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» » » » Maldição hereditária é um ensino genuinamente bíblico?
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Por Flávio G. Souza

Nas igrejas neopentecostais, determinadas lideranças insistem em propagar heresias destruidoras, distorcendo as Escrituras, para fundamentar a doutrina da quebra de maldições. Utilizam-se de Ex 20.4-6, para propagar este engano, vamos então olhar o contexto que a passagem está inserida e extrair o verdadeiro significado do texto.

Êx 20.4-6


Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e guardam os meus mandamentos. 

Veja o versículo 4, Deus fala ao povo não fazer imagens para adorar, Israel acabara de sair do Egito, uma terra idolatra. Deus não queria que o povo fosse influenciado pela cultura pagã do Egito, por isso o texto não é uma referência a maldições hereditárias, e sim uma advertência para aqueles que insistem em viver na idolatria. 

Quando a Bíblia diz que os filhos são castigados até terceira e quarta geração, isso não quer dizer que respondemos pelos pecados de nossos antepassados. Deus castiga, se o filho andar no mesmo caminho dos pais, porque quem está em Cristo nova criatura é (2 Co 5.17), portando está livre de toda maldição (Jo 8.36; Rm 8.1). 


Os discípulos tinham essa mesma crença, mas veja como Jesus respondeu este questionamento:

E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.

João 9.1-3

A pergunta dos discípulos (v. 2) baseava-se na crença que a enfermidade física e sofrimento eram devidos ao pecado dos pais (Êx. 20:5), ou do próprio homem, presumivelmente com base na preexistência da alma, que alguns judeus defendiam. Jesus desfez o pensamento de qualquer pecado especial da parte do homem ou de seus parentes, e sugeriu examinar o assunto de um lado inteiramente diferente. Jesus nos ensina que apesar do sofrimento, temos um Deus que pode nos livrar pelo seu poder para glorificação do Seu nome.

Se o próprio Jesus combateu este ensino errôneo que já existia na sua época, então por que temos que aceitá-lo? Tudo o que não estiver na Bíblia deve ser jogado fora! Este ensino em especial, nega o sacrifício de Cristo na cruz. Jesus morreu para nos libertar e resgatar (Jo 1.29), portanto não há maldição para aquele que está em Cristo. 

Todo esse movimento de quebra de maldição, se utiliza de texto isolado para tentar explicar o sofrimento humano, mas a Bíblia é clara, o filho não levará a culpa do pai, nem o pai levará a culpa do filho (Cf. Ez 18.20). Cada um é responsável por si, não carregamos pecados de nossos antepassados. Portanto, se você é de Cristo, tenha certeza que nenhuma condenação está sobre sua vida, ele pagou tudo na cruz. Viva em paz, com a consciência tranquila.

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