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Por Flavio G. Souza

Recentemente, o pastor Kleber Lucas virou motivo de chacota na internet, por uma crítica feita ao louvor “Alvo mais que a neve”. Você certamente já deve ter visto algum vídeo ou charge envolvendo o tema, o que mais assusta nisso é o fundamento apresentado por esses novos “Luteros”. 

A Bíblia é o manual de fé e pratica do cristão, a pessoa que se deixa levar por essa teologia social, olha a Escritura com uma ótica hermenêutica distorcida da verdade. Por exemplo, quando Davi escreveu no Salmos 51.7:

Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve. 

A ideia não é um racismo estrutural por parte do tradutor, o Hissopo era uma planta usada para borrifar água ou sangue sobre pessoas ou objetos em cerimônias de purificação (Cf. Lv 14.1-7; Nm 19.16-19). Aqui, a cerimônia de purificação é uma figura de linguagem sobre o perdão e a restauração espiritual. 

Se de fato existisse o suposto “racismo”, toda a Escritura precisaria ser atualizada, e é esse o objetivo desta teologia social, como vamos interpretar Isaías 1.18, com essa lente hermenêutica? 

O louvor Alvo mais que a neve trás a ideia de sermos puros diante de Deus, livres de toda imundícia, ou seja, separados do pecado, significa viver uma vida de santidade. Ser alvo mais que a neve para o cristão pode ser definido pelo ato de viver uma vida moralmente limpa, de obediência a Deus e de amor ao próximo. Ela é realizada por meio da nossa fé no poder da morte de Cristo em nosso lugar e pelo nosso arrependimento dos pecados (Ef 5.26-27; Tt 2.14; Hb 1.3; 1Jo 3.2-3).

Pense nisso.

Sola scriptura.

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Após Deus ter se revelado em Jesus Cristo, ter estado entre nós e transmitido ao vivo a sua Palavra, após os apóstolos terem registrado esta mensagem de maneira infalível e suficiente nas Escrituras, pergunto qual a necessidade de profecias encenadas e atos simbólicos para que Deus nos fale através deles?

Se alguém não entende a fala de Deus registrada claramente na Bíblia vai entender através do simbolismo ambíguo de gestos e encenações de gente que alega falar no nome dele? Sola Scriptura!

Os dois únicos "atos" que Jesus mandou sua Igreja realizar foi o batismo e a Ceia. Ágabo amarrando a Paulo como símbolo de sua prisão em Roma foi um ato:

(1) voltado para o futuro de um indivíduo e não da igreja ou do país,
(2) só aconteceu uma vez,
(3) não iniciou nenhum ministério de atos proféticos durante os cultos nas igrejas, 
(4) não foi imitado por mais nenhum profeta, de acordo com Atos e as cartas dos apóstolos e,
(5) aconteceu literalmente como ele havia dito.

Autor: Augustus Nicodemus Lopes.
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Um dia fui questionado por um amigo em um grupo sobre a passagem de Josué 10, onde temos o relato que o Sol parou. É um tema difícil, pois envolve o polêmico debate sobre a seguinte questão: foi o Sol que parou ou a Terra? Quero ressaltar que vou expor apenas o meu ponto de vista, analisando os textos Sagrados para extrair o que realmente a Bíblia nos diz sobre o tema.

 1. FÉ E CIÊNCIA SE CONTRADIZEM?

Ainda hoje entre os cristãos, predomina-se o extremismo de que ciência e fé são incompatíveis, mas isso é um equívoco grave, pois elas são perfeitamente compatíveis. Assim como existem alguns cristãos radicais que demonizam a psicologia, tem os que afirmam que a ciência e a fé são incompatíveis.

Se formos levar isso ao pé da letra, devemos então descartar toda a história, inclusive parte da reforma protestante. Graças a reforma, houve uma contribuição grande às ciências sociais e ao ensino, prestando um importante serviço de popularização de alfabetização à todos de forma gratuita. A palavra psicologia, por exemplo, é atribuída a Philip Melanchthon (1497-1560), colaborador de Martin Lutero. O movimento da reforma protestante foi além dos aspectos no âmbito religioso, pois influenciou o contexto educacional do século XVI.

Graças a reforma, quebrou-se o pensamento de que o universo não podia ser descoberto. Pois antigamente os livros eram todos escritos a mão, e um dos efeitos da reforma foi a criação da imprensa em 1450 d.C. Por meio dela, as idéias e os conhecimentos eram espalhados com maior rapidez do que antes. A mente humana foi assim ainda mais despertada e fortificada para futuros empreendimentos, o maior dos quais veio a ser a Reforma Protestante. 

A Reforma não teria ocorrido enquanto os livros tivessem de ser escritos à mão. A imprensa divulgou os livros que despertaram a mente humana e aprofundaram as pesquisas da verdade. As descobertas geográficas provocaram a rápida expansão do comércio e da indústria e despertaram em todas as nações europeias veemente desejo de colonização. Na esfera política, a nova fase manifestou-se num rápido desenvolvimento da vida nacional e do poder político, tanto na França como na Espanha e na Inglaterra. (NICHOLS, 2000)

2. A TERRA É PLANA? QUAL MODELO A SE ACREDITAR?

Não amigo, a Terra não é plana assim como alguns militantes andam afirmando. Primeiro ponto a ser considerado é sabermos a proposta da Bíblia. A Bíblia não se propõe em ser um livro científico, que se preocupa em dar detalhes de como funciona os fenômenos físicos e naturais, pois é necessário considerar que os autores escreveram a partir do ponto de vista do observador.

Por exemplo, se você estiver em um carro a 80 km/h, uma pessoa na calçada te verá a 80 km/h, porém você está parado em relação ao veículo. Da mesma forma que, se você estiver em um ônibus a 100km/h, caso você jogue seu celular na vertical, ele não vai parar no fundo do ônibus, mas cairá no mesmo lugar em que foi lançado, pois tudo está se movendo na mesma velocidade.

E assim foi com os escritores da Bíblia. Esse é um dos principais motivos da Palavra de Deus não se preocupar em dizer o formato da Terra, pois eles escreveram a partir do ponto de vista terrestre. Quando Josué escreveu que o Sol parou, disse isso porque do nosso ponto de vista ele se move. É um equívoco achar que a Bíblia é um livro científico que se preocupa em dar detalhes físicos e naturais.

Temos diversas pesquisas e descobertas que refutam esse conceito errôneo de Terra plana, mas vejo uns crentes fanáticos querendo refutar com experiencias empíricas. Nenhuma teoria é validada com experimentos empíricos, pois são baseados em nossos sentidos. 

2.1. COMO EXPLICAR O FATO DA LUA E O SOL SE DETER?

Para muitos, estes textos são provas incontestáveis de que a Terra não é um globo. Para os céticos, é uma imprecisão da Bíblia dizer que o Sol se deteve, mas Josué 10.13 não apresenta nenhuma contradição. O que vemos aqui foi um milagre, e milagre não se explica. Vi um vídeo do Drº Adauto Lourenço falando sobre o tema, e uma das explicações foi Deus ter parado todo o universo para realizar tal prodígio.

O milagre na Bíblia é caracterizado pela anulação momentânea das leis da natureza, visando a operação sobrenatural de Deus, para a glorificação de Seu Santo nome. A Bíblia diz que os últimos dias  serão caracterizados por "grandes milagres, sinais e prodígios e, com seu grande poder, haverá de punir os que rejeitarem o plano da salvação" (Jl 2.28-31). Milagre não se explica, ele vai além da lógica humana, contrariando todas as leis da natureza. Deus parar todo o universo não é nada comparado a seu grande poder, e isso não desmerece em nada a Bíblia ou a fé cristã.

3. CONTRADIÇÕES DA TERRA PLANA

Um terraplanista, na tentativa de refutar o modelo do globo, nega a física e tantas regras que foram descobertas, uma delas é a negação da gravidade.

Vamos entender então o que é a atração gravitacional: ela é exercida sobre toda a matéria que existe no universo. O ar, que é composto por diversos gases (78% hidrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases) se encontra disperso, formando a atmosfera da Terra e sofre a força gravitacional, que é formada naturalmente no centro de gravidade do nosso planeta. Tudo que é formado por matéria é atraído por ela: pessoas, objetos, animais e etc. Um pássaro voando no céu, também está, a todo momento, sendo atraído para a Terra, pois o ato de voar não o isenta dessa lei, que é a lei da gravidade. O que o faz continuar a voar são os movimentos de suas asas que, ao movimentá-las, fazem com que o ar passe por baixo delas, gerando um atrito vertical e mantendo ele voando a cada "batida de asas". Um helicóptero consegue se manter parado, sobrevoando determinada área devido ao movimento de suas hélices, e está a todo momento sendo atraído para a Terra, da mesma forma que o pássaro, mas aí surge uma questão: porque, (sendo que ele consegue se manter no ar, imóvel) quando a Terra gira na sua velocidade, que é de 1.670 Km/h, ele não vai de um lugar para o outro na superfície terrestre? Isso se dá pela força da gravidade! Ele, juntamente com a troposfera (camada mais densa e mais próxima da superfície terrestre) giram na mesma velocidade, acompanhando o constante movimento do planeta e sendo atraídos por ele ao mesmo tempo.

