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Por Flávio G. Souza

É comum encontrarmos em algumas igrejas, o que muitos chamam de ministério de dança ou departamento de dança. Mas a pergunta que fica para refletirmos, será que é correto usar a dança como elemento de adoração no culto ao Senhor? Eu particularmente não vejo na Palavra de Deus uma ordenança que fundamente o ministério de dança, pois já fui em congressos onde esse grupo mas atrapalhava que contribuía.

Os textos que são usados na tentativa de fundamentar a dança no culto, é o Salmos 149.3 e 150.4, e neste estudo irei detalhar com clareza que o salmista não fundamenta o uso a dança como elemento litúrgico no culto para adorar a Deus.

Não existe no Novo Testamento uma ordenança sobre a dança sendo utilizada como elemento litúrgico. Neste detalhe já é possível criar grandes dúvidas acerca desta prática, pois como vamos aplicar coisas do Antigo Testamento a nossa vida se não olharmos o cumprimento no Novo? Tudo o que está no Antigo Testamento também se encontra presente no Novo, e assim vice versa. E estranhamente não vemos no Novo Testamento ninguém dançando quando se trata de cultuar e louvar ao Senhor.

O culto ao Senhor conforme está revelado no Novo Testamento, deve ser em espírito e em verdade, sem a dança, não temos um versículo que ordene ela como elemento litúrgico. Assim como disse Jesus a mulher samaritana (Jo 4.23-24), e o Apóstolo Paulo quando falou do culto racional (Rm 12.1).

O pastor Ciro Sanches Zibordi também faz um comentário sobre a adoração, comenta ele: "..Você já notou como os jovens costumam empregar o verbo adorar para quase tudo de que gostam, menos em relação a Deus? "Adoro cantar", "Adoro dançar", "Adoro ouvir música", "Adoro chocolate, etc. Mas, quando vão falar do Senhor Jesus, o único de fato digno de adoração, dizem: Estou apaixonado. Isso ocorre principalmente por influência de cantores-ídolos que adoram empregar frases de efeito, como: Essa é uma geração de apaixonados ou Deus não rejeita um coração apaixonado. 

Paixão, por definição, é irracional, passageira e não leva em conta princípios. A adoração, ao contrário, é racional (Rm 12.1), verdadeira (Jo 4.23,24) e envolve tudo o que há em nós: espírito, alma e corpo, principalmente o nosso espírito, que é a parte mais profunda de nosso ser (1 Ts 5.23; Lc 1.46,47; Sl 57.7). 

Alguém poderá perguntar: O que vale não é a intenção? Na verdade, não podemos, ainda que bem intencionados, aceitar todas e quaisquer influências do mundo. E o clichê em análise, conquanto para muitos seja apenas uma simples questão de semântica, tem levado os jovens à concepção distorcida da verdadeira adoração a Deus, acima de todas as coisas, o que é muito mais que estar apaixonado! Sei que alguém, ao ler esta abordagem, pode não estar muito apaixonado por este livro e seu autor. Mas espero, sinceramente, que reflita sobre a importância de adorar somente ao Senhor Jesus e segui-lo, abandonando a postura de fã (Lc 9.23). Não adianta nada alguém usar uma camiseta com os dizeres Apaixonado por Jesus ou viver cantando "..Apaixonado, apaixonado, apaixonado..", se não andar como Jesus andou (1 Jo 2.6)! Abandone, pois, essa canoa furada da geração dos apaixonados! Embarque no navio cujos passageiros são os verdadeiros adoradores, que seguem ao Senhor Jesus, que disse: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás... (Mt 4.10). [1]

Sobre a dança não estar presente no Novo Testamento o mesmo se posiciona contra essa prática:

Ao longo da História, a dança nunca esteve presente na liturgia das igrejas cristãs. No Brasil, também não víamos isso há alguns anos. Uma ou outra pessoa falava em "dança no Espírito", e outras cantavam, sem dançar, o famoso corinho "Se o Espírito de Deus se move em mim, eu danço como Davi".

Todavia, esse assunto sempre foi controvertido, e a liderança, de maneira geral, não aceitava a dança como parte integrante do culto a Deus. De uns tempos para cá, alguém descobriu a América! Muita gente pensa ter encontrado uma "verdade cristalina" na Bíblia: a dança faz parte do culto coletivo ao Senhor. "Deus nos libertou da escravidão, e temos de adorá-lo também com a nossa arte", dizem alguns defensores desse modismo. E por aí vai. Não há mais limites! Onde vamos parar? Nos Estados Unidos, já ocorre até luta livre em alguns "cultos". E o Brasil não está longe disso.

Algumas igrejas são mais moderadas e têm apenas uma coreografia simples. Outras... meu Deus! A cada dia, perde-se o temor. Ainda não vi, para ser sincero, porém não duvido de que já haja "cultos" em que jovens dancem rebolando até ao chão, como ocorrem em bailes funk. A bem da verdade, nas chamadas "baladas" gospel isso já acontece...

