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Por Flávio G. Souza

A verdadeira adoração vem sendo negligenciada pelos que deveriam conhecer a Bíblia, é uma triste realidade ver tamanha apostasia que a igreja se encontra. Este fato é apenas um reflexo da falta do ensino da Palavra nos cultos, isso vem levando muitos cristãos sinceros a terem um conceito equivocado sobre quem Deus é.

Adoração não é só cantar, vai além disso. No dicionário bíblico Wycliffe adoração tem o significado de: 'venerar', 'inclinar-se perante', 'beijar a mão', 'fazer reverência a'. Compreendendo o significado da palavra, já é um caminho para compreendermos algo que vem sendo distorcido por pessoas que dizem adorar a Deus, cantando mais músicas de autoajuda do que um cântico que tenha uma adoração genuinamente bíblica.

1. O que é adorar a Deus?

1.1. No Antigo Testamento temos os seguintes termos que são usados para adoração:
A. Abodah, vem de uma raiz hebraica que significa "servir" ou "trabalhar". É geralmente traduzida por "o serviço de Deus".
B. Hishtahawah, é de uma raiz hebraica que significa "curvar" ou "prostra-se" (Cf. Êx 4.31).

1.2. Os principais termos do Novo Testamento seguem os termos hebraicos:
A. Para abodahlatreia, que é o estado de um trabalhador contratado ou escravo.
B. Para hishtahawahproskuneo, que representa "prostrar-se", "venerar" ou "adorar".

1.3. Observe, há duas áreas que a adoração impacta:
A. Nossa atitude de respeito;
B. Nossas ações de estilo de vida.

Ambas devem andar juntas ou então grandes problemas serão provocados (Cf. Dt 11.13).

2. O propósito da adoração 

Visa estabelecer ou dar expressão a um relacionamento entre a criatura e a divindade. A adoração é praticada prestando-se reverência e homenagem religiosa a Deus (ou a um deus) em pensamento, sentimento ou ato, com ou a ajuda de símbolos e ritos. A adoração pura expressa a veneração sem fazer alguma petição, e pressupõe a auto-renúncia e a entrega sacrificial a Deus.

3. O que é adoração?

Estritamente falando adoração é a ocupação da alma com o próprio Deus, e não inclui a oração por necessidades e ação de graças pelas bençãos. A adoração é representada na Bíblia principalmente por duas palavras: no AT a palavra heb. shaha (mais de 100 vezes) significando “curvar-se diante”, “prostrar-se”, (Gn 22.5; 42.6: 48.12; Êx 24.1; Jz 7.15; 1 Sm 25.41; Jó 1.20; Sl 22.27; 86.9), e no NT a palavra gr. proskyneo (59 vezes), significando "prostrar-se”, “prestar homenagem a alguém” (Mt 2.2,8,11; 4,9; Mc 5.6; 15.19; Lc 4.7,8: Jo 4.20-22 etc.). Essas duas palavras são constantemente traduzidas pela palavra 'adoração׳’, denotando o valor daquele que recebe a honra ou devoção especial. Ambos os termos “adoração” e “digno” podem ser vistos juntos na grande descrição dos 24 anciãos prostrando-se diante daquele que se assenta no trono (Ap 4.10-11; cf. 5.8-14).[1]

4. Como devemos adorar?

Quando Jesus estava conversando com a mulher samaritana, descreveu bem como deve ser a adoração. Na Nova Aliança (Hb 8.13) que Cristo inaugurou, o local de adoração é definido pela pessoa. O que importa é que os verdadeiros adoradores adorem ao Pai, a quem Cristo veio revelar. A verdadeira adoração tem como definição nas Sagradas Escrituras, "..os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade". João 4.24.

O foco de nossa adoração é Deus, e Ele procura os que adoram em espírito e em verdade. Devemos adorar através de nosso espírito, expressando através da alma e refletindo na nossa maneira de agir. Nossa adoração deve ser verdadeira, conforme a realidade das Escrituras (Cf. Mt 14.33; 22.16; 26.73; 27.54; Mc 5.33; 12.32; Lc 16.11). Para descobrirmos se a adoração é verdadeira, precisamos nos espelhar em Jesus Cristo, que é nossa verdade absoluta (Jo 14.6), pois a forma que ele agiu e ensinou, são expressões do próprio Deus (Cf. Jo 5.19, 36; 8.19-28; 12,50), e mais tarde através do Espirito da verdade (Jo 4.23; 14.17; 15.26; 16.13).