Se você negar a gravidade, como explicar o sistema de navegação inercial? Este sistema é amplamente usado em aviões, navios e smartphones, e ele só funciona por causa da rotação da Terra. Por exemplo, o GPS usado hoje em aplicativos como o Waze, se utiliza deste sistema para se localizar no mundo.

Temos também como um ponto convincente, o fuso horário. Por exemplo: se a Terra fosse plana, não haveria diferença de horário entre o estado do Rio de Janeiro e a região nordeste do Brasil. E, estranhamente, o Sol nasce mais cedo no nordeste brasileiro. Eu que trabalhei na aviação, em todos os vôos feitos é utilizado o horário universal coordenado (UTC), ele é necessário para não haver confusão de horários entre o continente Europeu e o restante do mundo.

E se mesmo assim você ainda estiver com dúvidas, como explicar as diferentes estações do ano no mundo todo? Se a Terra realmente fosse plana, não teríamos todas as diferenças climáticas que vemos no mundo. Usar a Bíblia como uma ferramenta para tentar fundamentar uma teoria da idade média é uma tolice sem fim, pois é deixado de lado um dos pontos de interpretação importantíssimos nos textos sagrados, que é o ponto de vista do observador.

A Bíblia não é um livro de ciência, ela não se preocupa em dizer se a Terra é um globo, plana, quadrada e etc, pois este assunto é subjetivo. Nada interfere na canonicidade das Escrituras e não nega a fé cristã. Então sejamos honestos e vejamos os fatos, baseados em experimentos reais e não em experimentos empíricos que estão sujeitos a falhas.

Autores: 
Flávio G. Souza, Allan R. F. Ferreira

Referência bibliográfica:
[1] NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. 11ª Ed. Editora Cultura Cristã, São Paulo, Pág. 149-150, 2000.
Por Flávio G. Souza

Em meio toda essa pandemia do COVID-19 e diversos conflitos políticos, afetando nossa sociedade, tenho visto alguns crentes agindo feito crianças mimadas.

Seja você esquerda, centro ou direita, saiba que como cristãos devemos orar pelos nossos governantes. Não é lícito ficar brigando por causa uma causa politico-partidária, isso além de fanatismo político, produz as obras da carne. O cristão não deve defender homens, e sim os valores contidos na Bíblia. O Apóstolo Paulo deixa claro que quem pratica as obras da carne não herdará o reino de Deus:

Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.

Você pode ter sua preferência política, não é pecado, e é seu direito. Estamos em uma democracia. Caso você esteja sendo levado por uma paixão doentia por políticos, repense seu cristianismo! Você já orou  pela sua nação hoje? Tem orado pelos governantes, para que façam as escolhas corretas, afim de conter e controlar essa pandemia? Orou pelo Senado e Congresso Federal?

A Bíblia manda orar pelas autoridades, pois elas foram instituídas por Deus:

Todos devem sujeitar-se às autoridades, pois toda autoridade vem de Deus, e aqueles que ocupam cargos de autoridade foram ali colocados por ele.

Romanos 13:1

Caso você não tenha votado no prefeito, governante ou presidente atual, ainda assim é sua obrigação orar por ele. Se o Haddad tivesse a ganhado a eleição de 2018, eu como cristão estaria orando, pois estamos todos no mesmo barco. Para agradar a Deus, precisamos orar pelos governantes e não desejar que façam uma péssima gestão, só porque não partilham de nossa ideologia política. Lembre, se você estiver em um voo, vai torcer para o piloto não conseguir pousar o avião? 

Siga a orientação que o Apóstolo Paulo escreveu em 1 Timóteo 2.1-2:

Em primeiro lugar, recomendo que sejam feitas petições, orações, intercessões e ações de graça em favor de todos, em favor dos reis e de todos que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida pacífica e tranquila, caracterizada por devoção e dignidade.

Ore para que os governantes façam um bom governo, e nas próximas eleições exerça seu direito democrático, votando em candidatos que contribuam para o bem da sociedade.

Graça e paz.
Pense nisso.
Por Flávio G. Souza

Cresceu-se muito o falso conceito de que estudar a Bíblia excluí a teologia, mas como separar se ambos estão intimamente interligados sinergicamente? Dizer que Teologia é o estudo sobre Deus é apenas um resumo de um tema tão complexo e profundo.

A teologia nos ajuda a compreender diversos aspectos da Palavra e da pessoa de Deus. E diferente do que os crentes modernos pensam, estudar teologia não esfria o crente. Os que se utilizam deste jargão geralmente ficam falando “Ah, mas a Bíblia diz que a letra mata, irmão cuidado com esse negócio de estudar teologia!.”. Entenda, quando o Apóstolo Paulo escreveu que a letra mata, estava fazendo um contraste da Antiga Aliança (Lei), com a Nova Aliança (Graça), não há nada contra o estudo teológico. 

Os crentes modernos baseados neste texto, carregados de preconceito sobre quem se dedica a aprender teologia, cismaram em fazer da Bíblia um livro de autoajuda. Um pastor moderninho recentemente disse que temos o mesmo DNA de Jesus, provavelmente ele se baseou no texto de Salmos 82.6, que diz:

“Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo.”

Como diz um ditado popular, texto sem contexto se torna pretexto, se pegarmos este versículo isolado, podemos tirar todo tipo de interpretação. O primeiro ponto a se considerar é, Salmos é categorizado como um livro poético do Antigo Testamento, e como todos nós sabemos, não se interpreta um texto poético no literal.

O salmista não disse que somos deuses, como se fossemos iguais a Deus, um dos aspectos da Teologia do Antigo Testamento explica este detalhe. Os governantes e juízes, representavam Deus ao executar juízo. Jesus por exemplo se utilizou desta mesma passagem para suas declarações de ser Deus. (Cf. Jo 10.34-36 Cp: Êx 4.16; 7.1).

Acerca da expressão: Vós sois deuses (6), eles eram filhos do Altíssimo quanto ao poder e responsabilidade dados a eles. Paulo descreve os magistrados humanos, no exercício da sua função, como guardadores da paz, como “autoridades [...] ordenadas por Deus” e “ministro[s] de Deus [...] Quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus” (Rm 13.1-6). Por causa do seu flagrante traição de confiança, esses juízes corruptos recebem a seguinte sentença: Como homens morrereis e caireis como qualquer dos príncipes (7). Seus cargos e posições não os salvarão da destruição. [1]
João Calvino fez a seguinte comentário acerca deste texto: “Deus investiu os juízes com um caráter e título sacros. Isso, o profeta admite; mas, ao mesmo tempo, ele mostra que tal coisa não propiciará nenhum apoio e proteção aos juízes ímpios. Ele não os introduz falando da dignidade de seu ofício; mas, antecipando o estilo de raciocínio que se dispõem a adotar, ele replica: “Se apelais para vossa dignidade como um argumento em vossa defesa, tal vanglória de nada vos valerá; sim, ao contrário, estais vos enganando por vossa tola confiança; pois Deus, ao designar-vos seus substitutos, não se despojou de sua própria soberania como supremo governante. 

Além disso, ele quer vos lembrar de vossa fragilidade como um meio de instigar-vos a executar com temor e tremor o ofício que vos foi confiado.” Este versículo pode também ser visto como sendo dirigido por Deus mesmo aos governantes, e como a insinuar que, além de os revestir com autoridade, ele lhes concedeu seu nome. Esta interpretação parece concordar com a linguagem de Cristo em João 10.34, onde ele fala dos que são chamados deuses a quem veio a palavra de Deus. A passagem, contudo, pode ser apropriadamente elucidada assim: Admito que sois deuses e filhos do Altíssimo. 

Mas isso não altera materialmente o significado. O objetivo é simplesmente ensinar que a dignidade com que os juízes são investidos não pode tornar-se uma justificativa para se escaparem do castigo que sua perversidade merece. O governo do mundo lhes foi confiado com base no discernimento distinto de que eles mesmos também um dia terão de comparecer perante o tribunal do céu para o acerto de contas. A dignidade, pois, com que são revestidos é só temporariamente, e passará com a aparência do mundo. (CALVINO, 2013)

O salmista está escrevendo contra os reis e juízes que eram responsáveis por executar o julgamento, eles haviam se corrompido aceitando pessoas ímpias (2), se tratando de um clamor pela má administração das autoridades. Ou seja, ser filho de Deus não nos torna iguais a Deus como um pastor coach disse, nem nos torna a “4ª pessoa da trindade” como já vi em um livro de cantor “cristão”, baseado em uma nova revelação. Entenda, somos filhos de Deus por adoção, portanto continuamos pobres, miseráveis e dependentes da Graça de Deus. Perfeição só encontraremos na eternidade.

