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Por Flávio G. Souza

Quantas vezes você já ouviu a expressão tudo o que ligarmos na terra será ligado no céu? Muitos se utilizam dela para afirmar que tudo o que nós permitimos ou proibimos na terra é ligado ou desligado no céu.

Mas como todo texto tem um contexto, não podemos pegar essa referência para favorecer nosso ponto de vista, só para dizer que está na Bíblia, Deus vela pela sua Palavra e não por nosso achismo (Jr 1.12). Mas enfim, o que Cristo estava querendo dizer quando disse que tudo o que ligarmos na terra será ligado no céu? Vamos olhar o contexto e entender o que Jesus ensinou.

1. A DISCIPLINA E RESTAURAÇÃO ENTRE OS DISCÍPULOS (Mt 18.15)

“Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão”

Temos aqui um caso de ofensa pessoal. Se uma pessoa pecou contra você, o assunto não deve ser guardado no escrínio do seu coração, para deixar florescer ali a mágoa, nem deve ser levado para sua família ou seus amigos, expondo publicamente a situação. Essa forma de agir amplia e agrava o problema. Devemos abordar a pessoa que pecou contra nós de forma particular, numa conversa a sós com ela. O objetivo dessa conversa não é humilhar a pessoa nem mesmo nos defender, ganhando a discussão, mas ganhar nosso irmão. O apóstolo Paulo lança luz sobre esse delicado tema quando ensina: Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado (G1 6.1). [1]

Cristo fala da correção de nossos irmãos na fé, que deve ser feita da melhor forma, em particular sem expor a pessoa. A restauração de nossos irmãos começa no particular e só deve ser pública em último caso. Jesus começa falando em um contexto da igreja usar sua autoridade para admoestar e corrigir os que estão no erro, se a repreensão não surtir efeito na primeira tentativa, é necessário a presença de mais uma pessoa, para que acusações infundadas não fossem levadas à congregação (Cf. Jo 8.17; 2 Co 13.1; 1Tm 5.19; Hb 10.28).

2. DEUS INVESTIU A IGREJA DE AUTORIDADE PARA 
CORREÇÃO DOS CRENTES (v. 16)

“Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada.”

É parte de nossa obrigação como igreja repreender nossos irmãos quando estiverem no erro, porque o pecado corrompe a comunhão entre as pessoas e os cristãos. Mas por causa do politicamente correto, muitos acham que amar é ficar calado apoiando o erro, mas que tragédia! Em nome do não julgueis, muitos estão se omitindo do seu papel como cristão, repreender alguém por estar no erro não é uma atitude de egoísmo, farisaica e muito menos vingativa, mas tem a finalidade de restaurar o desobediente a santidade e comunhão (Mt 18.10-15; Gl 6.1; Tg 5.19-20).

O governo e disciplina da igreja é uma ordenança bíblica, esse é um dos motivos que não da para ser igreja sozinho, como se enganam os desigrejados. Deus deu autoridade a igreja para disciplinar e até excluir da comunhão os desobedientes (Mt 16.19; 18.18; Jo 20.23; At 16.4; Hb 13.17). Porém muitos acham que a disciplina aplicada pela igreja é um extremo por parte dos líderes religiosos, mas entenda, não se trata de se intrometer na vida das pessoas, somos investidos desta autoridade justamente para que haja santidade entre os crentes.

O Apóstolo Paulo, ao descobrir que houve um caso de incesto na igreja de Corinto, mandou que enfrentassem o membro em pecado, e que fosse excomungado da comunhão. Havia um pecado específico na igreja de Corinto, mas os crentes recusaram enfrentá-lo. Neste caso, um homem tinha uma relação com sua madrasta e os membros da igreja procuravam se omitir. Paulo lhes disse que tinham a responsabilidade de manter as normas de moralidade achadas na Palavra de Deus. Deus nos diz que não julguemos a outros, mas também nos diz que não toleremos pecados flagrantes que se opõem a sua santidade e que têm uma influência perigosa nas vidas dos outros crentes (Cf. 1 Co 5.1-5).


O pecado não afeta só a pessoa que comete, pois em primeiro lugar, uma vez que existe comunhão entre os membros da Igreja, o fato é que todos eles seriam afetados pela apostasia da parte de um deles. Em segundo lugar, quando um ato danoso é cometido em alguma igreja, a culpa não se confina à pessoa que o cometeu, mas todo o grupo em alguma extensão é também contaminado. Por exemplo, Deus humilha um pai pelo infortúnio de sua esposa ou filhos; e toda uma família, pela desgraça de um de seus membros. Cada Igreja deve ponderar sobre este fato, ou, seja, que ela é marcada com o estigma da desgraça toda vez que algum infamante crime é cometido em seu seio.[2] (Cf. 2 Co 13.2, 10; 1 Tm 1.20; Tt 3.10).

3. O GOVERNO DA IGREJA (v. 17)

“E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.”

Deus nos dá a obrigação de combater o pecado, aquele que se diz crente e não se arrepende quando repreendido, deve ser tratado como um gentio ou cobrador de impostos (Mt 18.17). Quando Jesus disse isso, estava ensinando que aqueles que não se arrependem devem ser tratados como um transgressor perverso da Lei, isso significa a exclusão da membresia,  vemos este ensino presente por todo o Novo Testamento (At 5.1-6; Rm 16.17; 1 Co 5.1-13; 2 Co 6.14-18; Gl 5.7-12; 2 Ts 3.14-15).

Quando houver um problema com algum membro da igreja e não haver arrependimento, é preciso excluir a pessoa da comunhão, somos investidos desta autoridade justamente para não haver escândalos em nosso meio. Claro que quando for necessário agir desta maneira, deve ser feito debaixo de oração para que Deus oriente a Sua igreja. A Bíblia diz que não podemos de nenhuma forma ter comunhão com essa gente que se diz crente mas vive em pecado, os de fora é Deus quem julga, agora a tarefa de julgar os que fazem parte da igreja de Cristo é nossa obrigação (Cf. 1 Co 5.11-12).

Os judeus por exemplo, julgavam os membros nas sinagogas por terem violados as leis de seu povo e em centros comunitários para grupos locais, e o Apóstolo Paulo esperava que a igreja de corinto seguisse o mesmo modelo, corrigindo o comportamento dos irmãos transgressores. Mas por causa da tolerância da igreja com o pecado, em nome do não julgueis muitos estão se aproveitando para disseminar heresias destruidoras entre os cristãos. O resultado disso é somente a confusão e conformismo com o pecado, por isso é de grande importância nos afastarmos e excluir essa gente do nosso meio (Cf. Mt 18.17; Rm 16.17; 1 Co 5.11; 2 Ts 3.6; 2 Tm 3.5; 2 Jo 10).

A igreja como autoridade, deve se afastar desta gente que além de viver no pecado, usa versículos isolados como pretexto para viver no erro. Temos nossas crenças e valores, portanto não podemos tolerar que as pessoas que vivem relativizando a Bíblia permaneçam em nosso meio como se fossem crentes, porque não são (Pv 4.15; Rm 16.17; 1 Tm 6.20; 2 Tm 2.16, 23; Tt 3.9).

4. O QUE SER LIGADO NA TERRA SERÁ LIGADO NO CÉU (v. 18)

“Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.”

Quando Jesus fala que tudo o que for ligado na terra será ligado no céu, estava se referindo a autoridade da igreja em excluir alguém que estivesse em pecado. O que a igreja concordar em unanimidade, seria ligado no céu, isso significa que o privilégio e a autoridade dada Pedro, também foi conferida a igreja (Mt 16.19). Assim Cristo nos deu as chaves do reino, nós como igreja devemos guardá-las. 

Guardar as chaves era uma das responsabilidades mais importantes que o servo doméstico poderia desempenhar (Cf. Mc 13.32-34). Como as chaves eram pesadas e podiam ser carregadas apenas por uma pessoa, também simbolizavam autoridade; um oficial de alta patente tinha a posse das chaves do reino (Is 22.20-22) e da casa de Deus, o templo. As chaves, aqui, talvez signifiquem a autoridade para admitir pessoas no reino (Mt 23.13) com base no conhecimento da verdade sobre Jesus (Mt 16.16). 

