Há pouco tempo comemoramos a Páscoa enquanto muitos aproveitam esse dia para lembrar de um coelho que entrega ovos de chocolate, nós celebramos a morte e ressurreição do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Infelizmente, ainda existem muitos que desconhecem o verdadeiro propósito da Páscoa e a tratam como um dia qualquer. Outros sequer sabem por que Cristo teve de morrer em nosso lugar.
As Escrituras atestam que Jesus, o Justo, padeceu pelos injustos, para que, por meio dEle, pudéssemos chegar a Deus sem culpa (1 Pe 3.18; Rm 5.6). Nós nos apropriamos da justiça de Cristo pela fé, e assim somos justificados gratuitamente (Rm 5.1), por intermédio da Graça de Deus, que nos capacita a crer nEle (Tt 2.11; Ef 2.8–9). É importante ressaltar que nada fizemos para merecer. Deus não olhou para nós com base em regras humanas ou rituais religiosos. Foi por pura misericórdia que Ele removeu nossa culpa por meio de Cristo. Assim, a ira de Deus foi desviada, pois Jesus é nosso advogado e propiciatório (1 Jo 2.1–2).
Jesus Cristo: nosso Advogado e Propiciatório
Você provavelmente conhece a função de um advogado. Mas o que significa “propiciação”? Essa palavra carrega a ideia de "desviar a ira". Alguns críticos zombam dessa doutrina, argumentando que seria incoerente um “Deus irado” tornar-se amoroso após a morte de uma vítima. No entanto, na visão cristã, é o próprio Deus quem propõe a solução: o Pai oferece o Filho como sacrifício propiciador. E o Filho voluntariamente se entrega em nosso lugar, desviando a ira divina com sua morte. Cristo se interpõe entre nós e a santidade de Deus.¹
Portanto, todo grupo ou líder religioso que coloca como requisito para a salvação algum “preço a ser pago” nega a verdade das Sagradas Escrituras. Muitos, para suavizar a crítica, utilizam a frase: “A salvação é de graça, mas a unção tem um preço.” Já ouvi, inclusive, pastores afirmarem isso. A primeira parte da frase está correta a salvação é de graça, realmente. O erro está na segunda parte, ao afirmar que a unção depende de esforço humano ou pagamento.
Nunca foi sobre força humana, sempre foi pela Graça
A unção não tem preço, porque é sempre pela Graça de Deus. Isso foi suficiente para o apóstolo Paulo (2 Co 12.9), então por que tantos modismos em nossas igrejas? O Evangelho da Graça é simples. O problema é que muitas vezes complicamos com ideias pessoais que julgamos ser verdades absolutas, mas que na realidade são apenas pensamentos subjetivos. Nosso “achismo” jamais pode estar acima das Sagradas Escrituras, que são nossa única regra de fé e prática.
A unção vem de Deus, por meio do Espírito Santo, e está sobre todos os cristãos selados para o dia da redenção (1 Jo 2.20; Ef 4.30). A Nova Aliança foi firmada por Jesus Cristo (Hb 8.13), e tudo o que foge da ação da Graça no homem foge do verdadeiro Evangelho sendo, portanto, anátema (Gl 1.8).
O cristianismo tem uma distinção fundamental em relação a qualquer outra religião: todas as demais exigem obras humanas como pré-requisito para a salvação. Ou seja, nelas a iniciativa é do homem. Mas a Bíblia afirma que a salvação é dom de Deus, não vem de nós, não é pelas obras, para que ninguém se glorie (Ef 2.8–10).
O Evangelho vai contra a lógica humana. Não é à toa que a sabedoria de Deus é chamada de loucura para os que perecem (1 Co 1.18). Precisamos entender que tudo é por intermédio da Graça, inclusive a salvação. É, do início ao fim, obra exclusiva de Deus (Fp 1.6). O Evangelho da cruz é a mensagem da Graça poderosa de Deus, que salva desde a “melhor” pessoa, aos olhos humanos, até àquela que muitos julgariam indigna de salvação. O poder de Deus salva a todo aquele que crê não a quem nós achamos merecedor.
Pense nisso.
Graça e paz.
Deus abençoe.
Referência bibliográfica:
[1] CHESTER, Tim. Conhecendo o Deus Trino. Editora Fiel.
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