Esses animadores de palco, insistem em dizer que precisa motivar as pessoas, mas qual a necessidade disso? O que custa pregar a verdade? Infelizmente o que vale é agradar, não caia nesse modismo, pregue a Palavra e não anestesie condenados ao inferno. Encher o ego dos ouvintes não produz salvação, e sim enganação.

Graça e paz.
Pense nisso.


Referência Bibliográfica:
[1] Comentário Beacon, Jó a Cantares, 1ª Edição, CPAD, 2006. Pág. 238. 
[2] CALVINO, João. Editora Fiel, Salmos Volume 3, 1ª Ed, 2013.

Por Augustus Nicodemus Lopes

Muitos perguntam isto. Temos que começar definindo o que é "música do mundo". Música feita por um não crente? Então, para sermos coerentes, não devemos usar nada que foi feito por um descrente: roupas, sapatos, óculos, carro, ônibus. Não podemos comer em restaurantes nem comprar um cachorro quente na esquina, se o dono do come-em-pé não for crente. Pois é tudo "do mundo".

Mas, se música "do mundo" é aquela que tem uma letra que vai contra os valores de Deus, letras que falam de traição, adultério, ciúmes, ódio, desejo de vingança, etc., então temos que considerar também como "do mundo" muita música "gospel" que tem letras com erros doutrinários graves, que pecam contra Deus do mesmo jeito. Heresia é pecado tanto quanto adultério.

Se música do "mundo" se referir ao ritmo - tipo rock, samba, hip hop, funk - aí temos outros problema, pois não existe como definir um ritmo que seja "santo" e outro que seja "mundano".

Eu escuto músicas feitas por artistas descrentes que tenham conteúdo bom. E sei que tudo o que é bom vem de Deus. Luiz Gonzaga tem muita música que fala das coisas do Nordeste, sem malícia ou maldade alguma. Por exemplo, "Asa Branca". Mais modernamente, para dar um exemplo, John Mayer compôs "Daughters" que tem valores muitos próximos dos cristãos. Roberto Carlos em algumas músicas é romântico sem ser malicioso.

Escolha bem. Na sua graça, nosso Deus deu dons e talentos até mesmo aos descrentes.

Fonte: https://www.facebook.com/286231964762555/posts/1662311587154579/?d=n
Por Flávio G. Souza

Este assunto infelizmente ainda vem sendo um tabu pela maioria dos cristãos que se fecham para tentar compreender o tema. Devido ao desconhecimento do assunto, muitos estão se portando como juízes "batendo o martelo" determinando quem vai para o céu ou inferno, mas a luz das Sagradas Escrituras somente Deus tem o poder de condenar e perdoar. Nosso papel é consolar, e não colocar um peso a mais dizendo que elas vão para o inferno. 

Antigamente entre os cristãos predominava o pensamento de que quem tinha depressão estava com demônios ou sofrendo alguma maldição familiar, e graças a Deus este tipo de pensamento tem caído. 

Muitos não sabem ainda, mas o suicídio mata mais que os homicídios, então porque ficar no pensamento fechado se portando como juiz lançando pessoas no inferno? Este não é o nosso papel! 

Nossa tarefa é consolar as pessoas que estejam sofrendo com crises de depressão e ansiedade, dizer que elas estão com demônio ou coisas do tipo é aumentar o sofrimento delas. Que possamos estar conscientes de que nosso papel é ajudar, para prevenir que mais pessoas com este desejo não venham concretiza-lo. Que vivamos o amor de Deus, demonstrando que elas são verdadeiramente amadas. 

Graça e paz.
Pense nisso.
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Por Flavio G. Souza 

Muitos "líderes" para amedrontar as pessoas com medo de serem contrariados, amam se utilizar desta expressão encontrada no Antigo Testamento, como se eles fossem os intocáveis por causa de uma posição eclesiástica.

Mas para realmente sabermos o sentido desta afirmação, precisamos entender o que representa a unção no Antigo e no Novo Testamento. 

Na antiga aliança quando alguém era ungido, isso representava que a capacitação do Espírito estava sobre determinada pessoa. Quando Samuel ungiu a Davi como próximo rei de Israel, o Espírito se retirou de Saul, pois o reinado dele tinha terminado.


Na Nova Aliança todos os crentes são os ungidos do Senhor (Cf. 1 Jo 2.20, 27), portanto não existe ninguém maior por causa de um título, o que eles têm são mais RESPONSABILIDADE com o trabalho que desempenham na casa de Deus. Não se deixe ser enganado por pessoas que utilizam do medo para dominar, Deus não trabalha no medo, mas aperfeiçoa nosso caráter através do amor derramado em nosso coração (Rm 5.5). 
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Por Flávio G. Souza

Já faz algum tempo, mas Paul Washer, um pastor norte americano ao falar que Deus odeia o pecado e também o pecador, devido a sua grande influencia no campo missionário tornou-se motivo de debate, alguns concordando, outros porém agindo de zombaria. Mas será que a Bíblia da apoio para essa afirmação ou foi um extremismo da parte do Paul Washer?

O texto usado para afirmar que Deus odeia o pecado e também o pecador é Salmos 5.5, que diz:

Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade.

Se o texto for interpretado de forma isolada, vamos ter infinitas interpretações em cima de um único versículo, e para que possamos extrair o que Davi quis expressar, é necessário analisarmos a cultura da época, motivação do escritor e o que ocorreu. Para obtermos essa informação, é necessário compreendermos o contexto histórico, para que fazer a exegese correta do texto. 

1. Motivação (Sl 5.4)

Quando Davi escreveu este Salmo, ele estava sendo fortemente oprimido pela crueldade de seus inimigos, e sentindo-se prejudicado, suplica para que Deus o socorra. Ele demonstra em suas palavras a sua indignação a propaganda fraudulenta dos inimigos que o rodeava, demonstrando o quão inconsistente seria o caráter de Deus caso eles fossem deixados impunes (Cf. v.4).

O caráter justo de Deus não pode deliciar-se com a maldade, nem mesmo em um único ato de mau comportamento. O mal que se refere este salmo é o pecado de caluniar os outros, fofocando e espalhando boatos sobre eles. Pessoas que mentem sobre os outros, na verdade, recebem algum prazer perverso de seus atos perversos. Dá-lhes um sentido de ser superior, ou melhor do que a pessoa que está sendo degradado ou caluniado. Ela desperta uma sensação de satisfação em seus desejos corruptos, e naturezas depravadas.[1]

2. Se Deus quer que todos se arrependam, como o ódio dele esta sobre a humanidade?

Usando a Bíblia de Jerusalém, fica muito mais claro o objetivo do salmista nesta tradução: "Tu não és um Deus que goste da impiedade, o mau não é teu hóspede; não, os arrogantes não se mantém na tua presença. Odeias todos os mal feitores." (Salmos 5.5-6). Então como conciliar essa passagem com outros das Sagradas Escrituras, que demonstram o amor de Deus pelos perdidos?
  • O pecado nos separa de Deus
O pecado foi o que separou a humanidade de Deus, quando Adão decidiu desobedecer. Para que fosse possível a humanidade voltar a Deus, Cristo teve de morrer em nosso lugar como nosso substituto (Is 53.10), sendo ele a representação do propiciatório (1 Jo 2.2). Derramando seu sangue para aplacar a santa ira de Deus, de modo a ser satisfeita a sua santidade e justiça, tendo como resultado o perdão do pecado e a restauração do pecador à comunhão.
  • Deus odeia a todos os que praticam o mal
A ira de Deus está sobre a humanidade por ocasião do pecado, mas Jesus Cristo como nosso substituto morreu, aqueles que creem em Jesus tem seus pecados perdoados por causa do sangue do cordeiro sobre a vida dos salvos (Rm 5.1; 1 Jo 2.1-2). Já aqueles que recusam a verdade do evangelho, sob estes a ira de Deus permanece, porque todos pecaram e destituídos estão da gloria de Deus (Rm 3.23), pois o pagamento pelo pecado é a morte eterna (Rm 6.23). Nossa justiça nunca será capaz de nos justificar, pois são trapos de imundícia diante de Deus (Is 64.6), e mesmo que cada ser humano morresse pelo seu pecado, afim de satisfazer a santa ira de Deus, ainda assim não seriamos dignos de ir para o céu, pois nossa dívida é impagável, não é à toa que Cristo usa uma hipérbole na parábola do credor incompassivo.
  • Autojustificação
Desde o princípio, o homem ao pecar contra Deus sempre procurou justificar suas más ações, vejamos alguns casos na Bíblia:
Adão ao comer da fruta proibida (Gn 3.12)
Arão ao fazer o bezerro de ouro (Êx 32.24)
Saul ao usurpar as funções do sacerdote (1 Sm 13.12)
Saul novamente por tomar o despojo proibido (1 Sm 15.21). 