5. O louvor exalta a Deus

A falta de conhecimento das Sagradas Escrituras por parte de alguns compositores, faz com que as letras de suas músicas que se intitulam "gospel", não possuam nada de conteúdo bíblico. Mas então porque alguns cristãos ainda aceitam esses "louvores" dentro das igrejas? A Bíblia por si só nos da a resposta:

"O meu povo é destruído porque não me conhece, e a culpa é de vocês, sacerdotes, porque se recusam a me conhecer. Por isso eu não os reconhecerei como sacerdotes; já que se esqueceram da lei do seu Deus, eu também ignorarei seus filhos."

Oséias 4.6

A culpa de nossos compositores estarem fazendo músicas ruins é por parte da liderança em geral e porque alguns frequentadores de igreja se recusam a conhecer o que Deus ordena na Sua Palavra, criando para si o seu próprio deus. É da liderança porque não há um incentivo ao estudo da Bíblia, e quando os líderes procuram incentivar, alguns, se não a maioria recusam-se a querer conhecer mais a Palavra.

6. O que é louvor?

Louvor significa elogio, deve ser natural exaltarmos a Deus em nossos cânticos, mas os intitulados "louvores" são vazios de conteúdo bíblico. Os louvores modernos estão exaltando mais o ser humano e colocando Deus como um coitadinho, esqueceram que Ele é Soberano? Quando nosso cântico exalta a Deus, elogiamos Sua Glória, Majestade, Poder e Soberania. Desde o membro mais antigo até o mais novo, todos devem adorar a Deus em unidade e comunhão, não é à toa que a igreja é comparada a um corpo.

Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.


1 Coríntios 12.12

As músicas que exaltam o ego humano além de promoverem discórdia entre os irmãos, produzem o egoísmo, por isso não devemos aceitar que elas façam parte do nosso repertório musical.

A igreja é comparada a uma família, a um exército, a um templo, a uma noiva. Porém, a figura predileta de Paulo para descrever a igreja é o corpo. Por que Paulo tem predileção por essa figura? Porque ela é uma das mais completas para descrever a igreja. O apóstolo Paulo destaca três grandes verdades, que vamos considerar. Em primeiro lugar, a unidade do corpo (12.12,13). O corpo é uno. Sua principal característica é a unidade. Todos os que creem em Cristo são um, fazem parte do mesmo corpo, da mesma família, do mesmo rebanho. Essa unidade não é organizacional nem denominacional, mas espiritual. Nós confessamos o mesmo Senhor (12.1-3), dependemos do mesmo Deus (12.4-6), ministramos no mesmo corpo (12.7-11), e experimentamos o mesmo batismo (12.12,13).[2]

Em segundo lugar, a diversidade do corpo (12.14-20). O corpo embora uno tem uma grande diversidade de membros (12.14). O que torna o corpo bonito e funcional é o fato de ele ter seus membros harmoniosamente distribuídos e todos trabalhando juntos para o bem comum. Os membros do corpo são belos quando distribuídos com proporcionalidade. Um nariz que se desenvolve além do normal deforma o rosto. O olho é um órgão lindo e nobre. Ele é o farol do corpo humano. Contudo, já
imaginou se você encontrasse um olho de 75 quilos na rua? Você sairia correndo, pois esse olho gigante mais se assemelharia a um monstro. Paulo pergunta: “Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? (12.17). A beleza do corpo está na sua diversidade e na sua proporcionalidade.[3]

Em terceiro lugar, a mutualidade do corpo (12.21-31). Quando Paulo fala da mutualidade do corpo, exorta a igreja sobre cinco questões importantes.

a) O perigo do complexo de inferioridade. Paulo escreve: “Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser” (12.15,16). Quando alguém reclama de não ter este ou aquele dom espiritual, está questionando a sabedoria de Deus. Isso é culpar a Deus de falta de sabedoria. Isso é questionar a unidade do corpo. Nenhum membro da igreja deve se comparar, nem se contrastar com outro membro da igreja. Você é único. Você é singular no corpo. Deus colocou você no corpo como Lhe aprouve. Exerça a função que Deus lhe deu no corpo. Ficar ressentido por não ter este ou aquele dom espiritual é imaturidade. Devemos exercer nosso papel no corpo com alegria, zelo e fidelidade. Somos únicos e singulares para Deus.

