preferem proferir mentiras conscientes, tornando-se pessoas insensíveis e egoístas (Cf. 1 Tm 4.2).


A FALTA DO FRUTO DO ESPÍRITO

Os falsos mestres não têm o fruto do Espírito e nunca foram salvos, pois são cheios de soberba, nada sabem e ficam criando contendas que tem origem em suas invejas, divisões, difamações e em suas suspeitas malignas (Cf. 1 Tm 6.3-4). O verdadeiro salvo não é aquele que faz milagres ou expulsa demônios, uma coisa é falar em nome de Jesus, outra coisa é pertencer a Ele. Jesus disse que muitos vão dizer naquele grande dia que profetizaram, expulsaram demônios e fizeram maravilhas, mas de nada adianta fazer tudo isso se nossas obras não evidenciarem o caráter de Cristo em nossa vida (Cf. Mt 7.21-23). Os que são salvos naturalmente possuem o fruto do Espírito, pois Ele nos escolheu para dar fruto, e esse fruto deve permanecer (Cf. Jo 15.15-16).

O cristão salvo em Jesus Cristo deve manifestar as características descritas pelo Apóstolo Paulo em Gálatas 5.22-23:

• Amor

• Alegria
• Paz
• Paciência
• Bondade
• Retidão
• Fidelidade, 
• Mansidão 
• Domínio próprio

Os falsos mestres, apesar de possuírem aparência, seus frutos não provam que eles foram regenerados, poder ir a uma igreja não é sinônimo de salvação. As obras da carne são manifestas pela:

• Imoralidade sexual 
• Impureza 
• Libertinagem
• Idolatria 
• Feitiçaria 
• Ódio 
• Discórdia, 
• Ciúmes 
• Ira 
• Egoísmo 
• Dissensões
• Facções 
• Inveja; 
• Embriaguez
• Orgias e coisas semelhantes.


Quem pratica as obras da carne não herdará o reino de Deus, para ser salvo é necessário nascer de novo (Cf. Jo 3.1-3). O apóstolo Paulo advertiu em 2 Timóteo 4.3, que há chegar o tempo que pessoas não darão ouvidos ao verdadeiro ensino da Palavra. Isso só acontece porque o ser humano não suporta a verdade que confronta o ego do homem, e denuncia seus desejos pecaminosos e imorais. Por eles não aguentarem o verdadeiro ensino da Palavra, preferem procurar pessoas que satisfaçam o seu próprio desejo, e que lhes fale apenas o que gostam de ouvir. Para elas é melhor ouvir aquilo que apenas lhe agrada, um retrato das nossas igrejas infelizmente.

Uns podem dizer que não estamos mais na época dos apóstolos, e que a verdade da Palavra de Deus mudou, mas só podemos mudar os métodos quantas vezes forem necessários. O método que era usado no ensino a vinte anos atrás por exemplo, não é mais o mesmo de hoje, mas a verdade continua a mesma, ela não muda independe cultura, época ou religião.

SALVAÇÃO, UM ATO EXCLUSIVO DA GRAÇA DE DEUS


Quando pregarmos o evangelho puro e simples, será natural confrontar a malignidade humana, pois é o Espírito Santo que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Cf. Jo 16.8). Só existe um caminho para a vida eterna, esse caminho é Jesus Cristo, não podemos ser salvos pelas obras, a salvação é um ato exclusivo da Graça de Deus, do início ao fim (Cf. Ef 2.8-9). Não vem de nossas obras para que ninguém se glorie (Ef 2.9), para Deus nossos atos de justiça são como trapos imundos (Is 64.6). Se dependesse de nossas mãos só iriamos fazer o mal (Cf. Gn 6.5), o Apóstolo Paulo que sempre se reconheceu pecador (Rm 7.14-25), prioriza o ensino da salvação, que só pode ser dada por Deus e que não necessita da participação humana.

Todos os falsos mestres vão contra esse ensino, e vivem ensinando que somos merecedores, por isso precisamos nos “esforçar”. Aquele famoso jargão “o céu é tomado a força”, os que creem deste modo excluem a Graça de Deus. E esse discurso vem sendo aceito por grande parte público evangélico, porém só ganha ibope porque agrada aos seus ouvintes.

Em 2 Tm 4.4, vemos o motivo de muitos darem ouvidos a mitos. Se recusam a ouvir a verdade da Palavra, e não aceitam serem confrontados com as Sagradas Escrituras. Os falsos mestres vivem propagando ensinos errôneos, porque são pessoas gananciosas e usam de sua influência para propagar seus enganos que conduzem a perdição. Adoram usar os artifícios que Satanás usou para tentar Eva, e mascaram o seu erro para não serem desmascarados diante dos outros, seus ensinos são repletos de sedução e tentações ao engano (Cf. 2 Rs 21.9; Ez 13.10; Mc 13.22; At 20.30; 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.13; 1 Jo 2.26). 