Não existe justificativa para o pecado, ele é absolutamente inescusável (Rm 1.20), a autojustificação leva-nos a nossa própria condenação, pois não é capaz de trazer justificação ao homem (Jó 14.4; Sl 130.3; Pv 20.9; Ec 7.20; Ez 14.14; Rm 3.19). 

3. Como Deus ama e odeia ao mesmo tempo?

Como então vamos conciliar esses textos polêmicos com outros textos que afirmam que Ele nos amou (Jo 3.16; 1 Jo 4.19)? É possível Deus nos odiar e nos amar ao mesmo tempo, sendo esses sentimentos antagônicos? Os opositores desta concepção manipulam outros textos bíblicos na tentativa de refutar essa objeção. Mas é simples, o Apóstolo Paulo escreveu na carta aos romanos que nós eramos inimigos de Deus, mas Cristo morreu pelos pecadores nos reconciliando novamente com Ele, nós nos apropriamos deste benefício gratuitamente pela fé (Cf. Rm 5.1, 6, 10). 

Sem a Graça somos incapazes de fazer o bem e agradar a Deus (Rm 7.15), e se Ele quisesse nos condenar a morte eterna, continuaria sendo bom, justo e perfeito, mas por misericórdia enviou Seu Único Filho para salvar a todos os que creem. A ira de Deus vai ser derramada sobre todos os que se recusaram conhecer a verdade revelada em Jesus Cristo, por isso que a Bíblia fala dos vasos de desonra preparados para a destruição (Cf. Rm 9.22; 1 Tm 2.20-21). Ninguém vai poder dizer que é inocente, pois não se importaram em ter o conhecimento de Deus (Rm 1.28-32).


4. Ele rejeita os maus e arrogante: Não permitir-lhes viver em Sua presença ( v. 5 ).

A santidade de Deus não pode tolerar qualquer presença de pecado algum. Os pecadores não podem entrar em Sua presença (Sl. 24:3-5). Foolish (halal) significa, literalmente, para fazer brilhar, para louvar, para se vangloriar. Outras versões traduzem aqui como arrogante, orgulhoso, e arrogante. Este é o pecado de Satanás, que se exaltou acima de Deus (Is. 14.13-14). O orgulho é o pecado que está no topo da lista de sete abominações contra o Senhor (Pv. 6.16-19).
  • Ele odeia todos os malfeitores ( v. 5 ).
Algumas pessoas lutam com a afirmação de que Deus odeia os malfeitores. Eles não entendem como Deus pode odiar ninguém, especialmente à luz do ensinamento do Novo Testamento que denuncia ódio e compara-lo a matar (1 Jo. 3:15). O que deve ser entendido é isso: ódio ao pecado e os pecadores de Deus não é uma resposta emocional descontrolada. "O ódio de Deus não é uma explosão irracional, mas a resposta moral de Deus para a nossa imoralidade, ou, aqui, para aqueles que fazem o mal." De Deus emoção sincera para com os pecadores é o amor, o amor que foi demonstrado no sacrifício de Seu Filho para nossa pecados (Jo 3:16; Ro 5:8). O ódio é a resposta de Seu caráter justo para com o pecado, a resposta de Sua natureza santa contra aqueles que continuam em rebelião contra ele.[2]

5. Conclusão

O ódio de Deus sobre os arrogantes faz referencia a aqueles que vivem uma vida de pecado como se Deus não existisse, pois habitamos no mundo feito por Ele, onde tudo vem dEle. Portanto não é uma contradição o texto de Salmos 5.5 com os textos do Novo Testamento, se tratam apenas de versículos de difícil interpretação. O amor de Deus tem limites, pois Ele também é justiça, Cristo morreu em nosso lugar, sendo a causa meritória da salvação (Sl 89.14).

Pense nisso

Graça e paz
Deus abençoe

Referencia Bibliográfica:
[1] Bíblia de esboços e sermões - Salmos, Vol. 1. Pág; 74.
[2] Ibid.

Bíblias Utilizadas:
Bíblia de Jerusalém
Bíblia de Estudo Thompson
Bíblia de Estudo NVT
Bíblia KJA
Muita gente fala em buscar a "unção"... mas, o que "unção" significa na linguagem do Novo Testamento? Segue abaixo meu comentário em 1Jo 2:20 (tirado do meu livro Comentário a 1 João, da ECC):⠀

"E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento (2.20)".⠀

"Tem havido muito debate sobre a natureza desta unção que o cristão recebe e lhe dá conhecimento. Entendemos, porém, que João se refere ao Espírito Santo como a unção que o cristão recebe de Cristo, por vários motivos. “Unção”, no Antigo Testamento, era o resultado do derramar de óleo ou azeite sobre determinadas coisas para separá-las para Deus (ver Ex 40.9,15). 

A unção a que João se refere é o Espírito Santo, pois: 
(1) Jesus Cristo foi ungido pelo Espírito Santo por ocasião de seu batismo no Jordão (At 10.38); 
(2) Cristo é o Ungido (Dn 9.26), o “Santo” (cf At 4.27,30) que ungiu os crentes com este mesmo Espírito, quando se converteram ao Evangelho da verdade (Ef 1.13), desta forma separando-os e consagrando-os para Deus; 
(3) Esta unção ou selo, que é a presença do Espírito nos crentes, é a defesa contra o erro religioso propagado pelos anticristos, pois o Espírito ilumina, guia e sela o cristão na verdade (Jo 15.26; 16.13), dando-lhes o verdadeiro conhecimento de Deus."⠀



Não faz sentido os crentes estarem buscando "unção" como se fosse algo distinto do próprio Espírito Santo. Fico a impressão que muitos falam da "unção" como um poder místico que vem de Deus para capacitá-los a serem vitoriosos, felizes e poderosos...⠀

O que a Bíblia nos ensina é buscarmos a plenitude do Espirito, que é o seu domínio e controle sobre nossa vida, o poder da Sua presença para vivermos e servirmos a Deus.⠀

Autor: Rev, Augustus Nicodemus Lopes
Fonte: https://www.instagram.com/p/BwCLaU5hq6Q/
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Por Flávio G. Souza

Somos seres humanos falhos e pecadores, todos nós estamos sujeitos ao erro, pois o único que era perfeito foi o nosso Senhor Jesus Cristo.

Por causa de nossa religiosidade muita das vezes somos injustos com nossos semelhantes, porque queremos exigir perfeição onde não existe. Por isso precisamos perdoar, pois se não perdoarmos não seremos perdoados, Jesus deixou isso claro na parábola do credor incompassivo. Davi por exemplo era um homem segundo o coração de Deus (Cf. 1 Sm 13.14), adulterou e matou Urias, mas ao tentar esconder seu pecado a mão do Senhor pesava, porém ele se arrependeu e foi perdoado (Cf, Sl 32), todavia as consequências permaneceram.

Quando pensamos que podemos esconder nosso pecado, morremos espiritualmente. Assim aconteceu com Davi ao encobrir seu erro, pois a convicção do pecado e a correção do Senhor pesava sobre ele (Cf. Sl 32.4; 38.2,10). Pena que esses assuntos são muito pouco abordados em nossas igrejas, pois a teologia da prosperidade com seus discursos motivacionais ganhou grande força entre os crentes modernos.

O perdão bíblico

Quando cairmos em algum pecado devemos pedir perdão a Deus, e é necessário nos perdoarmos, pois o sacrifício de Cristo é perfeito, ele abrange os pecados do passado, presente e futuro (Hb 10.1). Se somos discípulos de Jesus, podemos até cair pois é natural da natureza humana, mas a Graça de Deus é quem nos sustenta e é ela que nos levanta quando caímos em alguma falta.


E da mesma maneira que somos perdoados por Deus, assim devemos perdoar os nossos devedores, pois assim nos ensinou Jesus na parábola do credor incompassivo (Mt 18.21-35). Também temos o caso da mulher adultera, ela não precisou fazer uso da hipnose 'evangélica', regressão, e muito menos confessar com quem pecou e quantas vezes vendeu o seu corpo. O perdão de Jesus é simples "E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais." (Jo 8.11). Deve-se lembrar que quando ofendemos alguém, é uma obrigação confessarmos a Deus e a pessoa lesada (Tg 4.16).

Conclusão

Devido a falta do ensino genuíno da Palavra de Deus em nossas igrejas, vemos muitas pessoas presas no engano, pois pensam que quando ofendem a alguém com suas atitudes só devem pedir perdão a Deus e assim "resolvido o problema". Mas o perdão bíblico nos confronta e nos obriga a pedir desculpas a quem nós lesamos por ocasião de nossa má conduta. E por causa da negligência deste ensinamento nas nossas igrejas, encontramos muitas pessoas amarguradas, porque foram feridas por gente que se diz seguidor de Jesus. Se você cometeu algum erro com seu próximo e não pediu perdão, é necessário se desculpar com o ofendido, pois além de estar se curando emocionalmente, cumprirá o que a Bíblia diz.

