Menu

ad text top

Devocional

Cute

My Place

Videos

» » » » Um salvo pode ter o nome riscado do livro da vida?
«
Próximo
Postagem mais recente
»
Anterior
Postagem mais antiga

Por Flávio G. Souza

Uma vez fui questionado na igreja sobre a segurança eterna da salvação, e foi-me solicitado uma explicação do texto de Ex 32.32. Um texto que é aparentemente difícil, mas quando analisado com as ferramentas adequadas, só exige um pouco mais de atenção para se interpretar.

A primeira questão que devemos levantar sobre o texto é, a que livro ele está se referindo, e qual a cultura em que foi escrito. Antes de entrar diretamente no ponto, precisamos analisar um fator essencial, existe alguma garantia da segurança Eterna dos Santos no Antigo Testamento? Sim, existe, encontramos em Jr 31.31-33 e 32.28-40:

Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.

Jeremias 31:31-33

E eles serão o meu povo, e eu lhes serei o seu Deus; E lhes darei um mesmo coração, e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem, e o bem de seus filhos, depois deles. E farei com eles uma aliança eterna de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor nos seus corações, para que nunca se apartem de mim.

Jeremias 32:38-40


Como então iremos conciliar o texto de Jeremias 31.31-33 e 32.38-40 com Ex 32.32? Parece difícil, mas não é. No Novo Testamento temos sete referências sobre o livro da vida (Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 3.5; 13.8; 17.8; 20.12, 15; 21.27). O livro mencionado no texto de Êxodo não é o mesmo descrito no Novo Testamento. E Deus da mesma maneira possui um registro do seu povo (Sl 56.8). Era comum naquela época os governantes catalogarem um registro de cidadãos, quando alguém morria o nome da pessoa era riscado, é notável uma diferença do livro que Deus ameaça riscar. A passagem de Ex 32 na verdade trata-se de uma morte física e não uma perda da salvação.

Se o texto Êx 32.32 realmente for um fundamento de 'perda de salvação', vamos comprometer diversos textos que afirmam que a salvação é irrevogável. Em Ap 3.5 Jesus garante que de modo algum apagará o nome do cristão do livro da vida. Se trata de livros diferentes, e não devem ser confundidos. Paulo escrevendo aos Efésios diz que o Espírito Santo é o selo de propriedade que pertencemos a Deus, e ao mesmo tempo, a garantia de que sua segurança eterna está garantida (Ef 1.13-14). A salvação é irrevogável pelo fato de ser iniciada e completada por Deus (Cf. Fp 1.6; Rm 8.28-30). Jesus nos dá a vida eterna, quem recebe jamais irá perecer (Jo 10.28), pois nada pode nos separar do amor de Deus (Jo 10.29; Rm 8.38-39).

Porque devemos chegar a essa conclusão? Primeiramente, Deus não atendeu ao pedido de Moisés. Deus castigou o povo severamente (v. 35), morrendo um número não especificado de pessoas, mas o povo de Israel, como um todo, teve a permissão de continuar existindo como nação. O sentimento de Moisés na verdade era ser condenado no lugar do povo, ele não 'perdeu a salvação'. O Apóstolo Paulo por exemplo no Novo Testamento expressa o mesmo desejo que Moisés (Cf. Rm 9.1-5; 10.1-2).

Moisés queria se colocar como sacrifício no lugar do povo, mas só existe uma propiciação pelos pecados da humanidade, a morte na cruz do Filho de Deus (Cf. Rm 5.18; 2 Co 5.14; 15., 18-21; 1 Jo 2.1-2; Hb 9.11-14). Embora fosse uma atitude de amor profundo de Moisés pelo pecado do povo, um pecador não pode remir outro pecador (Sl 49.7-8), os que pecam são responsáveis por seu próprio pecado (Cf. Dt 24:16; Ez 18.4). E a misericórdia de Deus não pode ser movida pela vontade do homem (Rm 9.15-16), metaforicamente falando, o livro descrito em Ex 32.32 é o registro da comunidade teocrática (Sl. 69.28; 139.16; Is. 4.3; Dn 12.11; Ml. 3.16). Portanto, pela passagem de Ex 32, é insustentável a afirmação que 'Deus risca o nome' do salvo do livro da vida.

Bíblias Utilizadas:

Bíblia Thompson
Bíblia Apologética com os Apócrifos
Bíblia de Jerusalém

«
Próximo
Postagem mais recente
»
Anterior
Postagem mais antiga

Nenhum comentário

Comentários