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Por Flávio G. Souza

Com o crescimento do misticismo nas nossas igrejas, um pensamento antigo tomou conta dos crentes modernos. Descartam o estudo da teologia, pois segundo eles, Deus "revela tudo" sem a necessidade de estudar, é aquele velho jargão, "a letra mata, mas o espírito vivifica".

Baseados erroneamente no texto de 2 Coríntios 3.6, que diz:

O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata e o Espírito vivifica.

Por causa desse equívoco doutrinário, as pessoas acabam criando uma falsa ideia do que a Bíblia diz sobre o estudo, mas não podemos deixar de conhecer mais a Deus, como diz em Oséias 6.3. Graça e conhecimento andam em conjunto, portanto, é o ponto equilíbrio de todo cristão salvo em Jesus Cristo. Pois, é pelo conhecimento da Palavra que somos vacinados contra os falsos ensinos (2 Jo 1.9; 1 Co 4.6).

A letra que Paulo está se referindo, não é ao estudo, pois, ele era doutor na Lei, fariseu (At 23.6), tinha profundo conhecimento sobre a cultura grega e do rabinismo judaico (Cf. At 22.3; Gl 1.14), e estudou sob a tutela de Gamaliel (At 22.3). Como então faria apologia contra o estudo, se tinha um ótimo "Curriculum Vitae"? Paulo, na verdade mostrou que a Antiga Aliança, regida pelos escritos de Moisés é inferior, revelando a superioridade do Novo Pacto, que é regido pela ação do Espírito Santo no homem.

Não há em nenhum momento, uma apologia contra o estudo da teologia nas cartas de Paulo, como disse anteriormente, ele tinha conhecimento sobre a cultura grega e do rabinismo judaico (Cf. At 22.3; Gl 1.14), estudou sob a tutela de Gamaliel (At 22.3) e foi um dos doutores da igreja (Cf. At 13.1). Usar este texto para negar o estudo teológico, conhecendo a formação do Apóstolo Paulo é um suicídio intelectual.

O texto na verdade está fazendo referência a superioridade da Nova Aliança sobre a Antiga (Hb 8.13), pois a morte causada pela letra (Lei), é referente a morte espiritual, fazendo uma alusão ao código escrito da lei mosaica. Isso significa que a Lei mata, exigindo-se uma obediência irrestrita e perfeita. Somente Jesus conseguiu cumpri-la com perfeição. A Lei foi um período de disciplina, que serviu de aio. Cristo sendo o verdadeiro mestre, nos toma pela mão e mostra o caminho de Deus em tempos de Graça.
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Por Flávio G. Souza

Nas igrejas neopentecostais, determinadas lideranças insistem em propagar heresias destruidoras, distorcendo as Escrituras, para fundamentar a doutrina da quebra de maldições. Utilizam-se de Ex 20.4-6, para propagar este engano, vamos então olhar o contexto que a passagem está inserida e extrair o verdadeiro significado do texto.

Êx 20.4-6


Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e guardam os meus mandamentos. 

Veja o versículo 4, Deus fala ao povo não fazer imagens para adorar, Israel acabara de sair do Egito, uma terra idolatra. Deus não queria que o povo fosse influenciado pela cultura pagã do Egito, por isso o texto não é uma referência a maldições hereditárias, e sim uma advertência para aqueles que insistem em viver na idolatria. 

Quando a Bíblia diz que os filhos são castigados até terceira e quarta geração, isso não quer dizer que respondemos pelos pecados de nossos antepassados. Deus castiga, se o filho andar no mesmo caminho dos pais, porque quem está em Cristo nova criatura é (2 Co 5.17), portando está livre de toda maldição (Jo 8.36; Rm 8.1). 


Os discípulos tinham essa mesma crença, mas veja como Jesus respondeu este questionamento:

E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.

João 9.1-3

A pergunta dos discípulos (v. 2) baseava-se na crença que a enfermidade física e sofrimento eram devidos ao pecado dos pais (Êx. 20:5), ou do próprio homem, presumivelmente com base na preexistência da alma, que alguns judeus defendiam. Jesus desfez o pensamento de qualquer pecado especial da parte do homem ou de seus parentes, e sugeriu examinar o assunto de um lado inteiramente diferente. Jesus nos ensina que apesar do sofrimento, temos um Deus que pode nos livrar pelo seu poder para glorificação do Seu nome.