Pense nisso.

Graça e paz.
Deus abençoe.
Por Flávio G. Souza

Ultimamente temos visto a grande mídia em geral promovendo uma ampla propagação sobre o que é conhecido por "ideologia de gênero".

Essa teoria nasceu a partir de laboratórios sociais das principais universidades do mundo, ensinando que a sexualidade não passa de uma construção social.

Os defensores da ideologia de gênero promovem conceitos com propósito de destruir a família e causar a inversão de valores na sociedade, para assim afrontarem a fé judaico-cristã, que é majoritariamente conservadora. Segundo a ideologia de gênero, ninguém nasce homem nem mulher, mas neutro, para que assim no futuro essa pessoa venha se decidir sobre sua "sexualidade".

Antigamente os defensores da agenda progressista falavam que a pessoa já nascia nessa condição, mas hoje, é pregado que a ela se torna. O quão confuso é todo esse movimento, toda hora estão mudando de pensamento, e nunca possuem uma ideologia sólida e firme por ocasião do relativismo.

1. O que é a ideologia de gênero?

A ideologia de gênero procura desconstruir os papeis dos sexos masculino e feminino, visando destruir a família tradicional e descontinuar o casamento. As Sagradas Escrituras nos ensinam que esse pecado provoca graves consequências ao ser humano, que acaba sofrendo males devido a sua desobediência (Rm 1.27).

2. A relativização das verdades bíblicas

Os adeptos da ideologia de gênero dizem que o sexo biológico não é um fator determinante para o papel masculino e feminino, ou seja, alguém que nasceu com o sexo biológico masculino, pode desejar desenvolver comportamento típico de mulher e vice-versa.


Para eles, o desejo sexual e o gênero, não estão relacionados com o sexo. Desta maneira a identidade de gênero e a orientação sexual, são construídos ao longo da vida. Mas a Palavra de Deus nos adverte severamente perante esse comportamento, o homem não pode confrontar o Criador criando sua "verdade", isso é uma afronta a Soberania de Deus (Rm 9.20).

3. A criação de Deus e sua verdade imutável

Deus ao criar o ser humano, o fez conforme a sua imagem e semelhança, formando-os como seres sexuais, isto é, homem e mulher (Gn 1.27), e por meio de sua sexualidade deveriam povoar e governar o mundo. [1]

Deturpar esse conceito, é destruir um ponto central da sexualidade humana, pois ela ocupa um lugar central na identidade do ser humano. É impossível um ser humano ir contra uma verdade comprovada nas Sagradas Escrituras, somente o relacionamento heterossexual tem a capacidade de gerar filhos, isso é uma verdade universal.

A intimidade sexual uniu o primeiro homem e a primeira mulher os tornando uma só carne, e ainda hoje a intimidade sexual tem mesmo efeito, pois ela envolve a pessoa como um todo, validando as relações sexuais como um compromisso mútuo de ambos. [2]

Embora a relação sexual tenha sido criada antes do pecado, ela foi deturpada pelas consequências do pecado, é uma força poderosa que pode ser corrompida com facilidade caso não seja devidamente canalizada (Cf. Lv 18; 1 Ts 4.3-8).[3]

3.1. A imagem e semelhança de Deus

No mundo antigo acreditava-se que uma imagem continha a essência do que representava. A imagem de uma divindade, mesma terminologia aqui empregada, era usada na adoração porque continha a essência daquela divindade. Isso não significava que a imagem pudesse fazer o mesmo que a divindade nem que parecesse com ela. Ao contrário, a obra da divindade era empregada por meio do ídolo. De modo semelhante, a obra de governar o mundo deveria ser desempenhada pelo homem, criado a imagem de Deus.[4]

Os seres humanos nascem pertencendo ao sexo masculino ou ao sexo feminino. O homem é designado como macho e a mulher como fêmea. Por conseguinte, não podemos alterar a verdade bíblica para acomodar a ideologia de gênero, pois a cultura permanece sob o julgamento de Deus (1 Pe 4.17).[5]

3.2. A verdade não muda independente de cultura

Deus estabeleceu sua verdade desde a eternidade, nada muda ela mesmo que nosso ponto de vista seja diferente, pois não podemos lutar contra a verdade (Cf. 2Co 13.8). Deus deixou claro, fez apenas dois sexos, macho e fêmea (Gn 1.27), uma verdade inalterável, que nossos conceitos e preconceitos jamais mudarão.

4. O casamento monogâmico

Deus ao instituir o casamento, ordenou ao homem deixar pai e mãe e se tornar uma só carne com a sua mulher (Gn 2.24), isso representa que a união monogâmica sempre foi parte do projeto de Deus para humanidade. Deus criou macho e fêmea, existe essa diferença porque um complementa o outro, pode-se mudar a cultura, sociedade e tudo o que for possível, mas a palavra do nosso Senhor permanece inalterável (Mt 24.35).

5. Conclusão

Os ativistas progressistas por diversas vezes quando confrontados com a verdade das Sagradas Escrituras, acusam seus opositores de termos pejorativos como por exemplo: fundamentalista, homofóbico e de outros diversos termos. Contra a verdade não há negociação. Se os cristãos não se unirem e permanecerem neste estado de inércia, a igreja vai se contaminar com essa modinha aprovando tudo, sem o respaldo das Sagradas Escrituras. Devemos respeitar as pessoas, isso é uma questão de ética, mas o fato de respeitarmos, não significa que vamos ser coniventes com práticas errôneas, lembre-se aquele que sabe fazer o bem e não faz, comete pecado (Tg 4.17).

Graça e paz.
Deus abençoe.

Referência Bibliográfica:
[1] Bíblia de Estudo Nova Versão Transformadora, Mundo Cristão, 2018.
[2] Ibid.
[3] Comentário Histórico-Cultural da Bíblia, John H. Walton, Victor H. Matthews, Mark W. Chavalas Pág. 33, 1ª Edição 2018, Edições Vida Nova. 
[4] Ibid. Pág. 34.
[5] Valores Cristãos, Enfrentado as questões morais de nosso tempo, Douglas Baptista, 1ª Edição, CPAD.
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Flávio G. Souza

A visão do G12 vem sendo amplamente propagada por algumas denominações, isso acontece porque a igreja de um modo geral é muito aberta a novidades. E essa liberalidade vem tirando de certa forma a centralidade da Palavra de Deus em nossos cultos, que ao invés de trazer liberdade aos cativos, traz escravidão aos que aderem aos dogmas de uma congregação.

Por ocasião dessa liberalidade aos modismos, tornou-se comum a propagação dos falsos ensinos presentes no movimento G12, como por exemplo: cobertura espiritual, quebra das maldições hereditárias, confissão positiva, teologia da prosperidade, só que claro de forma disfarçada. E o que mais me deixa triste é ver as pessoas ficando escravas dessas heresias destruidoras.

A origem do G12

Todo cristão protestante certamente deve conhecer o Sola Scriptura, que significa Somente a Escritura, isto significa crer na suficiência da Palavra de Deus. O problema do movimento G12 está na sua origem, onde ele apresenta-se como uma 'nova revelação divina', que supervaloriza a visão dos doze como solução última para a igreja dos dias atuais. A palavra "novo", utilizada ininterruptamente pelo G12, carrega intenções malignas objetivando desestabilizar igrejas que já existem, como se o G12 fosse a "última revelação de Deus" para o momento. Pior: os líderes do G12 dizem que caso as igrejas não participem desta "nova visão", serão substituídas por outras. Nesse sentido, o G12 em nada difere das chamadas seitas proféticas.[1]

Mas a revelação de Deus ao homem já se encontra escrita no Antigo e no Novo Testamento, não cabe acrescentar a nós mais novas revelações extra-bíblicas (Is 8.20; Ap 22.19). Como disse no artigo sobre o G12 e a cobertura espiritualde acordo com Castellanos, Deus o orientou para que ele levasse ao mundo o "novo modelo" de crescimento de igreja. Segundo o que está disposto na cartilha do movimento, o mais produtivo é sempre conquistar pessoas "que não tenham visão alguma".[2]

Ora, uma coisa deixa em dúvida este "novo modelo", então o que foi praticado desde o período apostólico estava errado? Devemos tomar muito cuidado com essas "novas revelações", pois elas sempre aparecem com uma boa aparência, mas no fundo nega a verdade absoluta que está contida nas Sagradas Escrituras (Cf. Mt 7.5; 2 Pe 2.1). Começou com doze, mas teve a igreja de Atos que não se restringiu em grupos de doze por exemplo. Portanto estejamos centrados no que ordena a Bíblia e não procurar inovar a igreja com "novas revelações", aprendamos que a Palavra de Deus é suficiente, pois vai ser por ela que nós julgaremos se um ensino vem de Deus (Cf. Ef 5.11; Rm 12.9; 1 Ts 5.21).


Porque ser contra o G12?