Há poucos anos, os jovens passavam a noite em vigília, orando, estudando a Palavra. Assim era no meu tempo, e eu não sou velho (tenho apenas 37 anos). Hoje, a juventude vai para a "balada". Tudo isso graças ao incentivo de líderes inescrupulosos, sem compromisso com a Palavra de Deus, movidos por outros interesses, como dinheiro e fama. É como se dissessem: "É melhor o jovem pecar aqui do que no mundo". Ignoram que, para seguir a Cristo, é preciso negar-se a si mesmo (Lc 9.23) e não se conformar com este mundo (Rm 12.1,2).[2]

Salmos 150 é fundamento para dançar no culto?

As pessoas que acreditam em ministério de dança, se refugiam em versículos do Antigo Testamento para tentar fundamentar a prática como um elemento litúrgico, citando Salmos 150.4 que diz:

Louvai-o com o tamborim e a dança, louvai-o com instrumentos de cordas e com órgãos


E Salmos 149.3:

Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe o seu louvor com tamborim e harpa.

Utilizam esses textos na tentativa de afirmar que a dança pode ser usada como um elemento litúrgico, mas a pergunta que fica, será mesmo que isso têm fundamento bíblico? Se tomado de forma isolada, sem olhar o contexto, cultura, objetivo do autor, não compararmos as traduções disponíveis, podemos dizer que sim, mas se fizermos uma análise profunda do texto iremos descobrir que não é bem o que muitos afirmam.

Muitas versões traduzem a palavra hebraica מחול (machowl) presente em Salmos 150.4 por dança, a Almeida Revista e Corrigida (ARC) traduz por flauta, no mesmo texto. Isso acontece por causa da presença de uma variante textual. Vendo esse detalhe fica claro que o salmista está enumerando uma lista de instrumentos, e não especificamente uma ordenança para ter grupos de dança na igreja na adoração ao Senhor. Ocorre também em Salmos 149.3, na Almeida Revista Atualizada (ARA) a mesma palavra hebraica מחול (machowl) é traduzida por flauta, se referindo a um instrumento e não a dança no santuário.

Alguns irão fazer o seguinte questionamento, "mas Miriã dançou", sim, mas não foi no culto, a dança existia no Antigo Testamento, e era diferente da forma que se entende hoje. A dança no Antigo Testamento, diferente do que muita gente pensa, não era usada como elemento litúrgico, era utilizada como forma de celebração, se trata de uma questão cultural (Cf. Ex 32.19; Jz 11.34; 21.21; 1 Sm 30.16; Jó 21.11; Ec 3.4; Jr 31.4; Mc 6.22;  Ex 15.20; 2 Sm 6.14). Podemos até dizer que existia dança no santuário no Antigo Testamento, mas isso ocorria nos cultos pagãos (1 Rs 18.26).

O pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, Augustus Nicodemus também faz uma colocação sobre o texto, diz ele: "De qualquer forma, vê-se que a palavra pode ter sentido diferente de dançar. Várias traduções de Salmos 150:4 traduziram machowl por “flauta”, como a Almeida Corrigida, a Bíblia de Genebra 1599, a Reina-Valera 1909, entre outras. Douay-Rheims traduziu Salmo 150 — por “coral”. Calvino, em seu comentário de Salmos, preferiu traduzir por “flauta”.

Temos de admitir que a maioria das traduções preferiu “danças”. Em minha opinião, é perfeitamente possível. Todavia, se o salmista estiver se referindo a um instrumento musical, como “flauta”, se encaixaria perfeitamente no contexto, pois os versículos 3-5 estão mencionando instrumentos musicais usados em Israel, como trombeta, saltério, harpa, adufes, instrumentos de cordas, flautas, címbalos sonoros e címbalos retumbantes. Esses versículos não estão dando uma descrição do que se fazia no culto a Deus executado no templo, mas apenas enumerando os instrumentos musicais de toda espécie, todos eles convocados para o louvor de Deus.

Se levarmos em consideração as variáveis acima, o salmo 150 pode ser simplesmente um chamado universal a anjos, homens e animais para que louvem a Deus, e que os homens o façam com toda sorte de instrumentos musicais. Não está se falando do culto no templo terreno nem de danças." [3]

Muitos usam versos isolados da Palavra de Deus na tentativa de apoiar o que ela não afirma, Ciro Sanches Zibordi faz um comentário interessante a respeito dessas práticas, diz ele: "Do jeito que a dança é propagada e defendida hoje, fica a impressão de que há várias passagens bíblicas que a apoiam. Porém, não existe sequer um versículo nos mandando ou nos autorizando a dançar na casa de Deus! No Novo Testamento não há nenhum incentivo à sua introdução no culto. Os dois únicos textos que poderiam ser usados como incentivo à dança estão nos Salmos 149 e 150, no Antigo Testamento. Mas não são passagens que falam propriamente da dança no culto da igreja do Senhor.