b) O perigo do complexo de superioridade. O apóstolo Paulo afirma: Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós. Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários; e os que nos parecem menos dignos no corpo, a estes damos muito maior honra; também os que em nós não são decorosos, revestimos de especial honra. Mas os nossos membros nobres não têm necessidade disso. Contudo, Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais honra àquilo que menos tinha (12.21-24).[4]

A Igreja de Deus não tem espaço para disputa de prestígio. A igreja não é uma feira de vaidades. O apóstolo Paulo pergunta: “Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” (4.7). Não há espaço na igreja para a vangloria. Nenhum membro da igreja pode envaidecer-se pelos dons que recebeu.[5]

7. Adorando com o coração


Usar boas formas pode significar somente que somos formalistas, indo junto com a maré na adoração. Jesus citou Isaías quando disse, “Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim” (Mateus 15:18). De uma disposição similar, Paulo advertiu contra aqueles “que têm a forma de piedade, mas negam o seu poder” (2 Timóteo 3:5). A verdadeira adoração ocorre quando adoramos com o coração.
  • Preparando para a Adoração
Para nos encontrarmos com Deus precisamos vir à adoração preparados. Precisamos vir bem descansados, expectantes, ponderadamente prontos para nos encontrarmos com Deus. Precisamos estar cientes de que Deus estará presente nos elementos da adoração que Ele apontou. Ele estará presente para falar através da Sua Palavra e estará presente para ouvir nosso louvor e orações. Precisamos vir com claro entendimento das formas nas quais a adoração com o povo de Deus irá nos abençoar, e devemos vir procurando tal benção.

Chegamo-nos à adoração em fé. A fé é confiar em Cristo, descansar em Sua obra consumada para o perdão dos nossos pecados. Nossa fé deve ser real à medida que vamos à igreja, de forma que nossa confiança em Cristo possa aprofundar. Chegamos à adoração com arrependimento, reconhecendo que somos pecadores e buscando a graça de Deus, para que mais e mais nos voltemos do pecado e persigamos a santidade. Chegamo-nos à adoração com amor por Deus e pelo Seu povo. Tal amor nos faz desejar comunhão com o povo de Deus e desejar nos achegar mais a Deus.[6]

8. Avaliando a Adoração

Com tantas abordagens sobre como adorar e tantas variedades de igreja para igreja, o cristão deve se tornar um avaliador da adoração. A questão “Como devemos adorar?” está inevitavelmente ligada à questão “Onde devemos adorar?”. Uma vez que sabemos o que agrada a Deus na adoração, precisamos estar onde tal adoração ocorre. Para avaliar a adoração de uma maneira apropriada, você precisa começar consigo mesmo. 

Você precisa se autoavaliar.

Você precisa perguntar para si mesmo o seguinte:

• Quanto eu sei sobre o que a Bíblia diz sobre adoração?
• Quem pode me ajudar a aprender mais sobre a adoração
bíblica?
• Eu desejo acima de tudo me achegar a Deus em adoração?
• Eu desejo agradar a Deus, ao invés de me agradar, na adoração?
• Eu desejo entender minha responsabilidade de adorar a Deus
com Seu povo regularmente?
• Eu buscarei a vontade de Deus na adoração, enquanto evito um
espírito legalista e de julgamento para com os outros?
• Você também precisa fazer estas perguntas sobre a adoração,
com respeito a qualquer igreja que você planeje atender:
• Esta igreja ama e crê na Bíblia?
• A adoração desta igreja está cheia da Palavra de Deus?
• Quanto do tempo do culto é dado à leitura da Bíblia?
• Quanto do tempo do culto é dado à oração bíblica?
• Quanto do tempo do culto é dado ao cântico que é bíblico no
conteúdo e no caráter?
• Qual é o conteúdo da pregação?
• A pregação é uma parte substancial do culto?
• A Lei de Deus é claramente apresentada no culto?
• O Evangelho de Jesus Cristo é claramente expresso e central
no culto?
• Qual é o papel dos sacramentos no ministério da igreja?
• Há elementos no culto que são mais de entretenimento do que
bíblicos?[7]

Referencias Bibliográficas:
[1] Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD.
[2] Lopes, Hernandes Dias, 1 Coríntios: Como resolver conflitos na igreja / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos, 2008. Pág.
[3] Ibid.
[4] Ibid.
[5] Ibid.
[6] Agradando a Deus em Nossa Adoração/ Robert Godfrey, Recife: Editora Os Puritanos/Clire, 2012 Pág. 37.
[7] Ibid. 39.

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