Se o próprio Jesus combateu este ensino errôneo que já existia na sua época, então por que temos que aceitá-lo? Tudo o que não estiver na Bíblia deve ser jogado fora! Este ensino em especial, nega o sacrifício de Cristo na cruz. Jesus morreu para nos libertar e resgatar (Jo 1.29), portanto não há maldição para aquele que está em Cristo. 

Todo esse movimento de quebra de maldição, se utiliza de texto isolado para tentar explicar o sofrimento humano, mas a Bíblia é clara, o filho não levará a culpa do pai, nem o pai levará a culpa do filho (Cf. Ez 18.20). Cada um é responsável por si, não carregamos pecados de nossos antepassados. Portanto, se você é de Cristo, tenha certeza que nenhuma condenação está sobre sua vida, ele pagou tudo na cruz. Viva em paz, com a consciência tranquila.
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Por Flávio G. Souza

O que tenho visto no meio cristão é vergonhoso. Tem muita coisa errada, principalmente quando alguém expõe uma verdade sobre o cristianismo. Sempre aparece um bobão com o famoso: "não julgueis", está na hora de desconstruir esse falso conceito, e expor o que a Bíblia diz sobre o tema. 

O texto usado erroneamente como fundamento é Mateus 7.1, que diz:

Não julgueis, para que não sejais julgados.

Como bem diz uma frase popular nos seminários, "texto sem contexto se torna pretexto para heresia". Se nos omitimos de julgarmos corretamente, o que a Bíblia manda que façamos, cometeremos dois pecados, são eles, omissão e comissão.

Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.
Tiago 4.17

Se nos omitimos do papel de defender a fé, isto é, julgar e condenar o falso ensino que fere os princípios da Palavra de Deus, mais pessoas sem conhecimento caem no engano. E se deixamos um falso ensino se espalhar, as pessoas poderão ter sua fé gravemente abalada.

Todo cristão deve conhecer a sua fé, que cristianismo é esse onde os que dizem crer na Bíblia não conhecem os fundamentos de sua crença? Para exercermos uma profissão, seja ela qual for, é necessário conhecer com o que estamos lidando, isso também se aplica ao cristianismo. Como iremos combater os falsos ensinos se não conhecermos as doutrinas cristãs? Precisamos voltar a estudar a Palavra de Deus, deixar o preconceito com o estudo teológico, e nos unirmos para combater as heresias. Se ignorarmos a ortodoxia, pecamos por omissão e comissão, quem se omite, está sendo a favor das heresias.

Mateus 7 e seu contexto

Quando Jesus fala para não julgar, ele se dirige a judeus que se achavam santos o suficiente para se considerarem melhores que os outros povos. Se não fosse permitido julgar, todos nós estamos condenados. Porque o ser humano julga no seu inconsciente, não tem como escapar. O ensinamento de Jesus era, precisamos olhar para nossa vida e saber se estamos retos o suficiente para medir as atitudes dos outros (Mt 7.5). Uma coisa é julgar atitudes, outra coisa é julgar a aparência, coisa que a Bíblia condena (Jo 7.24). 


O julgamento que a Bíblia nos permite e manda que façamos é o das atitudes. Se queremos corrigir alguém que está no erro, precisamos primeiramente ser exemplo de conduta. Não podemos ser hipócritas, viva o que você prega. O que Jesus era com os discípulos, também era com a multidão, ele dava o exemplo, por isso ensinava com autoridade (Cf. Mt 7.29).

A Bíblia manda julgar

Não julgueis pela aparência, mas julgai segundo o reto juízo
João 7.24

Devemos julgar com amor, não mate com seu julgamento, e sim de vida, mostrando que sempre há uma segunda chance para recomeçar, pois todos nós somos falhos. Se for preciso corrigir, deve ser feito para o bem e não para a destruição. Jesus veio para restaurar a vida dos pecadores e nos amou com um amor incondicional, por isso a nossa marca deve ser o amor.
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Por Flávio G. Souza

Muitas pessoas vem se equivocando acerca da transfiguração de Jesus no monte, neste breve estudo tentarei deixar o assunto mais claro possível, ajudando na interpretação adequada acerca deste texto tão debatido.