Para muitos judeus, a suprema corte judaica agia sob a autoridade do tribunal celestial de Deus, ratificando, em certo sentido, os decretos deste tribunal. “Ligar” e “desligar” talvez se referissem à detenção e à libertação de prisioneiros; os termos, portanto, podiam funcionar em sentido figurado em um ambiente judicial. Também era comum o emprego desses verbos entre rabinos, que os usavam para designar a autoridade legislativa de sua interpretação das Escrituras (“Proibir” e “Permitir”). [3]

Jesus também usou a chave, como uma figura do acesso a um conhecimento privilegiado que confere a autoridade (Cp. Mt 13.16-17; 23.13; Is 22.22; Ap 3.7). Ligar e desligar, foi dada autoridade para Pedro e mais tarde aos outros discípulos para ensinar a vontade de Deus conforme revelada em Jesus Cristo (Mt 13.52; 18.15-20; 23.2-12; 28.16-20). A igreja de Cristo, quando está alicerçada na Palavra, está apta para executar esse julgamento sobre os que persistirem no caminho da desobediência. Porque quando somos guiados pela verdade, o pecado não permanece em nosso meio, cumprindo o que as Sagradas Escrituras ordenam, julgando e condenando as ATITUDES erradas de nossos irmãos (Jo 7.24; Ef 5.11).

O que for ligado na terra será ligado no céu, se refere a correção dos que estão em pecado e se recusam a arrepender. Se o irmão for chamado a atenção em particular, com testemunhas e mesmo que o caso seja apresentado a igreja não venha surtir efeito, podemos como cristãos excluir essa pessoa da comunhão, Deus julga os que estão lá fora, agora os que são de casa é de nossa tarefa corrigir e não ficar na desgraça do politicamente correto do não julgueis

Graça e paz.
Deus abençoe.

Referência Bibliográfica:
[1] LOPES, Hernandes Dias. Mateus: Jesus, O Rei dos reis! 1ª Ed - São Paulo: Hagnos, 2019, Pág. 557-558.
[2] CALVINO, João, 1 Coríntios, Tradução de Valter Graciano Martins. 2ª Ed. - São Bernardo do Campo, SP: Edições Parakletos, 2003.  Pág. 157.
[3] KENNER, Craig S. Comentário Histórico-cultural da Bíblia, Novo Testamento - São Paulo: Vida Nova, 2017, Pág. 94.
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Por Flávio G. Souza

É tarefa de todo cristão ler, meditar e estudar a Palavra de Deus, se você tem dúvidas de como fazer isso pega essas dicas e tente aplicar no dia a dia de sua leitura diária.

1. Se for possível, adquira várias traduções para fazer uma comparação, caso você não tenha conhecimento do grego e hebraico (Ex: NVT, NVI, NAA, ACF, ARA). Temos traduções muito boas fiéis ao texto hebraico e grego, caso você não tenha conhecimento dos idiomas do texto original, é bom ter diversas versões para expandir e enriquecer seu estudo.

2. Leia todo o contexto em caso de dúvidas, para extrair o verdadeiro sentido, evite retirar os textos do contexto, porque Deus vela pela Sua Palavra e não por nossa interpretação pessoal (Jr 1.12). Deus nos revela a Sua Palavra, mas isso não é desculpa para negligenciar o estudo da Bíblia em nome do “Deus vai me revelar”, ou até “a letra mata”. Tente adquirir manuais de teologia que tragam uma explicação do contexto histórico-cultural, fazendo isso seu estudo será muito mais proveitoso.

3. Possua um dicionário bíblico para entender um pouco mais sobre o significado das palavras no tempo bíblico. Possuir um dicionário é de grande importância para compreender costumes, instrumentos, locais e tradições. Hoje é quase que indispensável ter esse recurso, pois para compreender costumes de outro tempo, necessitamos entender a cultura da época. 

4. Intérprete a Bíblia com a Bíblia e não com o que acha ser o correto, retire todo conceito e preconceito para que você se amolde ao que Deus quer para sua vida. Este é um dos lemas da reforma protestante, não podemos interpretar a Bíblia por nossos achismos ou tradições religiosas. 

5. Ore antes de fazer sua leitura, pedindo o auxílio do Espírito Santo para ler e compreender a Palavra de Deus. Sem a oração será apenas uma leitura comum, onde não haverá nenhum entendimento, por isso precisamos sempre orar pedindo a Deus Sua Graça e misericórdia sobre nós, somos totalmente dependentes de dEle, sem Ele nada podemos fazer.
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"O que importa é que Cristo está sendo pregado". Mesmo?

Um amigo no Twitter me perguntou se Filipenses 1:18 não justificaria o show gospel. Acho que ele tinha em mente as apresentações de cantores gospel em programas seculares.

Para quem não lembra, Paulo diz o seguinte em Filipenses 1:15-18:

"Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade; estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho; aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias. Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei" (Fp 1:15-18).

A interpretação popular desta passagem, especialmente desta frase de Paulo no verso 18, "Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei" – é que para o apóstolo o importante era que o Evangelho fosse pregado, não importando o motivo e nem o método. A conclusão, portanto, é que podemos e devemos usar de todos os recursos, métodos, meios, estratégias, pessoas – não importando a motivação delas – para pregarmos a Jesus Cristo. E que, em decorrência, não podemos criticar, condenar ou julgar ninguém que esteja falando de Cristo e muito menos suas intenções e metodologia. Vale tudo.

Então, tá. Mas, peraí... em que circunstâncias Paulo disse estas palavras? Se não me engano, Paulo estava preso em Roma quando escreveu esta carta aos filipenses. Ele estava sendo acusado pelos judeus de ser um rebelde, um pervertedor da ordem pública, que proclamava outro imperador além de César.
Quando os judeus que acusavam Paulo eram convocados diante das autoridades romanas para explicar estas acusações que traziam contra ele, eles diziam alguma coisa parecida com isto: "Senhor juiz, este homem Paulo vem espalhando por todo lugar que este Jesus de Nazaré é o Filho de Deus, que nasceu de uma virgem, que morreu pelos nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia, e que está assentado a direita de Deus, tendo se tornado Senhor de tudo e de todos. Diz também que este Senhor perdoa e salva todos aqueles que creem nele, sem as obras da lei. Senhor juiz, isto é um ataque direto ao imperador, pois somente César é Senhor. Este homem é digno de morte!"

Ao fazer estas acusações, os judeus, nas próprias palavras de Paulo, "proclamavam a Cristo por inveja e porfia... por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias" (verso 17).

Ou seja, Paulo está se regozijando porque os seus acusadores, ao final, no propósito de matá-lo, terminavam anunciando o Evangelho de Cristo aos magistrados e autoridades romanos.

Disto aqui vai uma longa distância em tentar usar esta passagem para justificar que cristãos, num país onde são livres para pregar, usem de estratégias no mínimo polêmicas para anunciar a Cristo. Tenho certeza que Paulo jamais se regozijaria com isto, pois ele mesmo disse:

"Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus" (2Co 2:17).

"Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade" (2Co 4:1-2).

"Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus" (1Co 2:1-5).

Portanto, usar Filipenses 1:18 para justificar que qualquer estratégia serve para anunciar o Evangelho é usar texto fora do contexto como pretexto.

Augustus Nicodemus Lopes
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Muita gente fala em buscar a "unção"... mas, o que "unção" significa na linguagem do Novo Testamento? Segue abaixo meu comentário em 1Jo 2:20 (tirado do meu livro Comentário a 1 João, da ECC):⠀

"E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento (2.20)".⠀

"Tem havido muito debate sobre a natureza desta unção que o cristão recebe e lhe dá conhecimento. Entendemos, porém, que João se refere ao Espírito Santo como a unção que o cristão recebe de Cristo, por vários motivos. “Unção”, no Antigo Testamento, era o resultado do derramar de óleo ou azeite sobre determinadas coisas para separá-las para Deus (ver Ex 40.9,15). 

