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Por Flávio G. Souza

A apologética cristã envolve tratar a verdade com humildade e amor, não somos melhores do que ninguém, mas a conduta de determinados “crentes apologetas” é reprovável.

Falo isso, porque um dia já fui assim, mas conforme fui amadurecendo no conhecimento teológico, vejo que só perdi meu tempo. No tempo em que estive neste meio, só via uma briga de ego para exibir conhecimento de determinados temas da fé cristã, mas em que isso reflete na vida das pessoas? Idolatria e auto-promoção? Não é assim que se faz apologética, o que temos hoje são baderneiros agindo em nome da defesa da fé, que só promovem suas bandeiras ideologicas. Portanto, vejamos o que diz o texto áureo da apologética:

Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês. Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias.

1 Pedro 3.14-16

Em nome da apologética, muitos ofendem, caluniam e agem de forma baixa, com todos os que pensam diferente do que denominam de “ortodoxia cristã”, essa nova geração de apologetas só vem envergonhando a fé cristã, uma coisa é defender, outra é ofender pessoalmente as pessoas. Falo isso, porque já vi um dito apologeta, que mais ofendia do que defendia a fé que ele diz professar. E até quando essa gente vai continuar neste caminho sem saída?


Não se defende os valores da fé cristã ofendendo, assim você só afasta os ouvintes e também não se evangeliza manipulando as Sagradas Escrituras. A disciplina da apologética cristã encontra sua clássica e bíblica fundamentação neste versículo (1 Pe 3.15). A palavra grega apologia é aqui traduzida como “responder. O papel da apologética é prover uma defesa intelectual da verdade proclamada pelo cristianismo. Quando consagramos num ato de devoção nosso coração ao senhorio de Cristo, ficamos preparados para dar uma explicação inteligente da nossa fé. Mente e coração, razão e sentimento caminham juntos nessa defesa da fé cristã. 

Fa­zendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa cons­ciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo (3.16). Há uma postura adequada a esse testemunho. Numa situação de ansiedade e animo­sidade, palavras podem ser ditas de uma forma que dis­sipe a eficácia que poderiam ter. O cristão perseguido e preocupado com a sua vida e a vida de sua família, ou com seu patrimônio, facilmente pode deixar de dar testemu­nho ou então fazê-lo de forma indevida. A apologética cristã jamais pode ser feita num ambiente de soberba e arrogância. Os cristãos devem dar razão da sua esperança com conhecimento, mansidão, reverência e piedade, pois o propósito não é ganhar uma discussão, mas ganhar uma alma. Somos testemunhas, e não advogados de acusação. E mais: nessa defesa da verdade, devemos ter boa consci­ência. A consciência é o árbitro interior que nos aprova ou nos censura. Uma “boa consciência” nos acusa quando pensamos ou fazemos algo errado, e nos aprova quando fazemos algo certo. A vida do cristão precisa ser coerente. Ele não pode dizer uma coisa e fazer outra. Não pode demonstrar uma santidade em público e viver no pecado em secreto. Sua vida deve ser o avalista de suas palavras.[1]

A grande questão hoje é, qual o seu objetivo em defender a fé cristã? É ganhar uma discussão? É humilhar o teu semelhante? Este não é o papel do crente em Jesus Cristo! Somos chamados para defender a verdade com mansidão e não com truculência. Essas atitudes apenas demonstram uma defesa por uma bandeira ideológca, não se têm amor ao nosso próximo, e se lembre, amar não é opção, é uma OBRIGAÇÃO!

Graça e paz.
Pense nisso.

Referência Bibliográfica: 
[1] LOPES, Hernandes Dias. 1 Pedro: com os pés no vale e o coração no céu / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos, 2012. Pág. 125-126.

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