1. Mateus Cap. 17

Em Mateus 17.2 ocorre a transfiguração de Jesus Cristo, e aqui começa uma discussão que perdura até hoje acerca do verdadeiro sentido desta passagem. Um dos equívocos é dizer que Moisés ressuscitou, por que alguns insistem em afirmar que ele apareceu na transfiguração? O espiritismo por exemplo fundamenta a doutrina da comunicação com mortos e a necromancia, baseando-se sua teoria no episódio da transfiguração de Jesus, onde Moisés e Elias aparecem. Porém é um equívoco, o texto não apoia a comunicação com mortos, e não houve invocação de mortos. Em contra partida a Bíblia não permite essas práticas (Dt 16.11,12). 

Outro equívoco doutrinário é dizer que Moisés ressuscitou, contradizendo o texto de Judas 9. Onde o Arcanjo Miguel contende com o Diabo pelo corpo de Moisés, se Miguel contendia com Diabo, como ele veio a ressuscitar como os adventistas argumentam?

2. Porque Moisés e Elias foram vistos na transfiguração?

Moisés apareceu como representação da Antiga Aliança as promessas da salvação (que seria cumprida em breve em Cristo no seu sacrifício vicário). Elias como uma representação dos profetas e o cumprimento da Palavra de Deus. Lucas trás o detalhe que eles conversavam da iminente morte de Cristo (cf. Lc 9.31).

3. Elias Reencarnou?

Elias não reencarnou para aparecer na transfiguração, pois que ele foi arrebatado e não provou a morte (2 Rs 2.11), como alguém que não morreu pode reencarnar? Quando a Bíblia fala que João Batista era Elias, significa que ele estava no mesmo espírito ou na mesma capacitação que Elias tinha no seu ministério.

4. Conclusão

Se Moisés foi ressuscitado, como interpretar 1 Co 15.20?

Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo as 
primícias dentre aqueles que dormiram.

Afirmar que Moisés foi ressuscitado, tira de Jesus o mérito, sendo Ele a primícia dos que dormem. Dizer que Elias reencarnou é uma contradição, pois ele não provou da morte. O texto é simples, mas analisando os textos bíblicos vemos no episódio da transfiguração, Cristo sendo revelado como superior aos profetas e a Lei. Tudo se cumpriu em Cristo, sendo ele nosso Eterno Sumo Sacerdote (Hb 4.14; 7.17).
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Por Flávio G. Souza

Muitos têm grande dificuldade para compreender a doutrina da Trindade, mas será que este ensino condiz com as Sagradas Escrituras? Os críticos afirmam que foi uma invenção da igreja católica, e não se encontra nas Escrituras, afirmando que crer em trindade é politeísmo.

Onde encontramos a Trindade na Bíblia?

Em 1 Co 12.4-6, vemos Paulo tratando sobre Deus se revelar de diversas maneiras, aqui temos uma referência indireta a Trindade, pois não há conflitos de interesses entre as diversas manifestações do Deus uno e trino.

Outro texto em referência é 2 Co 13.13, onde vemos uma referência da benção apostólica, ou mais conhecido como a benção trinitariana, embora a palavra Trindade não venha aparecer na Bíblia vemos o conceito claramente exposto.

Para compreendermos, precisamos entender os três pontos fundamentais da fé cristã, são eles:
1. A graça do Senhor Jesus Cristo 13.13, ou seja, a graça foi revelada por meio do Senhor Jesus através de sua encarnação, morte e ressurreição. Jesus sendo Deus (Fp 2.6-8), se fez homem, foi como um de nós, mesmo sendo Rei dos reis se portou como servo, sendo rico se fez pobre, sendo bendito assumiu nosso lugar na cruz e nos deu a vida de forma gratuita, mesmo sem merecermos.

Só amamos a Deus porque Ele nos amou primeiro (1 Jo 4.19), se doando como sacrifício perfeito, aplacou a ira de Deus levando sobre si nossos pecados. A graça de Deus é totalmente imerecida, não vem de nossos méritos, vem dEle, pois nossa justiça é como trapo de imundícia (Is 64.6).

2. O amor de Deus, Deus nos amou, mesmo a humanidade sendo ela uma raça de pecadores, Ele ainda assim manifesta a Sua graça salvadora de forma imerecida, não há nada em nós que faça Deus nos amar mais ou amar menos.