Apesar do movimento G12 falar de pecado, do sacrifício de Cristo e de outros assuntos que são verdadeiros, infelizmente as doutrinas estranhas presente neste movimento são heresias destruidoras que abalam gravemente os pilares da fé cristã, como por exemplo, maldição hereditária (Onde fica o sacrifício de Cristo na cruz?), confissão positiva (Como assim nossas palavras tem poder?), mapeamento espiritual, cobertura espiritual (Nossa cobertura é o sangue de Jesus e não a famosa "teologia do guarda-chuva"), encontro com Deus, teologia da prosperidade, cura interior, e dentre outros. Todas essas falsas doutrinas vão de confronto com o que diz a Palavra de Deus, e não podemos compactuar com elas, fujamos das vãs filosofias, pois só escravizam as pessoas que adotam essa visão.

Mas isso também não quer dizer que sou contra a igreja se reunir em casas para estudar a Palavra de Deus, e sim me contraponho a submissão absoluta dos liderados aos líderes, como se eles fossem inquestionáveis. Essa prática presente no movimento G12 apenas evidencia que o propósito deles é manipular e não trazer a verdade.

Ter um líder na direção de Deus é de grande importância, mas acima de tudo devemos analisar tudo pela Palavra de Deus, como bem disse John Piper "Só se submeta ao seu pastor se ele for submisso a Bíblia", e assim precisamos ser, não seguir cegamente tudo o que falam, mas analisar tudo através das Sagradas Escrituras.

Portanto, tenhamos cautela e estejamos vacinados contra esses ensinos que vão de confronto contra a fé cristã, a Bíblia já nos alerta sobre esses modismos (1 Jo 2.18), o evangelho trabalha na simplicidade e não com "novas revelações" como foi o caso do Castellanos, descartando de certa forma todo o modelo evangelístico desde os tempos apostólicos.

Graça e paz.
Deus abençoe.

Referencias Bibliográficas:
[1] O que está por trás do G12, Paulo Cesar Lima, 2000, CPAD, Pág. 38.
[2] Flávio G. Souza, O G12 e a "cobertura espiritual", https://evangelhosegundoasescrituras.blogspot.com/2018/11/existecoberturaespiritual.html
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Por Flávio G. Souza

As vezes encontro pessoas com dúvidas sobre o texto de 1 Pedro 3.19, e uma grande parcela por desconhecerem as regras da hermenêutica bíblica, dizem coisas que o texto não afirma. E para que seja possível extrair o verdadeiro significado do texto, sem que a Bíblia entre em contradição, temos que nos atentarmos para as regras da hermenêutica bíblica, pois estamos tratando de um texto de difícil interpretação.

Alguns frequentemente, o interpretam como se Cristo tivesse realizado algum tipo de trabalho missionário no lugar que se encontravam os mortos, dando-lhes assim oportunidade de salvação. Eu por exemplo já vi gente tentando fazer um link de Efésios 4.8 com 1 Pedro 3.19, na tentativa de fundamentar essa interpretação, mas um estudo aprofundado em ambos os textos, derruba toda possibilidade de um trabalho missionário aos mortos.

Esta interpretação não é válida, porque ela contraria a Bíblia, após a morte vem o juízo, assim o homem tem apenas uma chance de salvação (Hb 9.27), portanto fica selado nosso destino eterno (Lc 16.19-31). Na tentativa de contra-argumentar sobre o texto de Lucas 16.19-31 algumas pessoas associam as parábolas de Jesus a fábulas, mas essa é uma afirmação equivocada porque as parábolas são figuras alegóricas para explicar uma realidade moral, já a fábula trata de ilusão. Fábulas estão correlacionadas a algo falso, uma mentira, usar este tipo de argumento é chamar Jesus de mentiroso. Se afirmamos que parábolas tem alguma relação com fábulas, estaremos contrariando as Sagradas Escrituras, pois nosso Senhor Jesus Cristo nunca falou por fábulas (1 Pe 3.18).

CONTEXTUALIZANDO

Para que possamos entender o texto, necessitamos ter como princípio hermenêutico descobrir qual o propósito dele ter pregado aos espíritos em prisão, e quem eram esses espíritos. O contexto está tratando da geração pré diluviana (Cf. 1 Pe 3.19-20; Gn 6.14; 7.1; 8.1, 16; Mt 24.38; Hb 11.7), e em resposta ao aumento da perversidade da humanidade Deus enviou o diluvio (Gn 6.5.7). Noé, porém, encontrou Graça diante do Senhor (v. 8), pois:
  • Ele Andou com Deus em um ambiente mau (Gn 6.8-12) 
  • Obedeceu quando lhe foi dado uma tarefa (v. 6.14, 22;7.5)
  • Foi lembrado por Deus e salvo da morte (8.1)
  • Pela fé trabalhou para sua salvação (Hb 11.7)
  • Advertiu seus vizinhos acerca do juízo vindouro (2 Pe 2.5)
  • Edificou o primeiro altar de que há registro (Gn 8.20)
  • Foi horando pelo Senhor com uma aliança eterna (9.12-17).
A civilização pré diluviana foi avisada através de Noé sobre o juízo de Deus (2 Pe 2.5), pois o Senhor deseja que todos cheguem ao conhecimento da verdade e se arrependam (1 Pe 3.20; 2 Pe 3.9), mas eles permaneceram na desobediência e preferiram continuar no caminho da perversidade, o resultado disso fez com que apenas oito almas fossem salvas (Cf. 1 Pe 3.20).

Vemos pela Palavra de Deus, que a interpretação sobre o trabalho missionário aos mortos, concedendo assim uma segunda chance aos que rejeitaram a mensagem sobre o juízo de Deus não se sustenta, pois eles foram avisados através de Noé. Aos que defendem esta interpretação a dilatam para incluir a teoria da provação depois da morte. Segundo essa corrente, o morto impenitente terá uma segunda chance. Porém, em nenhuma passagem da Escritura, há alguma indicação de que os que morrem sem arrepender-se terão uma segunda chance.

Segundo ponto a ser avaliado, para que possamos entender o texto com mais clareza, é necessário saber a natureza da mensagem anunciada por Cristo aos espíritos em prisão. O texto afirma que ele apenas proclamou, palavra grega (κηρυσσω) kerysso. É importante ressaltar que Pedro usa estas palavras como exemplo de castigo eterno e não de salvação, portanto a ideia de que a salvação está sendo oferecida no mundo dos mortos é fora de cogitação. Se o texto estivesse realmente se referindo a um trabalho missionário entre os mortos, Pedro teria usado a palavra grega evanggelizen e não kerysso para deixar claro que o tipo de pregação vitoriosa sobre o inimigo e toda malignidade do universo (Cf. 2 Pe 2.4-9; Cl 2.15).

Esta passagem não se refere a salvação de determinados indivíduos, mas a declaração da vitoria de Cristo sobre a morte e o inferno, logicamente o significado da expressão "pregou aos espíritos em prisão" é de que a mensagem pregada por Noé era verdadeira, pois temos a promessa da redenção descrita já Gênesis 3.15, referindo-se a vitória de Cristo na cruz.

Assim como todo o restante da Bíblia, o texto é explicado pela própria Bíblia, isto é, analisando de forma correta todo o contexto. Claro que com o devido método para se extrair do texto o seu real significado, este detalhe é de muita importância, pois assim não colocamos a Bíblia em contradição com outros textos.

Aos que ainda tem dúvida por causa do texto de Ef 4.8-10, recomendo a você ler o artigo 'O que significa Cristo ter levado cativo o cativeiro?', neste estudo tem uma explicação que vai ajuda-lo a conciliar 1 Pe 3.19 e Ef 4.8-10.

Graça e paz.
Deus abençoe.

Referência Bibliográfica:
[1] https://evangelhosegundoasescrituras.blogspot.com/2018/10/oquesignificalevarcativoocativeiro.html. O que significa Cristo ter levado cativo o cativeiro?. Flávio G. Souza, 

Bíblias Utilizadas:
Bíblia Thompson
Bíblia De Estudo Palavra Chave
Bíblia King James Atualizada (KJA)
Bíblia Apologética com os apócrifos 
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Por Flávio G. Souza

Um certo dia estava conversando com um evangelista na igreja, e fui questionado sobre o texto de Efésios 4.8, sobre Cristo ter levado cativo o cativeiro. Mas a um primeiro momento fiquei pé atrás com a interpretação dada por ele ao texto, pois tendia muito para o universalismo.

Essa corrente defende que no final dos tempos, Deus reconciliará todos os seres humanos a si, independentemente das obras, méritos e intenções de cada um. Mas sabemos pela Palavra de Deus, somente os que creem são salvos (Mc 16.16), não vem das obras, é uma ação exclusiva da Graça (Ef 2.8-10; Tt 2.11).

Em Efésios 4.8 diz

"Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens."

