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Por Flávio G. Souza

Já faz algum tempo, mas Paul Washer, um pastor norte americano ao falar que Deus odeia o pecado e também o pecador, devido a sua grande influencia no campo missionário tornou-se motivo de debate, alguns concordando, outros porém agindo de zombaria. Mas será que a Bíblia da apoio para essa afirmação ou foi um extremismo da parte do Paul Washer?

O texto usado para afirmar que Deus odeia o pecado e também o pecador é Salmos 5.5, que diz:

Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade.

Se o texto for interpretado de forma isolada, vamos ter infinitas interpretações em cima de um único versículo, e para que possamos extrair o que Davi quis expressar, é necessário analisarmos a cultura da época, motivação do escritor e o que ocorreu. Para obtermos essa informação, é necessário compreendermos o contexto histórico, para que fazer a exegese correta do texto. 

1. Motivação (Sl 5.4)

Quando Davi escreveu este Salmo, ele estava sendo fortemente oprimido pela crueldade de seus inimigos, e sentindo-se prejudicado, suplica para que Deus o socorra. Ele demonstra em suas palavras a sua indignação a propaganda fraudulenta dos inimigos que o rodeava, demonstrando o quão inconsistente seria o caráter de Deus caso eles fossem deixados impunes (Cf. v.4).

O caráter justo de Deus não pode deliciar-se com a maldade, nem mesmo em um único ato de mau comportamento. O mal que se refere este salmo é o pecado de caluniar os outros, fofocando e espalhando boatos sobre eles. Pessoas que mentem sobre os outros, na verdade, recebem algum prazer perverso de seus atos perversos. Dá-lhes um sentido de ser superior, ou melhor do que a pessoa que está sendo degradado ou caluniado. Ela desperta uma sensação de satisfação em seus desejos corruptos, e naturezas depravadas.[1]

2. Se Deus quer que todos se arrependam, como o ódio dele esta sobre a humanidade?

Usando a Bíblia de Jerusalém, fica muito mais claro o objetivo do salmista nesta tradução: "Tu não és um Deus que goste da impiedade, o mau não é teu hóspede; não, os arrogantes não se mantém na tua presença. Odeias todos os mal feitores." (Salmos 5.5-6). Então como conciliar essa passagem com outros das Sagradas Escrituras, que demonstram o amor de Deus pelos perdidos?
  • O pecado nos separa de Deus
O pecado foi o que separou a humanidade de Deus, quando Adão decidiu desobedecer. Para que fosse possível a humanidade voltar a Deus, Cristo teve de morrer em nosso lugar como nosso substituto (Is 53.10), sendo ele a representação do propiciatório (1 Jo 2.2). Derramando seu sangue para aplacar a santa ira de Deus, de modo a ser satisfeita a sua santidade e justiça, tendo como resultado o perdão do pecado e a restauração do pecador à comunhão.
  • Deus odeia a todos os que praticam o mal
A ira de Deus está sobre a humanidade por ocasião do pecado, mas Jesus Cristo como nosso substituto morreu, aqueles que creem em Jesus tem seus pecados perdoados por causa do sangue do cordeiro sobre a vida dos salvos (Rm 5.1; 1 Jo 2.1-2). Já aqueles que recusam a verdade do evangelho, sob estes a ira de Deus permanece, porque todos pecaram e destituídos estão da gloria de Deus (Rm 3.23), pois o pagamento pelo pecado é a morte eterna (Rm 6.23). Nossa justiça nunca será capaz de nos justificar, pois são trapos de imundícia diante de Deus (Is 64.6), e mesmo que cada ser humano morresse pelo seu pecado, afim de satisfazer a santa ira de Deus, ainda assim não seriamos dignos de ir para o céu, pois nossa dívida é impagável, não é à toa que Cristo usa uma hipérbole na parábola do credor incompassivo.
  • Autojustificação
Desde o princípio, o homem ao pecar contra Deus sempre procurou justificar suas más ações, vejamos alguns casos na Bíblia:
Adão ao comer da fruta proibida (Gn 3.12)
Arão ao fazer o bezerro de ouro (Êx 32.24)
Saul ao usurpar as funções do sacerdote (1 Sm 13.12)
Saul novamente por tomar o despojo proibido (1 Sm 15.21). 