3. Comunhão do Espírito Santo, Só temos comunhão plena com Deus quando conhecemos a Sua Graça e a experimentamos mediante o auxílio do Espírito, pois é Ele quem nos ajuda em nossas fraquezas. Somente através dEle somos convencidos do pecado (Jo 16.8) e é por causa dEle que nossa santificação é possível. [1]

O texto de 2 Co 13.13, tem um paralelismo com a benção sacerdotal em Nm 6.24-26. Essa benção não é tão comum nas epístolas paulinas. Isso não tem a intenção de provar a trindade, mas se trata de um pronunciamento habitual do ministro ao despedir os fiéis. Essa prática já existia na era apostólica, o que não foi algo inventado na história.

A Bíblia é clara em dizer que só existe um único Deus (Dt 6.4), e Jesus vindo do Pai o revelou a nós (Jo 1.18). Jesus possuindo a mesma essência ou natureza divina é um com Deus (Jo 10.30), o Pai é maior que Jesus (Jo 14.28), portanto não é a mesma pessoa do Pai, como crer-se no modalismo. Para entendermos o porquê o Pai é maior que Jesus, precisamos analisar toda a Escritura, pois não se faz doutrina em cima de um texto sem considerar o restante.

Por que Jesus disse que o Pai é maior do ele?

Quando Jesus falou que o Pai era maior do que ele, estava falando como homem (Fp 2.6), porque estava subordinado ao Pai, dirigido pelo Espirito Santo, como uma condição para que pudesse cumprir a sua missão de morrer pelo mundo. Paulo descreve que ele esvaziou-se a si mesmo para viver como servo (Fp 4.7).

Jesus na terra a todo o momento viveu como homem se submetendo ao Pai. Como Deus, era igual ao Pai (Jo 14.9-11); mas como homem era menor e viveu como servo (Fp 2.8; Jo 1.14). Se a expressão "O Pai é maior do que eu" fosse um ensino bíblico que viesse a negar a Deidade de Cristo, também precisamos aceitar que Jesus é inferior aos anjos (Hb 2.9), portanto não afeta a divindade de Jesus. [2]

A Bíblia revela com clareza que Jesus é Deus (Jo 1.1; Cl 2.9), também afirma que o Espírito Santo é Deus (1 Co 3.16; At 5.3). O Espírito Santo é considerado uma pessoa, até porque não é necessário ter um corpo físico, porém ter as seguintes características, intelecto, vontade e sentimentos. O episódio de Ananias e Safira por exemplo, eles mentiram para o Espírito Santo e não a uma força ativa. Analisando outros textos, vemos que o Espirito Santo é uma pessoa, pois Ele também se entristece (Ef 4.30), nos consola (Jo 16.7), pensa (Rm 8.17), deseja (1 Co 12.11), ama (Rm 15.30), se alegra (Gl 5.22-23) e nos encoraja (At 9.31).


Atos 8.16 contradiz a Trindade?

Encontramos no livro de Atos dos Apóstolos um batismo diferente de Mateus 28.19, em Atos 8.16, parece contrariar a Santíssima Trindade nas Escrituras. Vemos isto também nos cap. 10.48 e 19.5. Mas lendo os textos atentamente, não se trata de uma fórmula batismal, pois não são uniformes, antes, são variadas suas expressões. A declaração que está em foco é “seja batizado em nome de Jesus Cristo”, o texto está se referindo à ideia “pela autoridade de Jesus”, como encontramos na passagem de Mateus 3.16.

Jesus mandou fazer discípulos de todos os povos, batizando em nome do Pai, Filho e do Espírito Santo. (Mt 28.19). O ensino da trindade foi ratificado pelos pais da igreja primitiva desde os tempos dos cristãos mais remotos, uma prova disso foi o concílio de Niceia. O concílio de Niceia (325 d.C) apenas comprovou algo que Tertuliano já havia formulado cem anos antes, também temos o concílio de Constantinopla (381 d.C) ratificando este ensino.

A Trindade no Tretagrama 

Vemos o Tetragrama (as quatro consoantes do nome divino YHWH), sendo aplicado ao Pai sozinho (Sl 110.1), ao Filho (Is 40.3; Mt 3.3) e ao Espírito Santo (Ez 8.1,3), no entanto, aplica-se também à Trindade (Sl 83.18).