Alguns exegetas discutem se o termo original traduzido em algumas versões em português para "dança" nos textos acima, significa flauta ou harpa. Entretanto, mesmo aceitando se que os Salmos 149 e 150 aludem à dança entre os hebreus — o que não seria nenhuma novidade (Jz 11.34; Ec 3.4; Lm 5.15) —, eles nada têm que ver, diretamente, com o culto do Novo Testamento. Lembre-se de que a mensagem da Bíblia se dirige a três povos: judeus, gentios e igreja (1 Co 10.32). E nem sempre um mandamento pode ser considerado universal, isto é, para todos.

Se aplicarmos a nós o que dizem os tais Salmos, na íntegra, teremos de louvar a Deus com uma espada na mão e tomar vingança das nações, literalmente! Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus e espada de dois fios, nas suas mãos, para tomarem vingança das nações e darem repreensões aos povos, para prenderem os seus reis com cadeias e os seus nobres, com grilhões de ferro (Sl 149.6-8). Alguém dirá: Ora, irmão Ciro, não exagere. Tudo isso pode ser aplicado de maneira figurada. É mesmo? Então por que a dança deve ser aplicada de modo literal? Por que empunhar uma espada e tomar vingança das nações é figurado, e dançar não?! Por que não consideramos, então, que devemos dançar espiritualmente, e não com o corpo? Interessante como é fácil priorizar preferências pessoais, para depois encontrar na Bíblia versículos isolados em apoio a invencionices! [4]

Não temos autoridade de acrescentar grupos de dança como um elemento litúrgico, achando que estamos adorando a Deus, usando o famoso argumento, "mas o que vale é a intenção", porém com Deus não é assim, fazemos somente o que Ele ordena (Dt 4.2). Os modismos estão cada vez mais sendo aceitos nas igrejas, e a Bíblia é clara quando diz Deus abomina que nós inventemos o nosso modo de adorar (Dt 12.8). Portanto não existe uma base bíblica para o chamado "ministério de dança", e não podemos oferecer uma adoração que não esteja em conformidade com a Palavra de Deus, o que passar disso é invenção e fogo estranho. Se lembre do caso Nadabe e Abiú ao oferecerem fogo estranho ao Senhor.

Referências Bibliográficas:
[1] Ciro Sanchez Zibordi, Mais erros que os pregadores devem evitar, CPAD, 2007.
[2] Ibid.
[3] O Ateísmo Cristão e outras ameaças à Igreja / Augustus Nicodemus Lopes — São Paulo: Mundo Cristão, 2011. Pág. 195.
[4] Ciro Sanchez Zibordi, Mais erros que os pregadores devem evitar, CPAD.

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8 comentários

  1. Resumindo:você define o que é aceitável ou não para Deus. Coloca Deus numa caixinha e vomita opiniões como se fossem verdades. Ainda bem que temos o Espírito de Deus para nos dar a direção do que devemos ou nao fazer

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    1. Engano seu, quem norteia a fé cristã é a Bíblia, e não encontramos em canto nenhum da Palavra uma base para um "ministério de dança", todos os versículos usados, olhando o contexto, nota-se que se trata de algo cultural e não um elemento de culto!

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  2. Flávio, gostei do seu texto, concordo plenamente com os argumentos usados, principalmente por ter usado dois nomes fortes como referência, um pentecostal e um tradicional, tenho os dois livros citados e como aprendo com esses homens de Deus. Infelizmente muitos irmãos ainda preferem transitar pelo misticismo, a experiência em detrimento da palavra, e sem leitura efetiva da Bíblia, certamente depositam sobre o Espírito Santo, crenças pessoais, assim com respaldo onde tudo é aceito, sem reflexão. Triste.

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  3. Vc realmente teme a Deus. Achei lindo tudo que colocou aí. Hoje em dia não tem temor a Deus. Depois reclamam que quase não se vê mais curas e outros milagres. Falta de ler a bíblia, jejuar, orar. Ter verdadeiramente o Espírito Santo. Mas querem levar o mundo pra igreja.

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    1. Certo Regina, quando deixamos a bíblia falar por si, até os Historiadores concordam.

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  4. O ministério de gestos na igreja é pecado ? Meu Deus oro para que os olhos sejam abertos, que tenham temor verdadeiro de Ti . A palavra vivifica mas o teu querer prevalece, que haja mais amor e menos julgamentos de gente tão sabia!!!!!!

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    1. Olá, gestos são referentes à inclusão de libras no culto? Caso seja, não existe problema, porém se tratando de DANÇA no culto se trata de algo criado pelo homem.

      No texto, coloquei as referências explicando ponto a ponto, extraia a verdade e não acrescente achismos.

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  5. Não vejo nada de errado em fazer coreografia dentro da igreja, já começando que fazemos isso para glorificar a Deus do mesmo jeito que louvamos e tal. Não faria sentindo uma grande massa fazer tal coisa sem Deus corrigiri ,isso vale tbm pro batismo com espirito santo. Se vc tem duvida de tal coisa é errado ou não, ora e pede a Deus pra te mostrar a direção. Não adianta vc falar do que vc acha so pq não gosta ou interpreta de outro jeito.

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