Não existe justificativa para o pecado, ele é absolutamente inescusável (Rm 1.20), a autojustificação leva-nos a nossa própria condenação, pois não é capaz de trazer justificação ao homem (Jó 14.4; Sl 130.3; Pv 20.9; Ec 7.20; Ez 14.14; Rm 3.19). 

3. Como Deus ama e odeia ao mesmo tempo?

Como então vamos conciliar esses textos polêmicos com outros textos que afirmam que Ele nos amou (Jo 3.16; 1 Jo 4.19)? É possível Deus nos odiar e nos amar ao mesmo tempo, sendo esses sentimentos antagônicos? Os opositores desta concepção manipulam outros textos bíblicos na tentativa de refutar essa objeção. Mas é simples, o Apóstolo Paulo escreveu na carta aos romanos que nós eramos inimigos de Deus, mas Cristo morreu pelos pecadores nos reconciliando novamente com Ele, nós nos apropriamos deste benefício gratuitamente pela fé (Cf. Rm 5.1, 6, 10). 

Sem a Graça somos incapazes de fazer o bem e agradar a Deus (Rm 7.15), e se Ele quisesse nos condenar a morte eterna, continuaria sendo bom, justo e perfeito, mas por misericórdia enviou Seu Único Filho para salvar a todos os que creem. A ira de Deus vai ser derramada sobre todos os que se recusaram conhecer a verdade revelada em Jesus Cristo, por isso que a Bíblia fala dos vasos de desonra preparados para a destruição (Cf. Rm 9.22; 1 Tm 2.20-21). Ninguém vai poder dizer que é inocente, pois não se importaram em ter o conhecimento de Deus (Rm 1.28-32).


4. Ele rejeita os maus e arrogante: Não permitir-lhes viver em Sua presença ( v. 5 ).

A santidade de Deus não pode tolerar qualquer presença de pecado algum. Os pecadores não podem entrar em Sua presença (Sl. 24:3-5). Foolish (halal) significa, literalmente, para fazer brilhar, para louvar, para se vangloriar. Outras versões traduzem aqui como arrogante, orgulhoso, e arrogante. Este é o pecado de Satanás, que se exaltou acima de Deus (Is. 14.13-14). O orgulho é o pecado que está no topo da lista de sete abominações contra o Senhor (Pv. 6.16-19).
  • Ele odeia todos os malfeitores ( v. 5 ).
Algumas pessoas lutam com a afirmação de que Deus odeia os malfeitores. Eles não entendem como Deus pode odiar ninguém, especialmente à luz do ensinamento do Novo Testamento que denuncia ódio e compara-lo a matar (1 Jo. 3:15). O que deve ser entendido é isso: ódio ao pecado e os pecadores de Deus não é uma resposta emocional descontrolada. "O ódio de Deus não é uma explosão irracional, mas a resposta moral de Deus para a nossa imoralidade, ou, aqui, para aqueles que fazem o mal." De Deus emoção sincera para com os pecadores é o amor, o amor que foi demonstrado no sacrifício de Seu Filho para nossa pecados (Jo 3:16; Ro 5:8). O ódio é a resposta de Seu caráter justo para com o pecado, a resposta de Sua natureza santa contra aqueles que continuam em rebelião contra ele.[2]

5. Conclusão

O ódio de Deus sobre os arrogantes faz referencia a aqueles que vivem uma vida de pecado como se Deus não existisse, pois habitamos no mundo feito por Ele, onde tudo vem dEle. Portanto não é uma contradição o texto de Salmos 5.5 com os textos do Novo Testamento, se tratam apenas de versículos de difícil interpretação. O amor de Deus tem limites, pois Ele também é justiça, Cristo morreu em nosso lugar, sendo a causa meritória da salvação (Sl 89.14).

Pense nisso

Graça e paz
Deus abençoe

Referencia Bibliográfica:
[1] Bíblia de esboços e sermões - Salmos, Vol. 1. Pág; 74.
[2] Ibid.

Bíblias Utilizadas:
Bíblia de Jerusalém
Bíblia de Estudo Thompson
Bíblia de Estudo NVT
Bíblia KJA

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