A unção a que João se refere é o Espírito Santo, pois: 
(1) Jesus Cristo foi ungido pelo Espírito Santo por ocasião de seu batismo no Jordão (At 10.38); 
(2) Cristo é o Ungido (Dn 9.26), o “Santo” (cf At 4.27,30) que ungiu os crentes com este mesmo Espírito, quando se converteram ao Evangelho da verdade (Ef 1.13), desta forma separando-os e consagrando-os para Deus; 
(3) Esta unção ou selo, que é a presença do Espírito nos crentes, é a defesa contra o erro religioso propagado pelos anticristos, pois o Espírito ilumina, guia e sela o cristão na verdade (Jo 15.26; 16.13), dando-lhes o verdadeiro conhecimento de Deus."⠀



Não faz sentido os crentes estarem buscando "unção" como se fosse algo distinto do próprio Espírito Santo. Fico a impressão que muitos falam da "unção" como um poder místico que vem de Deus para capacitá-los a serem vitoriosos, felizes e poderosos...⠀

O que a Bíblia nos ensina é buscarmos a plenitude do Espirito, que é o seu domínio e controle sobre nossa vida, o poder da Sua presença para vivermos e servirmos a Deus.⠀

Autor: Rev, Augustus Nicodemus Lopes
Fonte: https://www.instagram.com/p/BwCLaU5hq6Q/
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Por Flávio G. Souza


As heresias e falsos ensinos estão ganhando cada vez mais espaço na igreja, devido a omissão dos líderes em defender a fé cristã, provocando assim a desunião e bagunça no corpo de Cristo. E por causa da omissão dos que deveriam se posicionar, há uma negligência com a ortodoxia.

Por ocasião da igreja de modo geral ter negligenciado o conhecimento sobre quem realmente Deus é, os falsos mestres estão propagando suas falsas doutrinas com muita facilidade e aceitação do público. Isso ocorre porque os ouvintes se recusam a aceitar a verdade revelada nas Sagradas Escrituras (Pv 23.35; Is 42.25; At 28.27; Ef 4.19; 1 Tm 4.2).

Para o cristão salvo, o verdadeiro conhecimento sobre Deus deve ser motivo de regozijo (Jr 9.14), pois somente por meio de Jesus Cristo iremos conhece-lO (Os 6.3; Jo 6.65). Por isso a obediência é uma condição e obrigação para que possamos conhecer a Deus mais e mais (Jo 7.16, 17). Através deste conhecimento teremos nossa alma livre de todo engano (Jo 8.31-32), porque estamos caminhando para a vida eterna (Jo 17.3).

A Bíblia alerta que nos últimos dias muitos irão apostatar da fé (1 Tm 4.1), por carregar preceitos de homens (Lc 9.53; Jo 4.9; At 10.28; 11.3; 19.34; Gl 2.12), espalhando sentimentos de ódio e divisão, resultando em intolerância (Nm 11.28; Jz 12.6; Mt 21.15). Aconteceu com os discípulos de Jesus, quando ainda se sentiam exclusivistas, achando que somente eles tinham o direito de expulsar demônios (Mc 9.38). E por se acharem dignos de estarem perto do Mestre, expulsavam os jovens de se aproximavam de Jesus (Mc 10.13). Também vemos essa intolerância presente nos samaritanos, eles se negaram a receber Jesus, por acharem que estava indo a Jerusalém para adorar, pois diferente dos judeus eles adoravam em Gerizim (Lc 9.53).

Este mesmo sentimento faccioso levou o povo a criticar Jesus, quando ele foi comer na casa de um publicano (Lc 19.7). No mundo antigo, as refeições eram vistas como rituais de caráter social, sentar-se a mesa representava aceitar publicamente essa pessoa. Os fariseus se recusavam a comer com cobradores de impostos e outros pecadores além de não entrar na casa deles. Eles esperavam que Jesus, um rabino, fizesse o mesmo, mas ele dividiu a mesa com pecadores e permitiu que eles o tocassem (Cf, Lc 5.29; 7.39; 15.1). Quando Jesus rompeu com a norma social, foi alvo de discriminação, por isso usaram um termo com tom de sarcasmo "amigo de cobradores de impostos e pecadores" (Lc 7.34).


CUIDADO COM OS FALSOS MESTRES

Devemos tomar muito cuidado com os falsos mestres, pois além de não seguirem o que diz a Palavra de Deus, induzem outras pessoas a seguirem o mesmo abismo, colocando ideias humanas como se fossem preceitos divinos (Mt 5.19; 15.9). Essa é uma das consequências de uma mente cauterizada, ou como diz a Bíblia de Jerusalém, pessoas que tem a própria consciência como se tivesse marcada por um ferro quente. É utilizada essa expressão porque naquela época os escravos e animais de uma pessoa eram marcados desta maneira (Cf. 1 Tm 1.7; 4.2; 6.3). É feita esta comparação para mostrar que essas pessoas não são guiadas pelo Espirito de Deus, mas agem segundo o trabalho de satanás, fazendo oposição a Cristo, por isso devem ser calados (2 Tm 4.3; 2 Pe 2.1; Tt 1.11; 2 Ts 2.9), quem não vem para somar trás desunião (Mt 12.30).

O Apóstolo Paulo escreve que essas pessoas, conheceram a verdade presente na Palavra de Deus, e se desviaram por terem dado ouvido a espíritos enganadores e a doutrina de demônios. Como consequência tiveram sua mente cauterizada, porque ficaram endemoninhadas (1 Tm 4.1-2; Mt 12.45; Mc 1.26; 5.9 , 7,30; 9.17; 16.9). Mas Jesus nos deu poder e autoridade para combater os demônios (Lc 10.19; At 8.7), por isso é necessário conhecer a Deus, caso contrário passaremos vergonha (At 19.13). 


NOSSA LUTA É CONTRA PRINCIPADOS E POTESTADES E NÃO CONTRA A RELIGIÃO E AS PESSOAS

Nossa luta não é contra as pessoas e muito menos contra a religião, mas contra principados e potestades (Ef 6.12). Por isso é de grande importância nossa atitude condizer com a fé que professamos. Fazer milagres, se passar por uma pessoa cheia de Deus, só "porque faz milagres" até os possessos por demônios são capazes de fazer (Cp. Ap 16.14), João Batista não fez nenhum milagre, mas pregou o arrependimento, isso sim é ser um servo cheio do Espírito.


O FALSO ENSINO INFLAMA O EGO

O falso ensino só ganha espaço porque é sedutor, pois massageia o ego dos ouvintes com o propósito de iludir. Esses ensinos são tão bem arquitetados que se fosse possível, enganariam até os escolhidos (2 Rs 21.9; Ez 13.10; Mc 13.22; At 20.30; 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.13; 1 Jo 2.26). Por isso precisamos tomar cuidado com esses falsos ensinamentos, porque somente aquele que está firmado na Palavra de Deus irá conseguir detectar as heresias presentes nas falsas doutrinas que atentam contra a fé cristã (Is 32.6; Mt 16.12; Cl 2.8; Hb 13.9).

Quando as pessoas são confrontadas pelas Sagradas Escrituras e se recusam a aceitar que estão erradas em suas concepções, negam a verdade conscientes (Sl 92.6; Lc 12.56; Jo 8.43; Rm 3.11; Hb 5.11), e como consequência deste comportamento, Deus envia a dureza de coração (Is 6.10; Jr 6.10; Ez 12;2; Zc 7.11; 2 Tm 4.4; Rm 1.28). O aumento dessa realidade presente nas Sagradas Escrituras é um dos sinais que a volta de nosso Senhor está mais próxima do que pensamos, por isso não podemos ficar dormindo (Is 56.10; Mc 13.35-36; Rm 11.8,11; 1 Ts 5.6).


SE SUBMETA AO CONHECIMENTO

Para os que desejam ter a vida eterna, é ordenado abandonar todos os conceitos e preconceitos e colocar a vontade de Deus em primeiro lugar (Mt 8..22; Lc 15.32; Jo 6.53; Ef 2.1; 5.14; Cl 2.13; 1 Tm 5.6; Ap 3.1). Somente desta maneira cresceremos espiritualmente em frutificação (2 Co 9.10), em Cristo (Ef 4.15), amor (1 Ts 3.12), rumo a perfeição (Hb 6.1), por meio da Palavra (1 Pe 2.2), conhecendo mais a Palavra (2 Pe 1.5,6), e em Graça e conhecimento (2 Pe 3.18).