As tentações que os falsos mestres usam são repletas de:

• Armadilhas Mundanas
• Adoração a deuses falsos - Ex 23.33
• Alianças pecaminosas - 34.12
• Prata e ouro - Dt 7.25
• Associações más - Js 23.13
• Idolatria - Sl 106.36
• Votos Violados - Pv 20.25
• Amizade com pessoas violentas - 22.25
• Zombaria - 29.8
• Avareza - 1 Tm 6.9

Devemos combater os falsos mestres para que a igreja não seja contaminada e evitar que levem alguns a apostatarem da fé. Os falsos mestres são más companhias para os cristãos, pois as Escrituras nos advertem sobre os perigos que eles trazem:

• Prejudicaram a Ló - Gn 13.12-13
• Prejudicaram a Israel - Nm 11.4
• Foram armadilhas para Josafá - 2 Cr 18.1; 19.2
• Corrompem os bons costumes - 1 Co 15.33
• Devoraram a força de Efraim - Os 7.9


ARROGÂNCIA, UMA CARACTERÍSTICA DOS FALSOS MESTRES

Você quer reconhecer um falso mestre? Saiba que a arrogância é um ponto a se analisar. Eles são assim porque não são convertidos, que explica o fato de encontramos nas nossas igrejas pessoas convencidas da sua religião e não pessoas convertidas. Por causa da arrogância, eles se manifestam como pessoas insubordinadas, enganadoras, corruptas quanto à moral e gananciosas quanto a sua motivação. 

Assim eram os falsos mestres descritos pelo Apóstolo Paulo em Tito 1.10. Eles em primeiro lugar eram judaizantes, pois enquanto os presbíteros se colocavam debaixo da autoridade das Sagradas Escrituras, os falsos mestres não se sujeitavam a ela e faziam isso com palavras insolentes e vazias.

Outro ponto que vale destacar é a negação a obedecer a sã doutrina e a liderança constituída em uma igreja, além serem enganadores, têm uma vida toda errada, com um conjunto de doutrinas falsas. Enquanto a palavra deles não edifica a ninguém, ainda levam outros ao erro, ao invés de conduzir a verdade que converge na pessoa de Jesus Cristo.

Negam a justificação pela fé, contrariando o ensino da Palavra de Deus (Rm 5.1). Muitos ficam pregando que para ser salvo tem de pagar o preço, mas a salvação é pela Graça, não vem de nossos esforços, é dom de Deus (Cf. Ef 2.8). Tudo é pela Graça de Deus (2 Co 12.9).

A INFLUÊNCIA DOS FALSOS MESTRES (Tito 1.11)

Dentro desse texto vale a pena destacar três fatos:

ERAM PROSÉLITOS

Eram proselitistas no ensino, eles iam de casa em casa espalhando o seu engano na tentativa de conseguir novos convertidos. Traziam confusão ao invés de transformar vidas. Eles eram tão perdidos que não iam atrás dos pagãos e nem dos perdidos, mas queriam converter os que já professavam a fé cristã para tirá-los da sã doutrina. O que vemos hoje não é diferente, muitos grupos pseudos-cristãos e sectários tentam fazer o mesmo em nossos dias. Por isso devemos nos atentar e estarmos prontos para combatê-los.

• ERAM CORROMPIDOS EM SUA MORAL

A influência desses falsos mestres era tão grande que eles estavam corrompendo casas inteiras, por ocasião de seu péssimo exemplo sobre a vida familiar. E como os primeiros cristãos se reuniam em casas, eles não estavam pervertendo apenas famílias, mas destruindo as igrejas com suas doutrinas, produzindo perversão, escravidão e morte, diferente do evangelho que traz vida, santidade e liberdade.

ERAM GANANCIOSOS EM SUA MOTIVAÇÃO

Eles andavam de casa em casa propagando as suas heresias, interessados apenas no dinheiro, estavam usando a religião para encher os seus bolsos, e não tem sido diferente hoje. Temos muitas igrejas, onde moro por exemplo tem uma a cada esquina, mas poucas são as que pregam o verdadeiro evangelho. 

Os falsos mestres trabalham com metas, números e não com pessoas, transformando a igreja em uma empresa, por causa disso vemos muitas pessoas morrendo na fé. A ordem do Apóstolo Paulo diante disso, é silenciar essa gente. Este era um termo extremamente forte, cujo sentido refere-se a um tipo de mordaça usada para manter fechada a boca dos cães ferozes.


