Menu

ad text top

Devocional

Cute

My Place

Videos

» » » O cristão e o aborto
«
Próximo
Postagem mais recente
»
Anterior
Postagem mais antiga

Por Flávio G. Souza

Introdução

O aborto sempre foi condenado pelo cristianismo por causa do mandamento “Não matarás” Ex 20.13, a vida é uma dadiva de Deus e nenhuma pessoa tem o direito de decidir matar uma criança, mesmo que ela ainda esteja sendo gerada no ventre da mãe. Mas o tempo passou e o progressismo foi adotado por alguns autointitulados “cristãos”, e como resultado temos pessoas que dizem professar a fé cristã e apoiam o aborto como se fosse algo normal.

Já faz algum tempo, mas pude ver uma pastora e um rabino fazerem uma apologia ao aborto em uma audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF), manipulando vários textos da Bíblia para fundamentar uma ideia que a Palavra de Deus nunca defendeu. Como então podemos defender nossa fé nos dias de hoje, refutando todas as objeções que só querem destruir os pilares do cristianismo em nome do progressismo ideológico? Este é um campo em que a ética cristã nos fornece as ferramentas apropriadas para refutar toda e qualquer vã filosofia.

1. Uma abordagem sobre o aborto


O aborto vem sendo uma das principais causas de morte do mundo, e dentro da ética cristã existem três posições básicas relacionados ao tema:


Condições do nascituro
Plenamente Humano
Humano em potencial
Subumano
Aborto
Nunca
Algumas vezes
A qualquer momento
Fundamento
Santidade da vida
Surgimento da vida
Qualidade de vida
Direitos da mãe
Vida acima de privacidade
Combinação de direitos
Privacidade acima do direito à vida


]FONTE: Norman L. Geiser, Ética cristã: Opções e questões contemporâneas / Vida Nova, 2010, São Paulo, 2ª Edição, Pág. 153


Dentre essas três abordagens sobre o aborto, a condição do feto é uma questão essencial para a discussão do assunto. Se o feto for humano não pode tirar-lhe a vida, agora se ele for considerado uma extensão do corpo da mãe, o aborto não é tão sério assim, sendo moralmente justificável e aceitável.


1.1.  A crença que o feto é subumano


As pessoas favoráveis ao aborto em qualquer tempo, baseia-se no direito da mãe decidir se deseja ou não ter o bebê. Isso mostra que a privacidade é um fator predominante na decisão, e as pessoas que têm esse posicionamento defendem que nenhuma criança indesejada deveria nascer. Conclui-se então que, nenhuma mulher poderia ter um filho contra a sua vontade.

“Tornou-se alma vivente”  Gn 2.7: Usam a passagem citada para argumentar que os fetos não são humanos até o nascimento.

“de fato retirasse o seu espírito e o seu sopro, a humanidade pereceria toda de uma vez, e o homem voltaria ao pó.” Jó 34.14-15: Usam este texto para afirmar que a vida humana só existe com a respiração, ou seja, não há vida antes da respiração.

“...bem como o sopro do homem que eu criei!” Is 57.16: Texto bastante usado para dizer que ali começa a criação dos seres humanos.

“Ela nasce em vão, e parte em trevas...Embora jamais tenha visto o sol ou conhecido qualquer coisa, ela tem mais descanso do que tal homem.” Ec 6.3-5: Texto usado para dizer que os fetos já nascem mortos e que não sabem de nada.


1.2. Principais argumentos favoráveis ao aborto


O argumento da dependência física: Outra razão geralmente apresentada pelos defensores do aborto é que o bebê é uma extensão do corpo da mãe e, por isso, ela tem o direito de controlar seu próprio corpo e seu sistema reprodutor. Uma vez que o bebê é um intruso no domínio físico de sua mãe, ela tem o direito de abortá-lo. [1]

O argumento do estupro: os defensores da pró-escolha insistem que nenhuma mulher deveria ser forçada a ter uma criança contra a vontade. É imoral acrescentar a obrigatoriedade de uma gravidez à indignidade de ter sido estuprada. Nenhuma mulher deve ser obrigada a ter um bebê contra à vontade.[2]


2. Uma resposta aos argumentos bíblicos usados para favorecer a prática do aborto


Um dos principais argumentos usados por pessoas que apoiam o aborto utilizando a Bíblia, é falar que a vida só começa quando há respiração, mas se levarmos este ponto em consideração a falta de folego de vida representará o fim da vida humana. A fragilidade deste argumento é facilmente refutada principalmente pelo cerne do seu ponto de vista. Como podemos determinar que uma pessoa só é ser humano se ela respirar, se têm pessoas que só vivem graças a ajuda de aparelhos? Elas deixaram de serem humanas? A Bíblia é clara quando fala dos seres humanos existindo em outro reino depois de terem parado de respirar (Cf. Fl 1.23; 2Co 5.6-8; Ap 6.9). A Bíblia fala da vida humana muito antes da respiração, isso acontece a partir do momento da concepção (Sl 51.5; Mt 1.20). 