Quando nos submetemos ao domínio do Espirito Santo, descobrimos quem somos e o quanto necessitamos de um salvador por meio da Palavra de Deus, pois não estamos debaixo de regras legalistas (Ne 9.20; Lc 12.12; Jo 14.26; 1 Co 2.13; 1 Jo 2.27). Somos advertidos contra os falsos mestres e seus ensinos que só conduzem ao caminho da apostasia. 


CONCLUSÃO

Quem profere falsos ensinos, só promove confusão ao invés da união e respeito. Isso acontece quando preceitos humanos são tratados como verdades absolutas, mas devemos entender que se nossa opinião não estiver respaldada pelas Escrituras, são coisas subjetivas e não objetivas (Mt 15.9; At 15.24; 1 Co 11.19; 1 Tm 4.1; 2 Pe 2.1; 3.17). 

Ter a consciência cauterizada é viver no fanatismo religioso, resultando em uma falsa religião. Caracterizado por pessoas que não conhecem a própria fé que ela diz professar. Devemos aprender da Palavra de Deus, moldando nosso caráter e nosso pensamento ao que diz a Bíblia, se lembre que ao mesmo tempo que ela é usada para refutar os ensinos errôneos, também nos confronta quando estamos no erro.

Graça e paz.
Deus abençoe.
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Por Flávio G. Souza

1. Introdução

A Bíblia é a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus, por isso é sempre importante termos uma boa base teológica que esteja de acordo com o ensino genuíno das Sagradas Escrituras. Este é um princípio essencial para uma interpretação fidedigna dos textos Sagrados, pois a Bíblia em nenhum momento deve se contradizer, e sim se complementar.

Um texto que vem sendo muito mal interpretado por muitas pessoas, se encontra em 1 Samuel 28, onde há uma "suposta" comunicação de Samuel que havia morrido, com Saul. Mas será que o texto bíblico afirma isso? Este texto fundamentaria a prática da mediunidade? Para alguns sim, mas não é isso que é ensinado, pois seria uma contradição da Bíblia Sagrada, e como disse anteriormente, ela nunca se contradiz. Para descobrirmos ao que o texto está se referindo, é necessário avaliarmos o contexto de 1 Samuel 28.11-19, isto é uma regra básica da hermenêutica bíblica, são princípios interpretativos que devem ser preservados para uma interpretação fiel da Palavra de Deus.

2. Erros interpretativos

Para começar a esclarecer este tema, primeiro é necessário corrigir os erros interpretativos, facilitando o entendimento dos que tem dúvidas do assunto. Os que aderem a interpretação de uma suposta prática da mediunidade, erram gravemente, até porque ela sempre foi condenada na Bíblia (Cf. Êx 22.18; Lv 20.27; Dt 18.19-22; Is 47.13). Samuel, um homem santo durante toda a vida, depois de morto, prestar a obedecer a pitonisa, uma mulher abominável, é uma incoerência, e também essa interpretação coloca outros textos Sagrados em contradição, porque após a morte vem o juízo (Hb 9.27). O ser humano só vive uma vez e depois o destino eterno é selado (Lc 16.19-31). Também é impossível que Deus tenha proibido e depois permitido, a prática de feitiçaria e consulta aos mortos, pois Ele é o mesmo ontem, hoje e será o mesmo eternamente, nEle não há sombra de variação (Cf. Is 8.19-20; Tg 1.17).

Apesar de Saul haver determinado a expulsão e morte de todos os necromantes e adivinhos de Israel, de acordo com a Lei de Moisés (Lv 20.27; Dt 18.10-12; At 16.18; Ap 21.8), contudo ele ainda sabia onde encontrar uma mulher com dotes mediúnicos. A atitude de Saul não foi aprovada por Deus, lembre-se o fim deve justificar os meios, e não ferir os princípios divinos. E ainda que fosse tecnicamente possível a comunicação com os mortos (Cf. Lc 16.27-31), Samuel jamais se permitiria cometer um pecado grave.

3. Quem realmente apareceu a Saul em 1 Samuel 28.14?

Neste versículo é onde se concentra toda a questão, pois se a Bíblia não da base para a prática da mediunidade, o que realmente ocorreu? No texto de 1 Sm 28.14 diz "E lhe disse: Como é a sua figura? E disse ela: Vem subindo um homem ancião, e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e se prostrou." Note que no texto esta escrito "...Entendendo Saul que era Samuel..", Saul estava com uma pressa tão grande para buscar uma direção, que não teve se quer o cuidado para avaliar. O resultado desta atitude equivocada de Saul foi devastadora (Cf. 1 Cr 10.13). A mulher supostamente vê o profeta Samuel como diz no versículo 12, mas se tratava de um espirito enganador.

3.1. As falsas profecias do suposto Samuel

As profecias do suposto Samuel não se cumpriram, pois ele diz a Saul que o Senhor entregaria Israel nas mãos dos filisteus, e que os seus filhos estariam com ele, junto com o arraial de Israel (Cf. 1 Sm 28.19). Mas estranhamente a profecia não se cumpre, por isso ela não resiste ao exame das Sagradas Escrituras. Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus, e sim se suicidou (31.4), indo parar nas mãos dos homens de Jabes de Gileade (Cf. 31.11-13). E também não morreram todos os seus filhos "..tu e teus filhos estareis" (v. 19), como diz a suposta profecia. Três ficaram vivos, Is-Bosete (2 Sm 2.8-10), Amorim e Mefibosete (2 Sm 21.8). Apenas três morreram (Cf. 1 Sm 31.6; 1 Cr 10.2-6). Se realmente fossem palavras do profeta Samuel, deveriam ter se cumprido, pois diz as Sagradas Escrituras que suas palavras jamais falhariam (1 Sm 3.19).

Então quem era realmente que estava por traz de toda essa história? Certamente não era Samuel e muito menos um anjo da parte de Deus, pois o suporto Samuel estava mentindo para Saul. O texto chave para a interpretação desta passagem se encontra no versículo 13 que diz, "..vejo deuses que sobem da terra..", a questão central é descobrir quem eram esses deuses. Certamente eram demônios se passando por espíritos de luz ou adivinhadores (Cf. 2 Co 11.13,14; Mc 5.9; Lc 8.30), o diabo é o pai da mentira, nele não há verdade alguma, ele pode transfigurar-se em anjo de luz, afim de conduzir pessoas ao engano (16.23; Jo 8.44; 2 Co 11.13-14). Note o quanto essa suposta tentativa de falar com Samuel, vem recheada de mentiras, e nada aconteceu, como previsto.

4. Porque Saul sabendo da Lei mosaica foi consultar uma medium?

Lendo o contexto, é possível entender que o rei Saul estava desesperado em Deus não lhe responder, repare que ele tenta de todas as formas de buscar uma resposta de Deus, e mesmo assim ele não é respondido. Uma das causas dele ter pedido a Deus uma resposta e não ter recebido, foi por causa da sua condição pecaminosa (1 Sm 28.6). Saul também já não estava no caminho do Senhor (1 Sm 15.23), e mesmo sabendo que Deus o havia abandonado, insistiu em tentar buscar uma resposta.

Deus respondia de três maneiras:
  • Através de Sonhos, isto é, revelação pessoal (Cf. Jó 33.15-17)
  • Urim e Tumim, revelação sacerdotal (Cf. Êx 28.30; Jz 1.1; 20.18, 28; 1 Sm 23.9-11; 30.7-8).

