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» » » A importância da teologia para a igreja
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Por Flávio G. Souza

Vemos muitas pessoas afirmarem que a teologia não é necessária a igreja. Mas qual a importância das nossas igrejas conhecerem pelo menos o básico da teologia?

Circula uma frase entre os crentes, que certamente você deve conhecer. Muitos alegam que a teologia esfria o crente, e que a letra mata. Eu tento classificar os que dizem isso em dois grupos, até para não ser injusto. Os leigos: por causa de experiências ruins com pessoas que usaram mal o conhecimento, criaram um trauma e preconceito contra o estudo, sem estudar diretamente o assunto. Do outro, temos os que conhecem, mas querem impedir que as pessoas tenham acesso ao conhecimento, por medo de perder o "status" e por se sentirem prejudicadas e ameaçadas. 

É importante a igreja estar fundamentada na teologia das Sagradas Escrituras, muitos acham que ela é sem valor a igreja, mas é essencial para que os cristãos estejam saudáveis. A Palavra de Deus é a nossa regra de fé e prática, a teologia bíblica é caracterizada pela organização dos ensinamentos teológicos tendo como base os trechos da Bíblia em que ocorrem, em vez de por tópicos. A teologia bíblica não faz nenhuma tentativa de reafirmar expressões bíblicas numa forma contemporânea. [1] E em sentido estrito, estudo da doutrina de Deus Pai. Em sentido amplo, estudo da doutrina de Deus. [2]


Quando extraímos a verdade contida na Palavra de Deus, seja em uma leitura devocional ou um estudo em classe, de qualquer maneira colocamos a teologia bíblica em prática. Infelizmente certos "líderes" infiltrados na igreja cheios de si, que amam ser o destaque entre os melhores de Bíblia, não incentivam aos seus ouvintes a estudarem, enchendo o culto de entretenimento sem fundamento bíblico. Li um livro do D. Martin Lloyd-Jones que reflete bem o tema, sobre ser uma igreja fundamentada na Palavra de Deus, ele diz assim:


"A Igreja está tão temerosa. Teme o pecado organizado, e seu argumento é: "Precisamos fazer alguma coisa, porque, olhem para o mundo. Está atraindo os jovens, oferecendo-lhes alegres e agradáveis programas para os sábados à noite, e os diverte, e os ensina a cantar, e a fazer isso e aquilo. Então, precisamos fazer a mesma coisa. Tragam o seu grupo popular, ou seja o que for, para seu culto de domingo à noite, pois é disso que eles gostam." O mundo está fazendo isso e os jovens dizem que gostam, e a Igreja, porque está com tanto medo de perder seus jovens, pensa que deve fazer a mesma coisa. Oh, que tragédia, que desvio dos caminhos de Deus!" [3]

A igreja está mais preocupada em números do que combater os falsos mestres, são os que adoram dizer, 'mas isso não tem importância' e coisas do tipo. Porém devemos extrair a verdade da Palavra e procurar conhecer a Deus lendo as Escrituras, para que assim tenhamos uma visão correta sobre quem Deus é. Caso contrário, iremos relativizar a verdade contida na Bíblia, criando 'a nossa verdade', descartando as Sagradas Escrituras.

Como bem disse anteriormente, a teologia é essencial para a igreja, pois procuramos fundamentar as doutrinas que pregamos pela Bíblia sem alterar o que o autor quis dizer inspirado pelo Espírito Santo, essa é a nossa tarefa como cristãos que professam a fé em Jesus Cristo. E os que dizem que a teologia é sem valor ou que não é necessária, são os mesmos que oram para haver um avivamento, porém se estamos tão preocupados assim, porque ainda estamos relativizando a verdade da Palavra de Deus? Se estamos realmente preocupados com avivamento, precisamos descobrir o que impede que ele aconteça. E é o encobrimento de verdades e doutrinas vitais que sempre tem sido a causa. [4]

Infelizmente existem "líderes" que só querem satisfazer seu próprio ego, tentam ser "pensadores" apenas para se exibir, nada contra, mas se a motivação for para se promover como o "intelectual", já está errado! A partir do momento que vivemos de máscaras estamos mentindo para as pessoas e para nós mesmos, mas quando agimos naturalmente não somos hipócritas, quem é sábio irá demonstrar com as atitudes, são consequências naturais. 