O conceito do Deus trino e uno somente é encontrado na tradição judaico cristã

O conceito do Deus trino não surgiu mediante especulações de homens, mas através da revelação outorgada passo a passo na Palavra de Deus. Vemos isto em todos os escritos apostólicos, a trindade é tomada como certa (Ef 1.1-14; 1 Pe 1.2). As pessoas da trindade têm vontades separadas, porém nunca são conflitantes (Lc 22.42; 1 Co 12.11). O Pai fala ao Filho, que vem empregar o pronome da segunda pessoa do singular (Cf. Hb 9.14; Jo 6.38).

No Antigo Testamento (AT)

A trindade ou o Deus trino e uno é encontrada no AT (Gn 1.26; 3.22; Is 6.8). Vemos Jesus apresentar o Pai e o Espírito Santo em um relacionamento (Ex: Eu, tu e ele), em Jo 16.7-16, e antes da ascensão ao céu, ele mandou batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 

O termo trindade vem do grego trias, e do latim trinitatem Grupo de três pessoas. [3] Apesar de não ter essa palavra na Bíblia, isso não é motivo para dizer que ela não existe. O primeiro a usar este termo foi Teófilo e depois por Tertuliano em sua forma latina.

Monarquistas Dinâmicos

Trata-se de um movimento que surgiu após a metade do segundo século entre o monoteísmo cristão. Eles ensinavam que Jesus recebeu a dynamis, "poder", em grego, por causa do batismo de Jesus no rio Jordão, e temos outros que afirmam que Jesus se tornou divino após a sua ressurreição. Porém todas essas ideias negam a deidade absoluta de Jesus e contraria a crença desde a época apostólica, que considera Jesus como "o verdadeiro Deus e a vida eterna".

Monarquistas modalistas (Unicismo)

São assim conhecidos por acreditarem que Deus se manifestou em três modos diferentes, uma hora como Pai na criação, como Filho no seu nascimento na ascensão de Jesus aos céus, e assim com o Espírito Santo. Para eles, Pai, Filho e Espírito Santo não são três pessoas, mas três faces.

Tertuliano (155-224), advogado romano intelectual estoica, ao se converter ao cristianismo veio tornar-se conhecido como o "Pai do cristianismo latino". Ele refutou os monarquistas modalistas, pois este grupo não fazia a distinção das pessoas da divindade, seus principais representantes foram Noeto, Práxeas e Sabélio.

O modalismo é popularmente como unicismo que nega a trindade. O principal propagador dessa doutrina foi o Bispo Sabélio, por causa disso este ensino é conhecido por Sabelianismo.

Arianismo

O arianismo veio de Ario (256-336), fundado em Alexandria, no Egito, no ano de 318. A sua doutrina contrariava a crença ortodoxa desde o período apostólico.[4] O grande problema de Ario era que ele ensinava que Cristo não era da mesma substancia do Pai, sendo criatura, mas Jesus é o criador e nEle todas as coisas foram criadas (Cl 1.16; Jo 1.3). O verbo (Jo 1.1; Is 9.6), é eterno porque Ele sempre existiu.

Definição de Tertuliano

A formulação da palavra trindade veio de Tertuliano com a seguinte declaração, “Todos são um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade numa Trindade, colocando em sua ordem os três”. Pai, Filho e Espírito Santo; três, contudo, não em essência, mas em grau; não em substância, mas em forma; não em poder, mas em aparência; pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo (Contra Práxeas, II). Um só Deus, portanto, a essência, a substância e o poder são um só; mas a diferença está no grau, na forma e na aparência que chamamos de “pessoas” (Mt 28.19). [5]

Formulação definitiva da Trindade

Só veio a ocorrer em Constantinopla em 381, baseados em Atanásio que combateu os arianistas. Com base nas obras dos pais capadócios, Basílio de cesárea, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo. O credo Niceno-Constantinopolitano reafirma o credo de Niceia e define a divindade do Espírito Santo, assim ratificando a doutrina da trindade.

Este estudo foi extraído da revista Lições Bíblicas, 3º Trimestre de 2017. A Razão da nossa fé, Assim cremos assim vivemos, pág. 17-23 publicada pela CPAD. 

Bibliografia: 
[1] Lopes, Hernandes Dias, 2 Coríntios: o triunfo de um homem de Deus diante das dificuldades / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos, 2008. Pág. 292-293.
[2] Bíblia Apologética com os apócrifos, 1ª edição, 2014, Pág. 1076.
[3] ANDRADE. Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 279).
[4] Ibid. p. 52).
[5] SOARES, Esequias, A razão da nossa Fé: assim cremos, assim vivemos / Esequias soares. - Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
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