    O Urim e Tumim, eram usados pelos sacerdotes para receberem mensagens divinas, e guardados no peitoral. A menção ao éfode em conexão com oráculos simples (Cf. 1 Sm 23.6,9-12) sugere que, em todas as ocasiões, estes objetos podem ter sido associados ao éfode do sacerdote. Ninguém sabe como era o Urim e Tumim, nem como funcionavam, mas parece que eles forneciam respostas como "sim" e "não". Ás vezes, não era fornecida nenhuma resposta. Isto poderia explicar a incapacidade do rei Saul em obter uma decisão do próprio Deus, em duas diferentes ocasiões (1 Sm 14.36,37; 28.6).
  • Através dos profetas, revelação inspirativa (Hb 1)
5. Conclusão

A desobediência sempre traz o juízo de Deus, a consulta aos mortos por meio da mediunidade, e a arte adivinhatória é estritamente proibida (Cf. Lv 19.31; 1 Cr 10.13-14; 1 Sm 18.9-15; Lv 20.27; Ap 21.8), qualquer tentativa de estabelecer contato com eles é desobedecer as ordens divinas. Saul no desespero por Deus não lhe responder, tentou "forçar a barra" para tentar conseguir uma orientação divina, mas cometeu este grave pecado. Então o espiritismo a luz das Sagradas Escrituras é condenado pelas seguintes razões:
  • A mediunidade é absolutamente proibida pela Bíblia (Cf. Lv 19.31; 1 Cr 10.13-14; Is 8.19-20)
  • Os espíritos dos mortos em Cristo estão com Ele no céu e não voltam a terra (2 Sm 12.23; 2 Co 5.6-8; Fp 1.21-23).
  • Os espíritos dos mortos não voltam a terra, lendo atentamente Lucas 16.19-31 entendemos que homem rico queria, enviar a Lazaro para avisar seus irmãos sobre a existência do inferno, mas seus irmãos tinham os escritos de Moisés e dos profetas. O rico não pediu para Abraão enviar outra pessoa que estivesse próximo de seus parentes, mas solicitou que alguém fosse ressuscitado (Cf, v. 31). 
O caso de Saul, também serve para nos alertar sobre o perigo de se guiar pelas profecias sem antes julgarmos se são verdadeiras, por isso a importância de submeter todas elas a luz das Sagradas Escrituras. Saul já estava em um caminho tortuoso, e em desobediência, procurou tentar obter resposta do Senhor de todas as formas, só que de nada adianta procurarmos respostas de Deus se não obedecemos o que é ordenado na Palavra de Deus. Procuremos ser guiados através das Sagradas Escrituras, pois é ela é quem nos guia e fortalece.

O declínio e queda do rei Saul (31.6)
Um sacrifício presunçoso (13. 7-14)
Uma maldição insensata (14.24-28)
Ter poupado a vida de Agague e rebanhos (15.7-9)
Ter perdido comunhão com Deus (28.16-17)
Consulta a uma médium (28.7-8)
Dá cabo da própria vida (31.4)

Causas Resultados
A perda do reino é predita (13.14)
A maldição cai sobre Jônatas (14.43-45)
A perda do reino (15.27-28)
Não obtém resposta à oração (28.6)
A ruína é predita (28.19)
O fim da dinastia (31.4-6)

Bíblias Utilizadas:

Bíblia King James Atualizada (KJA)
Bíblia Palavra Chave, CPAD
Bíblia Apologética com os Apócrifos
Bíblia de Genebra
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Por Flávio G. Souza

O que a Bíblia quer dizer quando Jesus afirma que faremos obras maiores? Um equivoco muito comum, é associar as palavras do nosso Mestre a certas práticas que não possuem um embasamento bíblico, na tentativa de fundamentar experiências e até supostas "novas revelações", que excluem o Sola Scriptura.

O primeiro ponto que é necessário esclarecer, não se trata de uma crença no cessacionismo, até porque creio atualidade dos dons, a questão central que devemos indagar o texto é, a que obras Jesus estava se referindo? Um dos pontos que precisam ser avaliados para descobrir este detalhe é o contexto em que a passagem está inserida, pois este é um fator de grande importância para uma interpretação fidedigna.

Lendo o contexto onde este versículo se encontra, Jesus não está falando que o vamos superar-lo em milagres, pois quem pode operar o milagre da salvação de um pecador arrependido? A salvação é a maior dadiva que um pecador pode receber de Deus, uma enfermidade é curada, mas não nos livra da morte e do pecado, e a obra de Cristo porém nos da a vida eterna.

Então o que são essas obras maiores? As obras maiores são em extensão, e não em qualidade, isso é notável pelo contexto e também pela palavra grega usada μειζων/meizon, que segundo o dicionário Strong significa: Maior que, mais largo que, mais velho que, mais forte que.

Fazer obras maiores, refere-se ao Ide, a expansão do Reino de Deus no mundo (Cf. Mt 11.2,20;  Lc 19.37; Jo 9.4;10.25, 38;14.11; 15.24), a maior obra Cristo já fez, morreu no nosso lugar, ele pagou nossa divida e foi nosso substituto na cruz (Cf. Jo 12.32; 1 Jo 2.1-2). Jesus ao subir aos céus nos prometeu que enviaria o Consolador, ou como diz na Nova versão transformadora (NVT), o Encorajador (Cf. Jo 14.16), é Ele que habita em nós, e através dEle, Cristo é gerado em nosso caráter, e desta forma somos usados para fazer obras maiores, dando continuidade a mensagem da cruz neste mundo.

Graça e paz
Deus abençoe
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Por Flávio G. Souza

As vezes encontro pessoas com dúvidas sobre o texto de 1 Pedro 3.19, e uma grande parcela por desconhecerem as regras da hermenêutica bíblica, dizem coisas que o texto não afirma. E para que seja possível extrair o verdadeiro significado do texto, sem que a Bíblia entre em contradição, temos que nos atentarmos para as regras da hermenêutica bíblica, pois estamos tratando de um texto de difícil interpretação.

Alguns frequentemente, o interpretam como se Cristo tivesse realizado algum tipo de trabalho missionário no lugar que se encontravam os mortos, dando-lhes assim oportunidade de salvação. Eu por exemplo já vi gente tentando fazer um link de Efésios 4.8 com 1 Pedro 3.19, na tentativa de fundamentar essa interpretação, mas um estudo aprofundado em ambos os textos, derruba toda possibilidade de um trabalho missionário aos mortos.

Esta interpretação não é válida, porque ela contraria a Bíblia, após a morte vem o juízo, assim o homem tem apenas uma chance de salvação (Hb 9.27), portanto fica selado nosso destino eterno (Lc 16.19-31). Na tentativa de contra-argumentar sobre o texto de Lucas 16.19-31 algumas pessoas associam as parábolas de Jesus a fábulas, mas essa é uma afirmação equivocada porque as parábolas são figuras alegóricas para explicar uma realidade moral, já a fábula trata de ilusão. Fábulas estão correlacionadas a algo falso, uma mentira, usar este tipo de argumento é chamar Jesus de mentiroso. Se afirmamos que parábolas tem alguma relação com fábulas, estaremos contrariando as Sagradas Escrituras, pois nosso Senhor Jesus Cristo nunca falou por fábulas (1 Pe 3.18).

CONTEXTUALIZANDO

Para que possamos entender o texto, necessitamos ter como princípio hermenêutico descobrir qual o propósito dele ter pregado aos espíritos em prisão, e quem eram esses espíritos. O contexto está tratando da geração pré diluviana (Cf. 1 Pe 3.19-20; Gn 6.14; 7.1; 8.1, 16; Mt 24.38; Hb 11.7), e em resposta ao aumento da perversidade da humanidade Deus enviou o diluvio (Gn 6.5.7). Noé, porém, encontrou Graça diante do Senhor (v. 8), pois:
  • Ele Andou com Deus em um ambiente mau (Gn 6.8-12) 
  • Obedeceu quando lhe foi dado uma tarefa (v. 6.14, 22;7.5)
  • Foi lembrado por Deus e salvo da morte (8.1)
  • Pela fé trabalhou para sua salvação (Hb 11.7)
  • Advertiu seus vizinhos acerca do juízo vindouro (2 Pe 2.5)
  • Edificou o primeiro altar de que há registro (Gn 8.20)
  • Foi horando pelo Senhor com uma aliança eterna (9.12-17).
A civilização pré diluviana foi avisada através de Noé sobre o juízo de Deus (2 Pe 2.5), pois o Senhor deseja que todos cheguem ao conhecimento da verdade e se arrependam (1 Pe 3.20; 2 Pe 3.9), mas eles permaneceram na desobediência e preferiram continuar no caminho da perversidade, o resultado disso fez com que apenas oito almas fossem salvas (Cf. 1 Pe 3.20).

Vemos pela Palavra de Deus, que a interpretação sobre o trabalho missionário aos mortos, concedendo assim uma segunda chance aos que rejeitaram a mensagem sobre o juízo de Deus não se sustenta, pois eles foram avisados através de Noé. Aos que defendem esta interpretação a dilatam para incluir a teoria da provação depois da morte. Segundo essa corrente, o morto impenitente terá uma segunda chance. Porém, em nenhuma passagem da Escritura, há alguma indicação de que os que morrem sem arrepender-se terão uma segunda chance.

