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» » » » O sermão do monte: A vingança
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Por Flávio G. Souza

Devido a falta de ensino nas nossas igrejas, muitos não estão sabendo interpretar a Bíblia corretamente. Mas, a partir do momento que nos dedicamos para aprender mais sobre a Palavra, toda nossa vida é transformada. Vamos refletir então sobre o que Jesus nos ensinou ao falar sobre a vingança?

O sermão do monte é o mais longo e completo sermão ininterrupto do nosso Senhor Jesus Cristo que temos registrado em todos os evangelhos. Ele vai além de algo doutrinário, é algo prático sobre as coisas que devemos crer.

A LEI DA RETALIAÇÃO

Mt 5.38 - A lei retaliação é o princípio básico de justiça refletido pela Lei de Moisés, que era Olho por olho e dente por dente (Cf. Êx 21.24; Lv 24.20; Dt 19.21), o propósito deste mandamento não era encorajar os homens a retribuírem a agressão sofrida, mas proibi-los de executar uma penalidade maior que o crime. Jesus no sermão do monte apresenta uma lei mais elevada, a da não retaliação. Seu mandamento literalmente era, "Não retribua a agressão!".

Ele aplica esse princípio de cinco maneiras específicas:
- Ofereça a outra face;
- Deixe levar a sua capa;
- Acompanhe a pessoa em uma segunda milha;
- De a quem pedir;
- Não desvie daquele que quiser que lhe empreste.

As palavras de Jesus não podem ser interpretadas de forma literal, é um erro, ele na verdade nos ensina princípios fundamentais para nossa caminhada cristã.

1. Olho por olho dente por dente (v.38): A intenção original de Êx 21.24; Lv 24.20; Dt 19.21 é que a punição deveria ser justa e adequada ao crime. Estas limitações proibiam severamente a vingança maior (tal como a de Lameque, que se gabou em Gn 4.23), e que houvesse diferentes penalidades para diferentes classes sociais. Jesus se contrapôs àqueles que viam neste princípio para a vingança pessoal.

2. Oferecer a outra face (v.39): Entre os judeus, o ato de bater na face direita de alguém com as costas da mão era um insulto, provocação e não exatamente uma agressão física. Jesus exorta os seus discípulos a oferecerem a outra face em sinal de paz e disposição para um acordo. Isso no contexto, significa "não busque restituição na corte". Uma bofetada na face direita com as costas da mão significa um insulto, injúria e uma provocação, a observação de Jesus pode lembrar as palavras do Servo do Senhor, em Is 50.6.

Para muitos judeus desse tempo, estas declarações eram ofensivas. Um Messias que dava a outra bochecha, não podia ser o líder militar que esperavam para liderar uma revolta contra Roma. Os judeus esperavam um Messias Político, e como estavam sob a opressão romana, sonhavam com represálias contra seus inimigos. Mas Jesus sugeriu uma nova resposta à injustiça. Em lugar de demandar nossos direitos, devemos cedê-los. A declaração radical de Jesus diz que é mais importante repartir justiça e misericórdia que as demandar.


Isso também não quer dizer que iremos aceitar tudo, se não há um osso quebrado, devemos perdoar e esquecer. Se houver um dano físico ou moral por conta dessa agressão, devemos procurar nossos direitos, não por desejo de vingança, mas que a punição para este crime venha ser aplicada pelo responsável por executar as leis. Como cidadãos não podemos permitir que pessoas saiam fazendo qualquer coisa, ainda mais quando se trata de agressão física. Certamente alguns irão zombar quando você perdoar os que te ofendem, mas quem é sábio sabe que fazer isso é um ato de sabedoria e de certa forma revelará que somos verdadeiros seguidores de Cristo.

3. Tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa (v.40): Esta ilustração tem relação com a perda de uma vestimenta. Que é um mal causado a mim e meus bens. Observe, é comum que os processos legais sejam usados para o caso de ofensas graves. Embora os juízes sejam justos e sérios, ainda assim é possível que os homens maus, que não têm consciência de juramentos e falsificações, retirem, pelo curso da lei, a vestimenta dos ombros de um homem. Não te maravilhes de semelhante caso (Cf. Ec 5.8), mas, neste caso, em lugar de procurar a lei como uma forma de vingança, em lugar de exibir uma contra-acusação, ou de resistir ao máximo, na defesa daquilo que é o seu direito indiscutível, deixe-o levar também a capa. Se a questão for pequena, algo que possamos perder sem um dano considerável às nossas famílias, é bom sujeitarmo-nos a isto, pelo bem da paz. Em outras palavras: “Não lhe custará tanto comprar outra vestimenta, quanto irá lhe custar o curso da lei para recuperá-la; portanto, a menos que você possa obtê-la novamente, por meios justos, é melhor deixar que ele a leve”. [1]

Também tem relação com as leis dos fariseus: um credor tinha o direto de exigir a túnica do devedor por uma dívida não paga. Quando não recebia por bem, tinha o direito de exigi-la por meio de um processo jurídico. Mas de acordo com Mateus 24.10-13, deveria ceder a roupa do dono, conforme suas necessidades diárias de uso. Diante dessas questões jurídicas bobas, Jesus exorta os seus discípulos a serem altruístas. Se credores, a desistir do penhor, se devedores, a dar além do devido, entregando também a capa que era vestida sobre a túnica.

4. E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas (v. 41): Obrigar alguém a andar uma milha é ofender a mim e a minha liberdade (v. 41). “Se qualquer te obrigar a caminhar uma milha” o resumo de tudo isto é que os cristãos não devem ser litigiosos; devem submeter-se às pequenas ofensas e não prestar atenção a elas; e se a ofensa for tal que exige que procuremos reparação, que seja com uma boa finalidade, sem pensamento de vingança. Embora não devamos motivar e provocar as ofensas, nós devemos enfrentá-las alegremente no caminho do dever, e aproveitá-las ao máximo. Se alguém disser que a carne, e o sangue não podem tolerar uma ofensa, faça com que esta pessoa se lembre de que a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus. [2]

Jesus disse isso porque os soldados romanos que ocupavam o país podiam obrigar a qualquer um a levar sua carga até por uma milha. O verbo grego traduzido por "forçar" (αγγαρευω/aggareuo) advém de uma antiga palavra persa que significa "recrutar força". Curiosamente, é a mesma palavra que aparece no final do livro de Mateus 27.32, quando os soldados romanos "recrutam forças" Simão, para ajudar Jesus a carregar a cruz. Os fariseus haviam imposto uma lei: "devemos acompanhar somente a outro fariseu, não devemos caminhar com os incrédulos". Jesus, porém, vai além e da o exemplo a seus discípulos, ao serem solicitados por qualquer viajante a caminhar 1.609 metros (Uma milha), devem graciosamente estar prontos a andar em sua companhia por mais de três quilômetros (Duas milhas).

A instrução de Jesus é simples: Suporta qualquer injúria que possas sofrer por amor à paz, encomendando tuas preocupações ao cuidado do Senhor.


5. Devemos ser caridosos e beneficentes (v. 42): Nós não podemos ferir o nosso semelhante, mas devemos procurar fazer o bem a todos os que precisarem. Devemos estar dispostos a dá: "Dá a quem te pedir”. Em resumo, se você tem a capacidade, encare o pedido do pobre como uma oportunidade para cumprir o dever de dar esmolas. Quando alguém que realmente precisa de caridade se apresenta, devemos dar na primeira oportunidade se possível, mas ainda assim a questão da nossa caridade deve ser orientada com juízo (Cf. SI 112.5), para não darmos aos ociosos e indignos o que deveria ser dado aos que têm necessidade.

Um exemplo prático e ilustrativo, se um homem lhe pedir dinheiro alegando estar com fome, mas na verdade ele quer se embriagar, será que você fará uma boa ação alimentando o vício dele? Certamente não. O que você realmente queria era ajudá-lo a saciar a sua fome, mas isso veio a transformar-se em maldição. O que Jesus realmente está dizendo aqui é, devemos ter um espírito generoso, essa é a atitude do cristão.

Deus abençoe.
Graça e paz.

Referencias bibliográficas:
[1] Comentário Bíblico, Mattew Henry, CPAD, 2010.
[2] Ibid.

Bíblias Utilizadas:
Bíblia de Genebra
Bíblia King James Atualizada (KJA)

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