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Por Flávio G. Souza

Neste breve estudo quero tratar de dois famosos pecados que muitos cometem conscientes, outros inconscientemente por não conhecerem o que diz a Palavra. São os famosos pecados de omissão e comissão, se você nunca ouviu falar sobre esse tipo de pecado, irei explicar neste artigo de forma clara e objetiva.

A pouco tempo andei pesquisando sobre uma determinada igreja, mas o que vi lá sinceramente foi terrível. Até que chegou o momento que não aguentei, então comecei apenas a expor e questionar que base bíblica usavam para fundamentar a crença deles. Claro, fiz isso por amor, para tentar obter as respostas aos meus questionamentos, e se eles estiverem no erro poder alertá-los. Bem, o resultado não foi muito bom, isso porque a maioria deles estão com a mente cauterizada, pois usam diversos textos da Bíblia fora do contexto na tentativa de fundamentar as suas crenças. O problema não está em eles quererem defender a sua crença, claro eles têm todo o direito. O problema habita no que chamamos pecado de omissão e comissão. Omissão por saber o que deve ser feito e não o fazê-lo, comissão por participar indiretamente das práticas errôneas, quando se teve a oportunidade de fazer o certo, e se omitiu (Tg 4.17).

Quando conhecemos o correto e nos calamos de forma deliberada, cometemos esses pecados. E conforme temos conhecimento sobre a verdade da Palavra, mais aumenta a nossa responsabilidade. Nosso pecado por nos calarmos diante do erro se torna-se mais grave, mas hipócrita e mais danoso que o pecado de um incrédulo ou ateu.[1] Mais grave porque pecamos contra um maior conhecimento. Mais hipócrita porque declaramos que cremos, mas desobedecemos. Mais danoso porque os nossos pecados são mestres do pecado dos outros.[2] O apóstolo Pedro diz: “Porque melhor lhes fora não terem conhecido o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado” (2 Pe 2.21).[3]

Os pecados de omissão e comissão são combatidos quando nos submetemos a autoridade das Sagradas Escrituras que nos ordena a julgar tudo conforme a reta justiça. Infelizmente muitos dizem, "mas não podemos julgar...", diferente do que eles pensam, temos uma Bíblia que manda julgarmos tudo segundo o que é justo (Cf. Jo 7.24). Aquele que se omite dessa tarefa, peca gravemente contra a sua própria fé, se fazendo tão digno do castigo como de quem está no erro conscientemente (Rm 1.32). Ambos conhecem o juízo de Deus sobre a atitude de tentar encobrir o erro, é aquela famosa frase, "Mas da resultado, então está valendo" ou "Ele está ganhando almas, isso é o que importa", mas não é bem assim.

O fim deve justificar os meios, se nosso propósito é pregar a Palavra, não podemos usar de mentiras e artifícios que a Bíblia não permite para alcançarmos um objetivo, devemos ter nossa vida regrada pela Palavra de Deus. Se atropelarmos esses princípios, nós atrairemos as pessoas com nossos discursos, fazendo elas se espelharem em homens falhos e pecadores. Mas façamos como o Apóstolo Paulo, sejamos imitadores de Cristo (1 Co 11.1). De tal forma que elas olhem para nós e vejam Cristo e não a nossa pessoa, pois o importante é necessário que ele cresça e que eu diminua (João 3:30). Um dos erros da igreja moderna é fazer com que as pessoas venham para as reuniões por causa de cantores famosos, pregador X como a atração do "culto", mas não deve ser assim, devemos espelhar a pessoa de Jesus Cristo e jamais a nós mesmos.

Por que as pessoas que conhecem a vontade de Deus, deliberadamente a desobedecem? Em primeiro lugar, por orgulho. O homem gosta de considerar-se o dono do seu próprio destino, o capitão da sua própria alma. Em segundo lugar, pela ignorância da natureza da vontade de Deus. Muitas pessoas têm medo da vontade de Deus. Pensam que Deus vai fazê-las miseráveis e infelizes. Mas a infelicidade reina onde o homem está fora da vontade de Deus. O lugar mais seguro para uma pessoa estar é no centro da vontade de Deus. O que acontece àqueles que deliberadamente desobedecem a vontade de Deus. Eles são disciplinados por Deus até se submeterem (Hb 12.5-11). Eles perdem recompensas espirituais (1 Co 9.24-27). Finalmente, eles sofrerão consequências sérias na vinda do Senhor (Cl 3.22-25).[4]

Somos servos de Deus, mas muitos esquecem que o verdadeiro servo é aquele que faz a vontade de Deus. Como podemos chamar Deus de Senhor se não fazemos o que Ele ordena na Sua Palavra? O verdadeiro servo tem uma vida consagrada a Deus, com a leitura das Sagradas Escrituras. Mas como saber a vontade de Deus para nossa vida? Devemos olhar para Jesus, a comida de Jesus era fazer a vontade do Pai (Jo 4.34). A vontade de Deus é que dirigia sua vida. A vontade de Deus é que Seu povo se alegre, ore e dê graças em tudo (1 Ts 5.16-18). Deus revela a Sua vontade para todos aqueles que desejam obedecê-la: “Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, há de saber se a doutrina é dele...” (Jo 7.17). Nós devemos procurar compreender qual é a vontade do Senhor. O apóstolo Paulo ordena: “Por isso, não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor” (Ef 5.17). Nós devemos experimentar a vontade de Deus (Rm 12.2). Nós devemos fazer a vontade de Deus de todo o nosso coração (Ef 6.6). Quais são as recompensas daqueles que fazem a vontade de Deus? Eles se regozijam em profunda comunhão com Cristo (Mc 3.35), têm o privilégio de conhecer a verdade de Deus (Jo 7.17), têm suas orações respondidas (1 Jo 5.14,15) e a garantia de uma gloriosa recompensa na volta de Jesus (Mt 25.34). Qual é a nossa atitude em relação à vontade de Deus? Ignoramo-la? Conhecemo-la, mas deliberadamente a desobedecemos ou obedecemo-la com alegria? Quem obedece a vontade de Deus pode até não ter uma vida fácil, mas certamente terá uma vida mais santa, segura e feliz.[5]