O CUMPRIMENTO DAS SAGRADAS ESCRITURAS

Os falsos mestres são o cumprimento das Sagradas Escrituras, pois eles sempre existiram no Antigo Testamento (Cf. Êx 32.8; 2 Rs 18.19; Is 9.13-17; Jr 5.31; 14.14; 23.30-32). No Novo Testamento, encontramos diversas advertências sobre os falsos mestres que estavam infiltrados na igreja pervertendo o evangelho de Cristo, isso é apenas um dos sinais do final dos tempos (Cf. Mt 24.4, 5,11; At 20.29,30; Gl 1.6-9; Fp 3.2; Cl 2.4-23; 2 Ts 2.1-3; 1 Tm 1.3-7; 4.1-3; 2 Tm 3.1-8; 1 Jo 2.18-23; 2 Jo 7-11; Jd 3,4).

Em 2 Pedro 2.1, vemos que os falsos mestres estavam infiltrados na igreja, e ensinavam doutrinas de caráter duvidoso, Jesus nos alertou sobre o surgimento deles (Cf. Mt 24.4,5), eles só vem ganhando espaço porque a maioria dos crentes estão aceitando todo tipo de doutrina. Os falsos mestres propagam doutrinas destruidoras que negam a fé, como por exemplo: maldições hereditárias, campanha dos revoltados, confissão positiva etc.

Quem propaga essas doutrinas não merece nem ser chamado de cristão. Vejo algumas pessoas insistirem em chamar de irmão gente que crê em doutrinas estranhas, mas pela Escritura não são. Todo aquele que foge da doutrina de Cristo, vai além do que está escrito na Palavra (2 Jo 2.9). Na verdade estão sob a influência do espírito do anticristo (1 Jo 2.18; 4.3).

A CRUELDADE DOS FALSOS MESTRES


Os falsos mestres apesar de possuírem boa aparência, são pessoas cruéis, porque eles introduzem na igreja heresias destruidoras de forma oculta e sigilosa. Com suas falsas filosofias e sofismas, enganam a muitos, e essas heresias infelizmente levarão muitos a condenação eterna (2 Pe 2.1). Assim podemos classificar alguns movimentos 'evangélicos' que se intitulam “cristãos”, como seitas.

A palavra heresia no grego (αιρεσις) hairesis, que significa uma escolha. Assim, “uma heresia é, estritamente, a escolha de uma opinião contrária àquela geralmente acolhida; por essa razão, transferida ao corpo daqueles que professam suas opiniões e, portanto, formam uma seita”.

O propósito desses movimentos sectários é propagar doutrinas que vão de confronto com a Palavra de Deus, criando divisões e causando grandes estragos na obra de Cristo, eles negam a Deus (Jd 4), e acabam cometendo o famoso pecado para a morte descritos em 1 João 5.16.


PECADOS PARA MORTE E A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO

O pecado para a morte descrito por João, faz referência a blasfêmia contra o Espírito Santo, que vai além de atribuir as obras de Deus a Satanás. Seu conceito envolve uma obra intencional e provocadora ao nome e a obra de Deus, através de palavras e atos (Cf. 2 Rs 19.3,6,22; 18.22).

Os pecados para a morte descritos por João, os comentaristas diferem muito na forma de pensar sobre o pecado que conduz a morte, e se essa morte era física ou espiritual. Alguns cristãos morreram porque tomaram a Santa Ceia indignamente (1 Co 11.27-30), e Ananias e Safira morreram quando mentiram para Deus (At 5.1-11). A blasfêmia contra o Espírito Santo na Bíblia, está intimamente ligada ao pecado para a morte, pois o seu resultado é em morte espiritual (Mc 3.29).

No Novo Testamento, este pecado também está relacionado com homens e uma injuria a sua reputação. Algumas pessoas hoje pensam que esse pecado não pode ser cometido, mas se enganam. O ato de resistir a ação do Espírito para se manter na incredulidade é uma forma de praticar esse pecado (cf. Jo 3.18; At 7.51; Hb 6.4). O ato de atribuir a obra do Espírito a Satanás, é apenas um reflexo da rejeição a Cristo, por isso as pessoas que cometem esse pecado já não podem mais ser renovadas para arrependimento (Hb 6.4).

HEBREUS 6.4 E SUAS CONSIDERAÇÕES

Sobre o texto de Hebreus 6.4, os teólogos divergem, e é o principal texto usado para fundamentar a perda da salvação. Se ele for tomado desse modo, entraremos em contradição, pois Pedro negou a Cristo, mas ainda assim voltou. O autor aos hebreus, fala a um grupo de judeus incrédulos que estavam voltando ao judaísmo, não é à toa que no v. 9, vemos uma clara distinção de cristãos verdadeiros para cristãos nominais. 