Efésios 4.8

Vamos começar corrigindo o principal erro de interpretação, que é dado por algumas pessoas. Dizer que Cristo levou todos os que estavam no cativeiro, isto é, ímpios e fiéis, é uma heresia gravíssima, pois essa afirmação leva justamente ao universalismo. Para que isso não ocorra devemos fazer a exegese correta do texto.

Desde a queda de Adão o homem passou a ser escravo do pecado, por causa disso a humanidade estava presa no cativeiro espiritual que é do Diabo (1Tm 3.7; 2Tm 2.26), do medo da morte (Hb 2.14-15) e do pecado (Jo 8.34; At 8.23; Rm 6.16; 7.23; G1 4.3; 2 Pe 2.19). O Apóstolo Paulo em Efésios 4.8 vem citando o texto de Sl 68.18, que fala do triunfo de Jesus sobre a morte e sua ascensão ao céu (Mc 16.19). Isto significa que esta passagem discute detalhadamente a encarnação, ressurreição e a ascensão de Cristo.

No versículo 9, Paulo usa a expressão "Ora [...] ele subiu" para destacar o fato de que Cristo subiu aos céus depois da ressurreição. O versículo continua declarando que, se Cristo subiu, obviamente teria que ter vindo ("descido") à terra em um momento anterior. Por conseguinte, a "descida" de Jesus "as partes mais baixas da terra" refere-se à sua encarnação, o que lhe possibilitou passar pela morte. A "subida" é sua ascensão, da terra ao céu, depois de sua ressurreição" (Jo 8.23; 16.28).

No versículo 8, há certa controvérsia sobre o que Cristo está "levando cativo". Contudo, o significado desta passagem é simples. Cristo derrotou o pecado e a morte pela sua ressurreição, levando-os cativos e deixando-os impotentes, como um rei faria com seus inimigos depois da sua vitória. Os "dons" (isto é, a vida eterna e a o perdão dos pecados) que são dados aos crentes são resultados da vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. A analogia é que Cristo está repartindo os despojos da sua derradeira vitória contra satanás com os que o receberam. Em Salmos 68.18, Davi expressa a mesma ideia do Deus Todo-Poderoso obtendo vitória sobre satanás com os seus inimigos e levando-os como cativos. Os dons dados por Cristo (Ef 4.8), incluem coisas que permitem que um cristão tenha uma vida mais vitoriosa para Cristo, enquanto ainda está aqui na terra.

Isso representa Cristo vencendo a morte, conquistando a libertação prometida (Is 42.6-7), Ele então nos liberta desse medo (Lc 4.18, 21; Jo 8.36; Rm 7.24-25; Ef 4.8), através do evangelho, que é instrumento de libertação (Jo 8.32; Rm 8.2). Quando Cristo levou cativo o cativeiro, ele libertou os santos da escravidão do pecado (Rm 6.18,22), trazendo libertação (Dt 4.20), tipificando Israel no Egito (Êx 1.13-14).

Quando Paulo quando diz que Cristo levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens (4.8,9), por meio de sua morte, ressurreição e glorificação, tirando as correntes do cativeiro satânico; isto é, a humanidade que estava cativa a Satanás passou a ser o espólio de Cristo. Assim, fomos transferidos do império das trevas e de sua escravatura e tornamo-nos escravos de Cristo e de sua justiça.

Cristo ascendeu ao céu como o supremo vencedor. A figura aqui é de um conquistador militar conduzindo seus cativos e distribuindo o espólio entre seus seguidores. Aqui, entretanto, os cativos não são os inimigos, mas seu próprio povo. Os pecadores que estiveram sob o domínio da carne, do mundo e do diabo, agora, são cativos de Cristo. Quando Cristo veio à terra, foi ao mais fundo da humilhação. Quando ascendeu ao céu, ele alcançou o máximo da exaltação. A seguir, ele deu dons aos homens.[1]

Corroborando com essa interpretação, também temos o contexto que em nada diz sobre a salvação dos incrédulos, mas trata da unidade do corpo de Cristo, Paulo fala diretamente do povo que aguardava o Messias prometido. Infelizmente a falta de conhecimento de alguns ensinadores acaba resultando em interpretações baseadas em achismos, e não no que está escrito. Não podemos ser negligentes, sempre que for possível devemos procurar adquirir mais conhecimento sobre a Palavra de Deus.

Na maioria das nossas igrejas infelizmente temos os críticos do estudo teologia, como se conhecer mais de Bíblia fosse algo negativo para o corpo de Cristo. Eu me deparo com essas situações diariamente, tanto na internet e pessoalmente. Necessitamos mudar essa postura, se bem aplicarmos este conhecimento, teremos resultados positivos e não negativos como muitos pensam. O estudo da Bíblia é de grande importância para a vida do cristão, pois nos fortalece espiritualmente, nos ajuda a sanar nossas dúvidas e nos capacita a ajudar outras pessoas, que talvez tenham os mesmos questionamentos um dia tivemos.

Bíblias Utilizadas:
Bíblia Palavra chave, CPAD
Bíblia King James Atualizada, KJA
Bíblia Thompson

Referência Bibliográfica:
[1] Efésios - A igreja a Noiva Gloriosa de Cristo. Lopes, Hernandes Dias, 2009, Hagnos, Pág. 107-108.
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Por Flávio G. Souza

Quem nunca se deparou com determinados grupos religiosos que dizem professar a fé em Jesus, e na verdade trabalham com mentiras contrariando o que diz a Palavra de Deus?

Hoje é comum encontrarmos, o que chamamos de seitas e falsas religiões. Alguns afirmam que no mundo existem milhares de religiões, e que todas são válidas para se chegar a Deus, mas este pensamento está equivocado.

Esse pensamento é subjetivo, muito presente em nosso século. Pessoas com essas ideias vivem relativizando o Absoluto, ainda que seja de forma inocente, coisa que não podemos fazer, pois independente de época, lugar, e cultura, a verdade nunca irá mudar. Quando relativizamos o que Deus estabeleceu, achando que, "Isso não da em nada", criamos em nossa mente um falso conceito sobre quem Deus é. Este é o caso das falsas religiões, os seus fundadores por não concordarem com o que está nas Sagradas Escrituras, se refugiaram em seus próprios conceitos e por causa disso existem milhares de seitas.

Existem 11 religiões no mundo, incluindo o Cristianismo. São elas: Hinduísmo, Jainismo, Budismo, Siquismo (originárias da índia), Confucionismo, Taoísmo (China), Xintoísmo (Japão), Judaísmo (Palestina), Zoroastrismo (Pérsia – atual Irã) e Islamismo (Arábia). Cada uma delas, na sua maioria, está dividida em outros ramos principais, no caso do Cristianismo, seus ramos principais são: Catolicismo Romano, Catolicismo ortodoxo e o Protestantismo. As seitas discordam do ensino básico e comum defendidos por ramos principais.[1]

As seitas apesar de possuírem boa aparência, pregam doutrinas que não condizem com a Bíblia, pois discordam dos principais pilares da fé cristã, o que chamamos de doutrinas obrigatórias. O Novo Testamento usa a palavra grega hairesis para identificar esses grupos religiosos. O apóstolo Paulo disse: "...conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu" (At 26.5). Essa mesma palavra é usada para identificar os saduceus: "E, levantando-se o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele (e eram eles da seita dos saduceus), encheram-se de inveja" (At 5.17). Veja que o judaísmo, que era a religião de Saulo antes de sua conversão, conforme Gálatas 1.13,14, congregava em seu bojo esses grupos religiosos, que o próprio Novo Testamento chama de seita.[2]

A. Identificando uma seita:

Toda seita pode ser identificada através das doutrinas que ela prega na sua confissão de fé, o pastor e apologista Esequias soares faz um comentário a respeito, diz ele:

O historiador Flávio Josefo e muitos outros escritores antigos usaram a palavra hairesis com o sentido de "escola" de pensamento, "doutrina" ou "religião", sem conotação pejorativa. O verbo grego haireo, de onde vem o substantivo em foco, significa "escolher". Na literatura clássica tem o sentido de escolha filosófica ou política. 

Mas no Novo Testamento essa palavra tem também o sentido de "divisão, dissensão", pois lemos: "E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós" (1 Co 11.19). A Versão Almeida Atualizada traduziu por "partido", a NVI, por "divergências", a Tradução Brasileira, por "facção". A mesma palavra aparece em Gálatas 5.20 e é traduzida por "dissensão". Essa palavra foi usada indevidamente para identificar os cristãos do séc. I, ainda na época dos apóstolos, quando o apóstolo Paulo foi chamado de "... o principal defensor da seita dos nazarenos" (At 24.5). Porém, mais adiante o apóstolo rebate, dizendo: "Mas confesso-te que, conforme aquele Caminho, a que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na Lei de Moisés e nos Profetas" (At 24.14). Ele não admitiu ser o Cristianismo uma seita, mas que assim era chamado por aqueles que estão do lado de fora, e que não conhecem a verdadeira natureza do Cristianismo.