As passagens da Bíblia usadas por pessoas pró-aborto não tratam do início da vida, e sim do que chamamos “nascimento”. O nascimento de uma criança representa a estreia dela ao mundo. Por exemplo, nos tempos bíblicos as pessoas sabiam que o bebê estava vivo no ventre materno, a mãe podia senti-lo enquanto se movia e, em alguns momentos, enquanto pulava (Lc 1.44). O nascimento não era visto como o início da vida humana, mas apenas como início ou surgimento da vida no mundo naturalmente visível como uma verdadeira estreia humana.[3]


2.1.  O embrião não é uma extensão do corpo da mãe


Um erro muito presente em pessoas a favor do aborto está na famosa expressão “meu corpo minhas regras”, mas será que essa premissa pode ser considerada verdadeira? Utilizam-se deste argumento justamente por afirmarem que o embrião é uma extensão de seu corpo, portanto elas podem decidir pela criança no ventre. Um embrião possui seu próprio gênero, a partir de quarenta dias de sua concepção eles podem ter suas ondas cerebrais individuais, e depois de algumas semanas possuem o seu próprio tipo sanguíneo, que pode ser diferente da mãe, isso também incluí suas próprias impressões digitais. Portanto, o embrião não pode ser considerado uma extensão do corpo da mãe, ele está apenas “aninhado” no ventre materno, o nascimento apenas muda a forma que eles se alimentam e respiram. Deste modo fica claro que, o embrião não faz parte do corpo da mãe.


2.2. É justificável o aborto em caso de estupro?


O estupro é um caso complicado e é uma questão extremamente delicada, contudo, esse incidente não justifica o assassinato de uma criança. O nascituro é humano de qualquer maneira, tirar-lhe a vida é um assassinato, não tornando o aborto justificável.

A prática do aborto além de não ser justificável, não remove também a perversão do estupro, ele ocasiona outro mal. O que podemos fazer é punir o estuprador, e não matar o bebê ainda no ventre. Se a vítima do estupro receber imediatamente o tratamento médico, a concepção pode ser evitada em 100% dos casos (pois a concepção do feto não ocorre de maneira imediata).

Então o que fazer? É moralmente justificável matar um ser humano inocente porque ele não é desejado? Isso é loucura! O que deveríamos fazer é expandir a disponibilidade de métodos de contracepção e instruir a população sobre meios que não envolvam a destruição do óvulo fertilizado, e programas de adoção que tornem essa opção mais fácil.[4]


3. O corpo de uma mulher é problema dela; não deveria ser uma questão política.


Nós já vimos que, no aborto, dois corpos estão envolvidos, assim como dois seres humanos. Para quem se interessa pelo assunto, certa vez, Abraham Lincoln descreveu o propósito do governo como: “ajudar aqueles que não podem ajudar a si mesmos”. Não há ninguém mais impotente e indefeso do que uma criança ainda não nascida; ela merece a proteção da lei. Assim, a quem o assunto interessa? Aqui relembro as palavras do espírito de Marley na obra de Charles Dickens, A Christmas Carol [Uma canção de Natal], quando Scrooge lhe diz: “Você sempre foi um bom homem nos negócios, Jacó”, e o fantasma grita: “Negócios! A raça humana é meu negócio!”. O mesmo é verdadeiro hoje. O sangue de milhões de crianças inocentes clama a Deus, e os cristãos, de todos os povos, não podem se atrever a tapar os ouvidos, tornando-se insensíveis em relação ao clamor deles.[5]


4.   Diga não ao aborto


O aborto deve ser um conceito desprezado e condenado pelos cristãos por negar valores que a fé em Jesus não negocia. Se vender a essa ideologia progressista, que adota o politicamente correto para não ser desarmonioso com as pessoas, é negar a fé, pois valores fundamentais de nossa crença são inegociáveis. A Bíblia nos informa sobre a origem da vida. Diz o Gênesis: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn 2.7). Depois que o homem estava formado, pelo processo especial da combinação das substâncias que há na terra, o Criador lhe soprou o fôlego da vida, dando início, assim, à vida humana. Entendemos, com base nesse fato, que, cada ser que é formado, a partir da fecundação, o sopro de vida lhe é assegurado, não diretamente por Deus, mas por sua lei biológica, a partir daquele sopro inicial.[6]

Em meio a uma sociedade que cada vez mais trata a vida com desprezo e o feto é tratado como um amontoado de células, não podemos negar os nossos valores e princípios imutáveis do cristianismo. O cristão deve defender com convicção e mansidão a sua fé sem cair no relativismo moral, que infelizmente vem ganhando espaço até em nossas igrejas.

Diga não aborto e sim a vida.

Graça e paz.
Deus abençoe.

Referência Bibliográfica:
[1] Norman L. Geiser, Ética cristã: Opções e questões contemporâneas / Vida Nova, 2010, São Paulo, 2ª Edição, Pág. 155
[2] Ibid. 157
[3] Ibid. 159
[4] Apologética para questões difíceis da vida / William L. Craig, Pág. 136, 137, Tradução Heber Carlos de Campos — São Paulo: Vida Nova, 2010.
[5] Ibid. 138.
[6] Ética Cristã, Confrontando as Questões Morais do nosso Tempo, 3ª Edição, 2006, CPAD, Pág. 44.

«
Próximo
Postagem mais recente
»
Anterior
Postagem mais antiga

Nenhum comentário

Comentários