O simples ato deles se manterem na incredulidade, já manifesta o pecado de blasfemar contra o Espírito Santo, que é o ato de resistir ao Espírito (At 7.51). Resistir ao Espírito é negar a obra de Deus, por isso é um pecado que pessoas cometem conscientes. Por isso que o escritor aos hebreus diz que as pessoas que cometem esse pecado, não é mais possível serem renovadas para o arrependimento (Hb 6.4-6).


ANÁLISE DE 2 PEDRO 2.1

Para não restar dúvidas, precisamos avaliar um ponto importante em 2 Pedro 2. Os falsos mestres são promotores de falsas doutrinas e por isso são tão perigosos. Nesse texto, o Apóstolo Pedro denuncia o método que os falsos mestres usam para propagar o seu ensino, não é à toa que são chamadas de heresias destruidoras. Eles não anunciam com a aparência real, mas maquiam o seu erro para serem aceitos na igreja. As heresias dos falsos mestres tinham como características a negação do Senhor Jesus Cristo, por isso Pedro afirma que trazem sobre si a sua própria destruição. As características principais dos falsos ensinos são descritas pela:

Negação da inspiração da Bíblia
Exaltação do homem 
Negam a morte vicária de Cristo
Negam a justificação pela fé
E outros a realidade de um julgamento

Segundo ponto que vale destacar "...chegando a negar o Soberano que os resgatou.." 

Muitos confundem os falsos mestres com cristãos verdadeiros ao pegar esse texto isolado. Eles negaram o Senhor que os resgatou no sentido de rejeitarem o sacrifício de Cristo, o que na expiação ilimitada é conhecido como redenção obtida, diferente da redenção aplicada. Isso não significa que eles foram salvos e "perderam a salvação". Digo isso por dois motivos, eram falsos mestres e introduziam heresias destruidoras, e como sabemos isso não é atitude de um cristão verdadeiro.

UM CRISTÃO PODE PERDER A SALVAÇÃO?

Esse assunto divide opiniões, principalmente entre os teólogos que fazem debates intermináveis sobre o tema. Não quero entrar muito no mérito da questão, mas vou colocar apenas meu posicionamento, pense e análise por você mesmo, baseado na Palavra se isso pode ocorrer com um cristão.

Eu não creio que um salvo pode perder a salvação, pois quando somos salvos por Jesus, nossa vida é transformada. Ele nos escolheu para frutificarmos (Jo 15.16), se não haver fruto, não houve conversão. Já os apóstatas apenas evidenciam que nunca foram convertidos (Cf. 1 Jo 2.19; 2 Jo 1.9), pois quando há conversão não somos nós, mas o Senhor quem completa a obra que ele começou (Fp 1.6).

O SALVO

Persevera na doutrina (2 Jo 1.9).
Os cristão verdadeiro não apostata, pois Cristo completará a obra que ele iniciou (Fp 1.6).
Está selado com o Espírito Santo para o dia da redenção (Ef 4.30).
O cristão verdadeiro nunca apostata (Sl 44.18-19).

CARACTERÍSTICAS DOS APOSTATAS


Nunca pertenceram a Cristo (1 Jo 2.19)
Não perseveram na doutrina (2 Jo 1.9)
Nunca conheceram a Cristo (Mt 7.21-23)
Cristo fará separação no último dia (Mt 25.33).


APOSTASIA DIFERE DE IGNORÂNCIA

Muitos confundem apostasia com falta de conhecimento. Mas a apostasia, é caracterizada por uma rejeição deliberada a Divindade de Cristo (Cf. 1 Jo 2.22-23; Jd 4), e a sua morte expiatória (Fp 3.18; 2 Pe 2.1; Hb 10.29), diferente de ignorância sobre um tema.
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Poe Flávio G. Souza

Por causa da desobediência de Adão, o pecado foi transmitido a toda raça humana, pois ele era nosso representante legal. Em consequência da queda, todos os seres humanos nascem pecadores desde o ventre (Sl 50.5; Rm 3.23).

Mas apesar de sermos pecadores, merecedores do castigo de Deus, Ele ainda nos amou, essa é a causa de O amarmos (1 Jo 4.19). Mas como servos de Cristo, precisamos manter nosso pensamento nas coisas que são do alto, almeje as coisas do céu, não no terreno e passageiro. Não se contente com as coisas do mundo, se nossa esperança em Cristo for somente nesta vida, somos os mais miseráveis de todos (1 Co 15.19).