Atualmente a palavra "seita" é usada para designar as religiões heterodoxas ou espúrias. É uma palavra já desgastada, trazendo em si, muitas vezes, um tom pejorativo. São grupos que surgiram de uma religião principal e seguem as normas de seus líderes ou fundadores e cujos ensinos divergem da Bíblia nos seus principais pontos da fé cristã. São uma ameaça ao cristianismo histórico e um problema para as igrejas. Estão bem aparelhadas para combater a fé cristã. Apresentam-se, muitas delas, com uma estrutura organizacional de fazer inveja a qualquer empresa multinacional, como os mórmons, as Testemunhas de Jeová, a Igreja da Unificação do Reverendo Moon e outras.

As heresias afetam os pontos principais da doutrina cristã, no que diz respeito a Deus: Trindade, o Senhor Jesus Cristo e o Espírito Santo; ao homem: natureza, pecado, salvação, origem e destino; aos anjos, à igreja e às Escrituras Sagradas. O mais grave erro é quando diz respeito à Divindade. Errar em outros pontos da fé cristã pode até não afetar a salvação, mas a doutrina de Deus é inviolável. Negar "o Senhor" é trazer sobre si repentina perdição.[3]

B. Por que as falsas religiões não são consideradas seitas?

O Hinduísmo, Jainismo, Budismo, Siquismo (originárias da índia), Confucionismo, Taoísmo (China), Xintoísmo (Japão), Judaísmo (Palestina), Zoroastrismo (Pérsia – atual Irã) e Islamismo (Arábia), formando um total de 11 religiões. Não são consideradas seitas pelos seguintes motivos:

Que apesar de negarem os valores cristãos já citados, não são seitas em virtude de sua estrutura, história e influência na sociedade. São reconhecidas como falsas religiões, com exceção do Judaísmo, que originalmente veio de tempo por causa da sua rejeição ao Messias. Mas eles têm promessas de Deus, no contexto histórico-escatológico.[5]

C. Identificando as seitas e falsas religiões

1. Jesus não é o centro: As seitas, em geral tiram o valor de Jesus. Outras têm deuses ou profetas que são colocados acima ou em igualdade com as Sagradas Escrituras. Pregando um falso “Cristo" ou colocam o Filho de Deus em posição secundária, tirando-lhe a divindade e os atributos divinos.

2. Têm outras fontes doutrinárias além da Bíblia: Não creem somente na Bíblia e algumas apenas em parte dela como “inspirada". colocando dessa forma os escritos de seus fundadores em igualdade com as Sagradas Escrituras. Algumas chegam a desacreditar da Bíblia, da qual fazem muitas restrições.

3. São exclusivistas: Uma das principais características de uma seita é o exclusivismo. Mesmo que tenham 200 anos de história, não podem fugir deste rotulo, por dizerem ser detentores da salvação. E o Evangelho de Jesus não está preso as organizações religiosas, pessoas com essa mentalidade tentam limitar o poder de Deus.

4. Usam de falsa interpretação: As suas interpretações não são fiéis ao texto bíblico, desprezando os princípios auxiliares da Hermenêutica. Isso vem levando inúmeras pessoas às vezes bem intencionadas, a se fundamentarem em uma falsa interpretação de um texto bíblico. De um modo geral isso acontece pela ignorância das regras de interpretação de texto, sem avaliar cultura, história, propósito e para quem foi endereçada. Quando estudamos a Bíblia, nos moldamos ao que texto bíblico ensina, e não ao que entendemos.

5. Ensinam que a salvação se dá pelo próprio esforço: Pregam a salvação pelas obras, e as Sagradas Escrituras ensinam que é somente pela Graça, não é pelo esforço humano (Ef 2.8-9). A salvação pregada pelas seitas é baseada nas obras, como se o homem tivesse algum mérito, toda a glória deve ser dada a Deus, para Ele são todas as coisas (Rm 11.36).

6. São proselitistas: Uma das práticas presentes em todas as seitas é pescar no aquário dos outros. Não evangelizam quem não é cristão, mas vão em nossas igrejas para vender seus materiais, aos que eles conseguem pescar rebatizam em suas denominações.

Principais grupos prosélitos considerados seitas:

Mormos: em seus trabalhos falam da Trindade para o trabalho de proselitismo com os crentes, e citam o Livro de Mórmon (2 Néfi 31.21, Alma 11.44). São politeístas, pois em PGV diz que Pai, Filho e Espírito Santo são três Deuses (Abraão 4.1). Deus seria nada mais que um homem exaltado de um planeta parecido com a terra e seria o unigênito da espécie de deuses, que teriam existido antes que uma série infinita se tornassem deuses. Afirmam ainda que Deus se casou, morreu, ressuscitou e se tornou deus no céu.[4]

Testemunhas de Jeová: com suas literaturas, pois fazem o trabalho de casa em casa e aos que aceitam receber seus estudos, baseados na revista A Sentinela, Despertai e com a tradução Novo Mundo (TNM). Dizem que ninguém pode compreender a Bíblia sem a revista A Sentinela. Não creem em nenhuma versão da Bíblia, só na TNM. Muitas Testemunhas de Jeová adquirem outras versões da Bíblia simplesmente porque se interessam por alguns versículos delas para seu trabalho de proselitismo, para dar a impressão de que conhecem outras versões. O Novo Testamento, identificado na TNM como Escrituras Gregas Cristãs, foi publicado em 2 de agosto de 1950 e a Bíblia completa em 1961.

A primeira edição da TNM traz Hebreus 1.6 da seguinte forma: "E todos os anjos de Deus o adorem". Essa passagem era um problema para a organização. Como eles mudaram mais uma vez a sua crença, proibindo a adoração de Jesus, por causa disso, na edição da TNM, revisada em 1971 (1984 em português), mudaram o sentido da mensagem, traduzindo Hebreus 1.6 por "prestar homenagem". E verdade que todos os editores da Bíblia mantêm comissões para manter sempre a atualidade da linguagem, sem, contudo, mudar a mensagem. Eles, entretanto, mudaram suas crenças, agora mudaram também as Escrituras.[5]

Adventistas do 7 º Dia: No livro Estudando juntos, durante muito tempo fizeram em nosso meio um proselitismo sectário e desleal, rebatizando essas pessoas e publicando essas coisas em seus periódicos como um triunfo. Não reconhece o nosso batismo, feito por imersão em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, oficializado por pastores ordenados por suas denominações. Como podem dizer que são evangélicos? 

São eles mesmos os responsáveis por toda essa situação. Só têm interesse em nos visitar quando querem vender suas publicações, livros e periódicos, da CPB, Casa Publicadora Brasileira. Evitam declarar explicitamente que são adventistas, ou editora religiosa. Até nos cumprimentam com a paz do Senhor e nos chamam de irmãos. E, ainda há líderes, que na sua simplicidade, oferecem os púlpitos para essa gente. 

Veja se nossos pregadores e ensinadores têm acesso aos púlpitos deles? Veja se eles consomem ou se seus líderes incentivam a leitura de publicações de outras denominações? Continuam achando que somos parte de uma apostasia porque não guardamos o sábado. Cremos que está na hora de nossos líderes deixarem de ser simplórios. Jesus disse: "... sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas" (Mt 10.16).[6]

A salvação nas seitas e falsas religiões:

A Salvação nas falsa religiões:

1. Fé e salvação existem somente em suas organizações
2. Fé coletiva.
3. Contato com a divindade é exclusividade dela e de seus adeptos
4. Recompensas claras e próximas.

No verdadeiro evangelho:

1. A fé e a salvação, mas não as tem em seu poder.
2. Fé individual.
3. Contato com a divindade é extensivo, universal. É uma possibilidade que abrange a todos.
4. Recompensas simbólicas futuras.

Na questão doutrinária as seitas dizem:

1. Somente ela proclama a verdade.
2. Doutrinas simples e claras.
3. Discurso especializado por setores sociais de interesse.

No Evangelho é diferente:

1. A verdade transcende a instituição e pode expressar-se fora dela.
2. Doutrinas elaboradas e complexas.
3. Discurso de âmbito universal.

Conclusão:

Este artigo foi baseado no Manual de Apologética Cristã publicado pela editora CPAD, trazendo apenas uma base sobre o tema. A apologética é um estudo necessário para todo cristão, pois é uma ferramenta que se usada de maneira correta, livra as pessoas do engano. Claro que nas falsas religiões sempre tem pessoas que estão lá por sinceridade e desconhecimento da verdade, e quando descobrem que a verdade vai além da instituição, ela é liberta do engano (Jo 8.31-32). Ser um apologista, é uma ordenança bíblica, a Bíblia nos ordena respondermos com mansidão a todos os que questionarem acerca de nossa fé.

Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo.

1 Pedro 3.15-16

Referências Bibliográficas:
[1] Manual de Apologética Cristã, Esequias Soares, CPAD, 2003. Pág. 17.
[2] Ibid.
[3] Ibid.
[4] Ibid
[5] Ibid
[6] Ibid
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