Segundo ponto a ser avaliado, para que possamos entender o texto com mais clareza, é necessário saber a natureza da mensagem anunciada por Cristo aos espíritos em prisão. O texto afirma que ele apenas proclamou, palavra grega (κηρυσσω) kerysso. É importante ressaltar que Pedro usa estas palavras como exemplo de castigo eterno e não de salvação, portanto a ideia de que a salvação está sendo oferecida no mundo dos mortos é fora de cogitação. Se o texto estivesse realmente se referindo a um trabalho missionário entre os mortos, Pedro teria usado a palavra grega evanggelizen e não kerysso para deixar claro que o tipo de pregação vitoriosa sobre o inimigo e toda malignidade do universo (Cf. 2 Pe 2.4-9; Cl 2.15).

Esta passagem não se refere a salvação de determinados indivíduos, mas a declaração da vitoria de Cristo sobre a morte e o inferno, logicamente o significado da expressão "pregou aos espíritos em prisão" é de que a mensagem pregada por Noé era verdadeira, pois temos a promessa da redenção descrita já Gênesis 3.15, referindo-se a vitória de Cristo na cruz.

Assim como todo o restante da Bíblia, o texto é explicado pela própria Bíblia, isto é, analisando de forma correta todo o contexto. Claro que com o devido método para se extrair do texto o seu real significado, este detalhe é de muita importância, pois assim não colocamos a Bíblia em contradição com outros textos.

Aos que ainda tem dúvida por causa do texto de Ef 4.8-10, recomendo a você ler o artigo 'O que significa Cristo ter levado cativo o cativeiro?', neste estudo tem uma explicação que vai ajuda-lo a conciliar 1 Pe 3.19 e Ef 4.8-10.

Graça e paz.
Deus abençoe.

Referência Bibliográfica:
[1] https://evangelhosegundoasescrituras.blogspot.com/2018/10/oquesignificalevarcativoocativeiro.html. O que significa Cristo ter levado cativo o cativeiro?. Flávio G. Souza, 

Bíblias Utilizadas:
Bíblia Thompson
Bíblia De Estudo Palavra Chave
Bíblia King James Atualizada (KJA)
Bíblia Apologética com os apócrifos 
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Por Flávio G. Souza

Um certo dia estava conversando com um evangelista na igreja, e fui questionado sobre o texto de Efésios 4.8, sobre Cristo ter levado cativo o cativeiro. Mas a um primeiro momento fiquei pé atrás com a interpretação dada por ele ao texto, pois tendia muito para o universalismo.

Essa corrente defende que no final dos tempos, Deus reconciliará todos os seres humanos a si, independentemente das obras, méritos e intenções de cada um. Mas sabemos pela Palavra de Deus, somente os que creem são salvos (Mc 16.16), não vem das obras, é uma ação exclusiva da Graça (Ef 2.8-10; Tt 2.11).

Em Efésios 4.8 diz

"Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens."

Efésios 4.8

Vamos começar corrigindo o principal erro de interpretação, que é dado por algumas pessoas. Dizer que Cristo levou todos os que estavam no cativeiro, isto é, ímpios e fiéis, é uma heresia gravíssima, pois essa afirmação leva justamente ao universalismo. Para que isso não ocorra devemos fazer a exegese correta do texto.

Desde a queda de Adão o homem passou a ser escravo do pecado, por causa disso a humanidade estava presa no cativeiro espiritual que é do Diabo (1Tm 3.7; 2Tm 2.26), do medo da morte (Hb 2.14-15) e do pecado (Jo 8.34; At 8.23; Rm 6.16; 7.23; G1 4.3; 2 Pe 2.19). O Apóstolo Paulo em Efésios 4.8 vem citando o texto de Sl 68.18, que fala do triunfo de Jesus sobre a morte e sua ascensão ao céu (Mc 16.19). Isto significa que esta passagem discute detalhadamente a encarnação, ressurreição e a ascensão de Cristo.

No versículo 9, Paulo usa a expressão "Ora [...] ele subiu" para destacar o fato de que Cristo subiu aos céus depois da ressurreição. O versículo continua declarando que, se Cristo subiu, obviamente teria que ter vindo ("descido") à terra em um momento anterior. Por conseguinte, a "descida" de Jesus "as partes mais baixas da terra" refere-se à sua encarnação, o que lhe possibilitou passar pela morte. A "subida" é sua ascensão, da terra ao céu, depois de sua ressurreição" (Jo 8.23; 16.28).

No versículo 8, há certa controvérsia sobre o que Cristo está "levando cativo". Contudo, o significado desta passagem é simples. Cristo derrotou o pecado e a morte pela sua ressurreição, levando-os cativos e deixando-os impotentes, como um rei faria com seus inimigos depois da sua vitória. Os "dons" (isto é, a vida eterna e a o perdão dos pecados) que são dados aos crentes são resultados da vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. A analogia é que Cristo está repartindo os despojos da sua derradeira vitória contra satanás com os que o receberam. Em Salmos 68.18, Davi expressa a mesma ideia do Deus Todo-Poderoso obtendo vitória sobre satanás com os seus inimigos e levando-os como cativos. Os dons dados por Cristo (Ef 4.8), incluem coisas que permitem que um cristão tenha uma vida mais vitoriosa para Cristo, enquanto ainda está aqui na terra.

Isso representa Cristo vencendo a morte, conquistando a libertação prometida (Is 42.6-7), Ele então nos liberta desse medo (Lc 4.18, 21; Jo 8.36; Rm 7.24-25; Ef 4.8), através do evangelho, que é instrumento de libertação (Jo 8.32; Rm 8.2). Quando Cristo levou cativo o cativeiro, ele libertou os santos da escravidão do pecado (Rm 6.18,22), trazendo libertação (Dt 4.20), tipificando Israel no Egito (Êx 1.13-14).

Quando Paulo quando diz que Cristo levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens (4.8,9), por meio de sua morte, ressurreição e glorificação, tirando as correntes do cativeiro satânico; isto é, a humanidade que estava cativa a Satanás passou a ser o espólio de Cristo. Assim, fomos transferidos do império das trevas e de sua escravatura e tornamo-nos escravos de Cristo e de sua justiça.

Cristo ascendeu ao céu como o supremo vencedor. A figura aqui é de um conquistador militar conduzindo seus cativos e distribuindo o espólio entre seus seguidores. Aqui, entretanto, os cativos não são os inimigos, mas seu próprio povo. Os pecadores que estiveram sob o domínio da carne, do mundo e do diabo, agora, são cativos de Cristo. Quando Cristo veio à terra, foi ao mais fundo da humilhação. Quando ascendeu ao céu, ele alcançou o máximo da exaltação. A seguir, ele deu dons aos homens.[1]

Corroborando com essa interpretação, também temos o contexto que em nada diz sobre a salvação dos incrédulos, mas trata da unidade do corpo de Cristo, Paulo fala diretamente do povo que aguardava o Messias prometido. Infelizmente a falta de conhecimento de alguns ensinadores acaba resultando em interpretações baseadas em achismos, e não no que está escrito. Não podemos ser negligentes, sempre que for possível devemos procurar adquirir mais conhecimento sobre a Palavra de Deus.

Na maioria das nossas igrejas infelizmente temos os críticos do estudo teologia, como se conhecer mais de Bíblia fosse algo negativo para o corpo de Cristo. Eu me deparo com essas situações diariamente, tanto na internet e pessoalmente. Necessitamos mudar essa postura, se bem aplicarmos este conhecimento, teremos resultados positivos e não negativos como muitos pensam. O estudo da Bíblia é de grande importância para a vida do cristão, pois nos fortalece espiritualmente, nos ajuda a sanar nossas dúvidas e nos capacita a ajudar outras pessoas, que talvez tenham os mesmos questionamentos um dia tivemos.