SOMOS FILHOS DE DEUS POR ADOÇÃO

Deus nos adotou e formos declarados justos diante dEle, por intermédio da fé em Jesus (Rm 5.1). Quando acreditamos no sacrifício de Cristo e o reconhecemos como Senhor, somos chamados de filhos de Deus por adoção (Jo 1.12; Gl 4.5). É Deus quem nos justifica (Rm 8.33), não somos mais passiveis de condenação, pois Jesus Cristo é nosso advogado diante do Pai (Rm 8.34; 1 Jo 2.1).

A Lei que nos condenava, foi cravada na cruz, Jesus pagou os nossos pecados de uma vez por todas:

Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.

Cl 2.14

Pela fé, é possível fazer parte da família de Deus e desfrutar do privilégio de chamar e considerar como irmão os que creem na pessoa e obra de Cristo (1 Ts 2.14). Somos filhos por adoção em Cristo Jesus (Ef 1.5). Isso revela o passado e presente dos cristãos, fomos criados para viver em comunhão com Deus (Gn 1.26; At 17.28), mas por causa do pecado no Éden, perdemos esse privilégio. Ainda assim, Deus pela sua misericórdia e compaixão, nos salvou sem exigir nada (Ef 2.8-9; Tt 2.11. Jo 1.12), foi segundo a Sua vontade soberana (Ef 1.6).


MARAVILHOSA GRAÇA

Cristo resgatou os que estavam escravizados pecado e deu uma adoção filial, que supera a jurídica, mediante o Espírito (Gl 4,4-7; Rm 8,14-29; 2 Pe 1,4). Devemos viver portanto, como filhos de Deus (Fl 2,15-16; 1Pe 1,13-17), aceitando Sua correção (Hb 12,5-11; Lc 15,11-32). Na oração devemos importuná-lo como a um Pai (Mt 6,7-15; 7,7-11). Ele nos salvou para frutificarmos (Jo 15.16), e a árvore que não da fruto é cortada (v. 2). De Deus veio a Graça salvífica (1 Pe 5.10), é Ele quem nos concede (Sl 84.11; Tg 1.17), por meio do Espirito Santo que é o Espirito da Graça (Zc 12.10; Hb 10.29). 

Quando Cristo estava na terra para cumprir sua missão, o Espirito da Graça estava sobre ele (Lc 2.40; Jo 3.34). Jesus falava as palavras da Graça (Sl 45.2; Lc 4.22), por isso necessitamos depender dele (Jo 1.14). Essa Graça é dada somente por ele (Jo 1.17; Rm 5.15; 1 Co 1.4)., e foi predita pelos profetas (1 Pe 1.10), reveladas por meio do Filho de Deus, Jesus Cristo (Ef 2.7).

Essa graça é descrita na Bíblia como: 
Gloriosa (Ef 1.6), Grandiosa (At 4.33), Multiforme (1 Pe 4.10), Rica (Ef 1.7; 2.7), Soberana (Rm 1.21), Superabundante (2 Co 9.10), Totalmente suficiente (1 Co 12.9), Transbordante (Rm 5.15, 17, 20), O evangelho é a declaração da Graça (At 20.24,32).

É descrita como a fonte:
Da chamada de Deus (Gl 1.15), Consolação (2 Ts 2.16), Do perdão (Ef 1.7), Eleição (Rm 11.5), Esperança (2 Ts 2.16), Fé (At 18.27), Justificação (Rm 3.24; Tt 3.7), Salvação (At 15.11; Ef 2.5,8). É necessária na obra de Deus completada nos santos por meio da graça (Hb 12.28; 2 Ts 1.11-12). É a herança das promessas só por meio da Graça (Rm 4.16). A fé é a causa da nossa justificação, não é por obras humanas (Rm 4.4-5; 11.6; Gl 5.4).

Ela é especialmente conferida:
Aos ministros (Rm 12.3,6; 15.15; 1 Co 3.10; Ef 3.7).
Aos humildes (Pv 3.34, com Tg 4.6).
Aos que andam em justiça (Sl 84.11).
Não deve ser recebida em vão (2 Co 6.1).

Devemos orar por graça:
A nós mesmos (Hb 4.16).
Aos outros (2 Co 13.14; Ef 6.24).
Cuidado para não nos excluirmos da Graça (Hb 12.15).
Pela sua manifestação e em outros deve motivo de alegria (At 11.23; 3 Jo 3,4).
Manifestação em especial na volta de Cristo (1 Pe 1.13).
Não devemos abusar da Graça (Rm 3.8; 6.1, 15)
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