Querer viver de máscara para usar pessoas como massa de manobra é ser baixo e desonesto. Ser cristão não é ser duas caras, mas ser você mesmo, com a diferença que a Graça de Deus atuou em sua vida transformando seu caráter e comportamento. Portando, é dar o exemplo antes de falar algo a respeito de si mesmo. Adquirir conhecimento não é errado, mas se usarmos ele para rebaixar as pessoas e se autopromover, sim. Utilize o que você sabe para ajudar as pessoas, a fortalecer a fé do fraco, não pisar e criar traumas em quem tanto procura ajuda. 


UMA IGREJA FUNDAMENTADA NA DOURINA É SAUDÁVEL


É importante nós como igreja estarmos fundamentados no que nos diz a Palavra, sempre extraindo o que ela diz e nunca colocando nosso achismo. As consequências de uma igreja sem a pregação do genuíno evangelho são desastrosas, pois heresias que foram condenadas nos concílios da igreja ressurgem como se fossem algo que veio 'revolucionar', mas na verdade só vai trazer destruição e levará mais pessoas a perdição. 


E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. 

2 Pedro 2:1


Falsos ensinos só conduzem pessoas a perdição e ao relativismo. E essa perspectiva relativista realmente acaba com a distinção entre teologia certa e teologia errada, além de anistiar todas as heresias já surgidas na história da Igreja. Vamos citar, por exemplo, a área de soteriologia, que trata da questão da salvação do homem. A doutrina de que o homem é justificado pela fé somente, sem as obras ou méritos humanos, foi estabelecida cedo na Igreja cristã e reafirmada na Reforma Protestante. Depois de tantos séculos, nossos teólogos progressistas (ainda não gosto desse rótulo, vou acabar achando outro) têm algo de novo para nos dizer sobre esse ponto? Os que tentaram, caíram nas antigas heresias soteriológicas já discutidas e refutadas ad nauseam pelos pais da Igreja e pelos reformadores. [5]

Precisamos crer na suficiência das Sagradas Escrituras, de nada vai adiantar tentar buscar algo a mais do que a Bíblia. A tradição também tem o seu valor, mas a partir do momento em que ela se contrapõe a Palavra de Deus, devemos rejeitá-la. E somente desta maneira teremos cristãos saudáveis e nutridos com a verdade nas nossas igrejas. O problema com essa postura relativista é que ela desistiu completamente da verdade, é agnóstica. Eu creio que a prática teológica, quando é fiel à revelação bíblica e obedece a 2 Coríntios 10:5 (“levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo”), produz sínteses confiáveis que podem servir de referencial para igrejas de todas as gerações. Conforme, aliás, as confissões reformadas elaboradas nos séculos 16 e 17 vêm fazendo há muitos anos. Mas os teólogos relativistas acreditam em quê? Já que para eles não existe verdade absoluta, por coerência devem acreditar em tudo e, portanto, em nada. Eles tentam manter tudo fluido, em permanente devir, sempre abertos para todas as possibilidades. Mas, nesse caso, não teriam que, forçados pela própria lógica, aceitar também a teologia conservadora como legítima? Mas é aqui que a lógica relativista se quebra, pois, para eles, todas as opiniões estão corretas, menos as dos conservadores. [6]