Bíblias Utilizadas:
Bíblia Palavra chave, CPAD
Bíblia King James Atualizada, KJA
Bíblia Thompson

Referência Bibliográfica:
[1] Efésios - A igreja a Noiva Gloriosa de Cristo. Lopes, Hernandes Dias, 2009, Hagnos, Pág. 107-108.
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Por Flávio G. Souza

O relativismo está a cada dia avançando e conquistando adeptos dentro de nossas igrejas, por causa disso é pregado um evangelho que não está presente nas Sagradas Escrituras. Isso acontece porque alguns não se importam com o que está escrito na Palavra de Deus, fruto do liberalismo provocado pelo movimento neopentecostal.

O movimento neopentecostal vem promovendo o liberalismo em nossas igrejas, enchendo os nossos cultos com teatros, danças, baladas, reuniões de cura interior e outros absurdos que a Bíblia proíbe, onde está o legado da reforma protestante nesses movimentos?

Líderes comprometidos com a Palavra de Deus se submetem ao que ela diz, mas a grande parte infelizmente se rendeu aos modismos inventando seu modo de "adorar", e não podemos ser assim. Como protestantes professamos o Sola Scriptura (Somente a Escritura), mas na grande maioria é apenas mais um jargão, pois na prática o que vemos é uma igreja afundada no entretenimento com o objetivo de segurar os jovens para não irem para o mundo. Necessitamos mesmo aderir as modinhas alegando que é para as pessoas conhecerem a Deus? Não podemos fazer isso, a igreja faz diferença por ela ser diferente e não igual ao mundo. O que atrai o pecador não é o entretenimento local, mas a Graça pela pregação da Palavra de Deus (Rm 10.17; Ef 2.8; Tt 2.11). Se usarmos elementos mundanos como algo que atraia o pecador, vamos pregar outro evangelho, fazendo com que as pessoas tenha um falso conceito sobre Deus.


A simplicidade do evangelho

Para pregar o evangelho não precisamos encher a igreja de entretenimento, nossa arma contra o pecado está em Deus. Não lutamos conforme o padrão do mundo, mas nossas armas que estão em Deus, são capazes de derrubar as fortalezas do raciocínio humano, acabar com os falsos silogismos e assim levarmos nosso pensamento cativo a Cristo (2 Co 10.3-5).

Se usamos os métodos mundanos enchendo a igreja de entretenimento ao invés do que a Palavra de Deus ordena, somos incapazes de combater o pecado e conquistar almas para Cristo, pois estaremos nos igualando ao padrão do mundo (Zc 4.6). Só levaremos nosso pensamento cativo a Cristo quando obedecermos o que a Palavra de Deus ordena (2 Co 10.5), tornando-se totalmente obediente ao que diz a Bíblia. Somente assim o âmago do nosso ser ficará plenamente submisso ao governo do Espirito Santo (Rm 12.1-2).

Não precisamos encher a congregação de entretenimento apenas com o propósito de distrair os ouvintes, necessitamos ouvir a Palavra de Deus, pois somente ela pode nos limpar e nos conduzir na verdade (Jo 15.3). Tudo o que for feito no culto, deve ser para a edificação de todos (2 Co 12.19; Ef 4.29), não podemos adotar como elementos de adoração a Deus o que ela não ordena, como por exemplo, a dança que em nada acrescenta.

Pense nisso.

Deus abençoe.
Graça e paz.
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Por Flávio G. Souza

Vemos muitas pessoas afirmarem que a teologia não é necessária a igreja. Mas qual a importância das nossas igrejas conhecerem pelo menos o básico da teologia?

Circula uma frase entre os crentes, que certamente você deve conhecer. Muitos alegam que a teologia esfria o crente, e que a letra mata. Eu tento classificar os que dizem isso em dois grupos, até para não ser injusto. Os leigos: por causa de experiências ruins com pessoas que usaram mal o conhecimento, criaram um trauma e preconceito contra o estudo, sem estudar diretamente o assunto. Do outro, temos os que conhecem, mas querem impedir que as pessoas tenham acesso ao conhecimento, por medo de perder o "status" e por se sentirem prejudicadas e ameaçadas. 

É importante a igreja estar fundamentada na teologia das Sagradas Escrituras, muitos acham que ela é sem valor a igreja, mas é essencial para que os cristãos estejam saudáveis. A Palavra de Deus é a nossa regra de fé e prática, a teologia bíblica é caracterizada pela organização dos ensinamentos teológicos tendo como base os trechos da Bíblia em que ocorrem, em vez de por tópicos. A teologia bíblica não faz nenhuma tentativa de reafirmar expressões bíblicas numa forma contemporânea. [1] E em sentido estrito, estudo da doutrina de Deus Pai. Em sentido amplo, estudo da doutrina de Deus. [2]


Quando extraímos a verdade contida na Palavra de Deus, seja em uma leitura devocional ou um estudo em classe, de qualquer maneira colocamos a teologia bíblica em prática. Infelizmente certos "líderes" infiltrados na igreja cheios de si, que amam ser o destaque entre os melhores de Bíblia, não incentivam aos seus ouvintes a estudarem, enchendo o culto de entretenimento sem fundamento bíblico. Li um livro do D. Martin Lloyd-Jones que reflete bem o tema, sobre ser uma igreja fundamentada na Palavra de Deus, ele diz assim:


"A Igreja está tão temerosa. Teme o pecado organizado, e seu argumento é: "Precisamos fazer alguma coisa, porque, olhem para o mundo. Está atraindo os jovens, oferecendo-lhes alegres e agradáveis programas para os sábados à noite, e os diverte, e os ensina a cantar, e a fazer isso e aquilo. Então, precisamos fazer a mesma coisa. Tragam o seu grupo popular, ou seja o que for, para seu culto de domingo à noite, pois é disso que eles gostam." O mundo está fazendo isso e os jovens dizem que gostam, e a Igreja, porque está com tanto medo de perder seus jovens, pensa que deve fazer a mesma coisa. Oh, que tragédia, que desvio dos caminhos de Deus!" [3]

A igreja está mais preocupada em números do que combater os falsos mestres, são os que adoram dizer, 'mas isso não tem importância' e coisas do tipo. Porém devemos extrair a verdade da Palavra e procurar conhecer a Deus lendo as Escrituras, para que assim tenhamos uma visão correta sobre quem Deus é. Caso contrário, iremos relativizar a verdade contida na Bíblia, criando 'a nossa verdade', descartando as Sagradas Escrituras.

Como bem disse anteriormente, a teologia é essencial para a igreja, pois procuramos fundamentar as doutrinas que pregamos pela Bíblia sem alterar o que o autor quis dizer inspirado pelo Espírito Santo, essa é a nossa tarefa como cristãos que professam a fé em Jesus Cristo. E os que dizem que a teologia é sem valor ou que não é necessária, são os mesmos que oram para haver um avivamento, porém se estamos tão preocupados assim, porque ainda estamos relativizando a verdade da Palavra de Deus? Se estamos realmente preocupados com avivamento, precisamos descobrir o que impede que ele aconteça. E é o encobrimento de verdades e doutrinas vitais que sempre tem sido a causa. [4]

Infelizmente existem "líderes" que só querem satisfazer seu próprio ego, tentam ser "pensadores" apenas para se exibir, nada contra, mas se a motivação for para se promover como o "intelectual", já está errado! A partir do momento que vivemos de máscaras estamos mentindo para as pessoas e para nós mesmos, mas quando agimos naturalmente não somos hipócritas, quem é sábio irá demonstrar com as atitudes, são consequências naturais. 

Querer viver de máscara para usar pessoas como massa de manobra é ser baixo e desonesto. Ser cristão não é ser duas caras, mas ser você mesmo, com a diferença que a Graça de Deus atuou em sua vida transformando seu caráter e comportamento. Portando, é dar o exemplo antes de falar algo a respeito de si mesmo. Adquirir conhecimento não é errado, mas se usarmos ele para rebaixar as pessoas e se autopromover, sim. Utilize o que você sabe para ajudar as pessoas, a fortalecer a fé do fraco, não pisar e criar traumas em quem tanto procura ajuda. 


UMA IGREJA FUNDAMENTADA NA DOURINA É SAUDÁVEL


É importante nós como igreja estarmos fundamentados no que nos diz a Palavra, sempre extraindo o que ela diz e nunca colocando nosso achismo. As consequências de uma igreja sem a pregação do genuíno evangelho são desastrosas, pois heresias que foram condenadas nos concílios da igreja ressurgem como se fossem algo que veio 'revolucionar', mas na verdade só vai trazer destruição e levará mais pessoas a perdição. 