Mostrar o erro diferente do que muitos pensam, é fazer o bem, e se deixamos de fazer o bem pecamos, isso é claro em Tiago 4.17, de tal forma que eles não podem se refugiar no argumento de que não fizeram nada de errado, mas pecaram por que deixaram de fazer. Os pecados de omissão são tão reais e sérios quanto os pecados de comissão. Na parábola de Jesus, o servo que deixou de usar o dinheiro que lhe foi confiado (Lc 19.11-27); os “cabritos” que não se importaram com os párias da sociedade (Mt 25.31-46) — eles são condenados por aquilo que deixaram de fazer. Outro ensino de Jesus nos lembra obrigatoriamente das palavras de Tiago aqui: “Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade, será punido com muitos açoites” (Lc 12.47).[6]

Quando começamos a fazer o correto, que é corrigir os erros, para que assim outros não venham cair no engano que outras pessoas estão indo cegamente, certamente seremos acusados de discurso de ódio, fazer confusão e coisas do tipo. Mas quem faz essas acusações, está equivocado, quem propaga falsos ensinos são os falsos mestres, é normal sermos perseguidos com isso, como bem disse D. Martin Lloyd Jones:

"Leiam o Velho Testamento e descobrirão que os falsos profetas sempre foram muito mais populares que os profetas verdadeiros. Pobre Jeremias, como ele sofreu nas mãos deles! E ele não foi o único. Por que eram os falsos profetas tão populares? Bem, não é óbvio? A mensagem deles era esta: "Paz, paz," quando não havia paz. A acusação trazida contra eles era que "curam a ferida da filha do meu povo superficialmente, dizendo: paz, paz; quando não há paz" (Jeremias 6:14). Pregadores e profetas que deram ao povo a impressão que tudo estava bem com eles, que eles eram o povo de Deus, que não havia razão para se preocuparem. Mas então veio o profeta verdadeiro, e ele investigou, esquadrinhou, condenou e censurou. E o povo disse: "Quem é este?" Quero dizer de passagem que a coisa que me dá grande prazer e que me encoraja tremendamente, de todas as coisas que pessoas me disseram a respeito do meu ministério, é algo que foi dito por uma senhora, que protestou: "Este homem prega a nós como se fôssemos pecadores!" Exatamente. No entanto o povo hoje não quer ser examinado, não quer ser investigado, quer ouvir que tudo está bem." [7]

É normal os falsos Mestres terem muitos seguidores, pois eles falam apenas o que agrada a seus ouvintes, por isso devemos nos ocupar para pregar o verdadeiro evangelho. A verdade irá ofender muita gente, foi assim com Jesus (Jo 6.66), então por que temos de usar palavras bonitas? A verdade confronta, mas cura, também não vamos sair espalhando a verdade de qualquer maneira, pois podemos afastar as pessoas ao invés de aproximar. Diga a verdade com amor da melhor maneira possível, assim como Jesus fez. Precisamos nos ocupar com a defesa do Evangelho por amor a Deus e ao nosso próximo, como bem definiu D. Martin Lloyd Jones:

Devemos nos ocupar com a defesa do evangelho tanto quanto com a sua propagação. Devemos defendê-lo, e batalhar por essas doutrinas que enumerei, até ao ponto de darmos nosso sangue, se necessário. Todavia isso não é ter um espírito contencioso. O que é fatal é ser contencioso, ter um espírito faccioso, e colocar rótulos e então nos preocuparmos mais com os rótulos do que com o próprio Senhor Jesus Cristo [8]

A Bíblia nos ordena a julgar tudo conforme a reta justiça (Jo 7.24), e condenar as obras infrutuosas das trevas (Ef 5.11).

Deus abençoe.
Graça e paz.

Referências bibliográficas: 
[1] BAXTER, Richard. The Reformed Pastor. Pennsylvania: The Banner of Truth, 1999, p. 76,77.
[2] SHAW, John. The Character of a Pastor According to God’s Heart Considered. Morgan, Pennsylvania: Soli Deo Gloria Publications, 1998, p. 5,6.
[3] LOPES, Hernandes Dias. Tiago: transformando provas em triunfo/Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos, 2006 .p. 95.
[4] Ibid, p. 96.
[5] Ibid, p. 96-97.
[6] Tiago, Introdução e comentário. Douglas J. Moo. Editora Vida Nova, Série Cultura Bíblica .p. 157-158.
[7] Avivamento, D. Martin Lloyd Jones; Ed. Publicações Evangélicas Selecionadas. p. 75
[8] Ibid .p. 70

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3 comentários

  1. Olá, paz do Senhor.
    Excelente material. Há uma referência que deve ser corrigida (Co 9.24-27), você está se referindo a qual texto?

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    1. Olá, graça e paz
      Obrigado pelo comentário e a observação, sobre a referência já está corrigida

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