O relativismo se levado às últimas consequências, acaba nos privando da Bíblia. Vejamos: Quem defende essa visão (há exceções, eu sei) geralmente tem dificuldades em aceitar que as Escrituras do Antigo Testamento e do Novo Testamento foram dadas por inspiração divina e são, portanto, infalíveis. Nessa lógica, as Escrituras são apenas a reflexão teológica de Israel e da igreja cristã primitiva. Consideremos as cartas de Paulo. Elas são a teologia do apóstolo, resultado da aplicação que ele fazia das boas-novas às situações novas das igrejas nascentes no mundo helénico. Para ser coerente, quem defende que toda teologia é relativa, imperfeita e subjetiva, e que é válida somente dentro dos limites da cultura e da geração em que foi produzida, não poderia aceitar para hoje a teologia de Paulo, Pedro, João e a de Isaías. Teria de rejeitar as Escrituras como um todo, pois elas são a teologia de Israel e da Igreja, elaboradas em uma época e em uma cultura completamente diferente da nossa. [7]

QUAL O OBJETIVO DA TEOLOGIA?

Muitos de forma equivocada, ainda persistem no pensamento de que o objetivo da teologia é explicar Deus em totalidade, mas a Bíblia só nos mostra uma pequena amostra sobre o Criador, Ele é, e nós somos criados, Ele não. A teologia procura estudar os atos, para poder entender mais um pouco deste Deus transcendente e imutável, até porque nossa teologia pode ser falha. Em humildade devemos admitir que a teologia é fruto da reflexão humana e, portanto, sempre sujeita às vulnerabilidades de nossa natureza humana decaída. Mas não a ponto de ser incapaz de refletir, com uma medida de veracidade e fidelidade, a revelação de Deus nas Escrituras.[8]

Deus não cabe em uma sistematização humana, por isso devemos analisar as Escrituras e conhecer o que Ele revelou na Bíblia, deixemos o preconceito de lado, pois se ignorarmos a importância da teologia para a igreja, estaremos reféns de heresias e falsos ensinos, tirando assim a igreja da suficiência das Sagradas Escrituras.


COMO A TEOLOGIA DEVE SER APLICADA A IGREJA?

O ensino teológico deve ser aplicado corretamente, procurando sempre falar em uma linguagem que todos possam compreender, pois encontraremos desde a pessoa que nada conhece, até o que sabe um pouco mais. Nossas igrejas precisam estar nutridas pela Palavra, e isso só acontecerá quando estivermos comprometidos com a verdade revelada. A teologia não esfria o crente, a teologia nos livra das heresias e falsos ensinos. 

Pastores e líderes, devemos saber quem estamos mandando para o seminário e faculdade de teologia, pois se a pessoa não estiver preparada emocionalmente, espiritualmente e intelectualmente, certamente ela não terá estrutura para suportar em média quatro anos de estudo. Não é sem razão que Paulo orienta que o líder não pode ser neófito, isto é, novo na fé (lTm 3:6). Eles não têm estrutura intelectual, bíblica e emocional para interagir criticamente com os livros dos liberais e com os professores liberais que vão encontrar aos montes em algumas das instituições para onde serão mandados. Não estarão inoculados preventivamente contra o veneno que professores liberais costumam destilar em sala de aula. [9] Quando a teologia bíblica é aplicada corretamente, certamente haverá um crescimento espiritual e intelectual para todos, pois a verdade é que liberta o homem. Isso só acontecerá, quando obedecemos a Bíblia. Quando estivermos mergulhados na Palavra, será natural prestarmos um culto racional ao nosso Deus, e assim experimentaremos a boa, perfeita e agradável vontade que Ele tem para nós (Rm 12.1-2).

Referencias bibliográficas:
[1] Dicionário popular de teologia / Millard J. Erickson; traduzido por Emirson Justino. -
1. Ed. Rev. - São Paulo: Mundo Cristão, 2011.
[2] Ibid.
[3] Avivamento, D. Martin Lloyd Jones. Ed, PES, 1993. Pág. 131.
[4] Ibid. 39
[5] O ateísmo cristão e outras ameaças à Igreja / Augustus Nicodemus •— São Paulo:
Mundo Cristão, 2011. Pág. 56.
[6] Ibid. Pág. 57.
[7] Ibid. Pág. 58-59.
[8] Ibid. Pág. 57.
[9] Ibid. Pág. 45.

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