E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. 

2 Pedro 2:1


Falsos ensinos só conduzem pessoas a perdição e ao relativismo. E essa perspectiva relativista realmente acaba com a distinção entre teologia certa e teologia errada, além de anistiar todas as heresias já surgidas na história da Igreja. Vamos citar, por exemplo, a área de soteriologia, que trata da questão da salvação do homem. A doutrina de que o homem é justificado pela fé somente, sem as obras ou méritos humanos, foi estabelecida cedo na Igreja cristã e reafirmada na Reforma Protestante. Depois de tantos séculos, nossos teólogos progressistas (ainda não gosto desse rótulo, vou acabar achando outro) têm algo de novo para nos dizer sobre esse ponto? Os que tentaram, caíram nas antigas heresias soteriológicas já discutidas e refutadas ad nauseam pelos pais da Igreja e pelos reformadores. [5]

Precisamos crer na suficiência das Sagradas Escrituras, de nada vai adiantar tentar buscar algo a mais do que a Bíblia. A tradição também tem o seu valor, mas a partir do momento em que ela se contrapõe a Palavra de Deus, devemos rejeitá-la. E somente desta maneira teremos cristãos saudáveis e nutridos com a verdade nas nossas igrejas. O problema com essa postura relativista é que ela desistiu completamente da verdade, é agnóstica. Eu creio que a prática teológica, quando é fiel à revelação bíblica e obedece a 2 Coríntios 10:5 (“levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo”), produz sínteses confiáveis que podem servir de referencial para igrejas de todas as gerações. Conforme, aliás, as confissões reformadas elaboradas nos séculos 16 e 17 vêm fazendo há muitos anos. Mas os teólogos relativistas acreditam em quê? Já que para eles não existe verdade absoluta, por coerência devem acreditar em tudo e, portanto, em nada. Eles tentam manter tudo fluido, em permanente devir, sempre abertos para todas as possibilidades. Mas, nesse caso, não teriam que, forçados pela própria lógica, aceitar também a teologia conservadora como legítima? Mas é aqui que a lógica relativista se quebra, pois, para eles, todas as opiniões estão corretas, menos as dos conservadores. [6]

O relativismo se levado às últimas consequências, acaba nos privando da Bíblia. Vejamos: Quem defende essa visão (há exceções, eu sei) geralmente tem dificuldades em aceitar que as Escrituras do Antigo Testamento e do Novo Testamento foram dadas por inspiração divina e são, portanto, infalíveis. Nessa lógica, as Escrituras são apenas a reflexão teológica de Israel e da igreja cristã primitiva. Consideremos as cartas de Paulo. Elas são a teologia do apóstolo, resultado da aplicação que ele fazia das boas-novas às situações novas das igrejas nascentes no mundo helénico. Para ser coerente, quem defende que toda teologia é relativa, imperfeita e subjetiva, e que é válida somente dentro dos limites da cultura e da geração em que foi produzida, não poderia aceitar para hoje a teologia de Paulo, Pedro, João e a de Isaías. Teria de rejeitar as Escrituras como um todo, pois elas são a teologia de Israel e da Igreja, elaboradas em uma época e em uma cultura completamente diferente da nossa. [7]

QUAL O OBJETIVO DA TEOLOGIA?

Muitos de forma equivocada, ainda persistem no pensamento de que o objetivo da teologia é explicar Deus em totalidade, mas a Bíblia só nos mostra uma pequena amostra sobre o Criador, Ele é, e nós somos criados, Ele não. A teologia procura estudar os atos, para poder entender mais um pouco deste Deus transcendente e imutável, até porque nossa teologia pode ser falha. Em humildade devemos admitir que a teologia é fruto da reflexão humana e, portanto, sempre sujeita às vulnerabilidades de nossa natureza humana decaída. Mas não a ponto de ser incapaz de refletir, com uma medida de veracidade e fidelidade, a revelação de Deus nas Escrituras.[8]

Deus não cabe em uma sistematização humana, por isso devemos analisar as Escrituras e conhecer o que Ele revelou na Bíblia, deixemos o preconceito de lado, pois se ignorarmos a importância da teologia para a igreja, estaremos reféns de heresias e falsos ensinos, tirando assim a igreja da suficiência das Sagradas Escrituras.


COMO A TEOLOGIA DEVE SER APLICADA A IGREJA?

O ensino teológico deve ser aplicado corretamente, procurando sempre falar em uma linguagem que todos possam compreender, pois encontraremos desde a pessoa que nada conhece, até o que sabe um pouco mais. Nossas igrejas precisam estar nutridas pela Palavra, e isso só acontecerá quando estivermos comprometidos com a verdade revelada. A teologia não esfria o crente, a teologia nos livra das heresias e falsos ensinos. 

Pastores e líderes, devemos saber quem estamos mandando para o seminário e faculdade de teologia, pois se a pessoa não estiver preparada emocionalmente, espiritualmente e intelectualmente, certamente ela não terá estrutura para suportar em média quatro anos de estudo. Não é sem razão que Paulo orienta que o líder não pode ser neófito, isto é, novo na fé (lTm 3:6). Eles não têm estrutura intelectual, bíblica e emocional para interagir criticamente com os livros dos liberais e com os professores liberais que vão encontrar aos montes em algumas das instituições para onde serão mandados. Não estarão inoculados preventivamente contra o veneno que professores liberais costumam destilar em sala de aula. [9] Quando a teologia bíblica é aplicada corretamente, certamente haverá um crescimento espiritual e intelectual para todos, pois a verdade é que liberta o homem. Isso só acontecerá, quando obedecemos a Bíblia. Quando estivermos mergulhados na Palavra, será natural prestarmos um culto racional ao nosso Deus, e assim experimentaremos a boa, perfeita e agradável vontade que Ele tem para nós (Rm 12.1-2).

Referencias bibliográficas:
[1] Dicionário popular de teologia / Millard J. Erickson; traduzido por Emirson Justino. -
1. Ed. Rev. - São Paulo: Mundo Cristão, 2011.
[2] Ibid.
[3] Avivamento, D. Martin Lloyd Jones. Ed, PES, 1993. Pág. 131.
[4] Ibid. 39
[5] O ateísmo cristão e outras ameaças à Igreja / Augustus Nicodemus •— São Paulo:
Mundo Cristão, 2011. Pág. 56.
[6] Ibid. Pág. 57.
[7] Ibid. Pág. 58-59.
[8] Ibid. Pág. 57.
[9] Ibid. Pág. 45.
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Por Flávio G. Souza

Quantas pessoas hoje que professam a fé cristã realmente conhecem sua crença? Infelizmente a maioria negligencia o estudo das Sagradas Escrituras, e esse é um dos principais motivos de encontrarmos pessoas fracas na fé e inconstantes na caminhada cristã.

Um estudo realizado pelo Instituto Americano de Cultura e fé, concluiu em uma de suas pesquisas que a maioria dos cristãos não conhecem a sua fé. Como então temos a cara e coragem de afirmar que acreditamos nas boas novas pregadas por Jesus, se nem nos preocupamos em conhecer as bases de nossa fé?

Se amamos a Deus verdadeiramente, devemos sim conhecer a Bíblia em profundidade, pena que em nosso meio ainda encontramos gente dizendo que não precisam estudar, porque Deus é "mistério". Amam argumentar que, aprender teologia esfria a fé e nos desvia do caminho da verdade, porque segundo eles "a letra mata, mas o Espirito vivífica". Mas a fé cristã não é mistica como alguns pensam, fé e razão não são coisas antagônicas. A nossa fé cristã é baseada em fatos reais, cremos sim que Deus pode fazer milagres que vai além da medicina, mas isso são coisas supra racionais. 

Por isso devemos estudar e meditar nas Sagradas Escrituras, quando a temos como nossa regra de fé e prática, cremos não porque apenas está escrito, mas acreditamos porque existem evidencias históricas que comprovam os fatos narrados na Bíblia Sagrada.

Graça e paz.
Deus abençoe.
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