Por causa do evangelho moderno, muitas pessoas desenvolveram ideias equivocadas sobre o que significa ser um cristão segundo a Bíblia. Isso se deve, em grande parte, aos absurdos propagados por teologias que distorcem a Palavra de Deus. Não é raro encontrarmos pessoas que até simpatizam com o cristianismo, mas se recusam a professar a fé por experiências negativas que tiveram no passado, muitas vezes causadas por falsos ensinos ou maus testemunhos.
Mas afinal, o que é ser cristão segundo a Bíblia?
Em Atos 11.26, encontramos uma importante referência: Barnabé levou Saulo (Paulo) a Antioquia, e ali, por um ano inteiro, ambos ensinaram na igreja. Como resultado desse ensino contínuo da Palavra de Deus, muitos se tornaram discípulos de Jesus. E foi em Antioquia que, pela primeira vez, os discípulos foram chamados de cristãos.
O historiador Lucas registra esse fato com destaque, pois o termo “cristão” havia se tornado relativamente conhecido em algumas regiões na época em que ele escreveu. Já no início do século II, esse nome era usado em Roma, na Ásia Menor e em Antioquia. A palavra “cristão” (em grego christianós) tem uma estrutura similar a termos como “herodiano”, indicando alguém pertencente a um grupo ou seguidor de uma figura — neste caso, um seguidor de Cristo.[1]
A palavra “cristão” aparece apenas três vezes no Novo Testamento: em Atos 11.26, Atos 26.28 e 1 Pedro 4.16. O termo significa, de forma clara, alguém que pertence a Cristo ou o segue fielmente. Pode ter se originado como um termo depreciativo, criado pelos não cristãos da época — não pelos próprios seguidores de Jesus e nem pelos judeus, que dificilmente aceitariam chamar alguém de “messiano”. O fato de os discípulos em Antioquia receberem esse nome mostra que a presença e o testemunho da igreja eram tão marcantes que chamaram a atenção da sociedade ao redor.[2]
Ou seja, ser cristão não é apenas frequentar uma igreja ou carregar uma Bíblia debaixo do braço. Ser cristão, de fato, é seguir os ensinamentos de Jesus Cristo. Os discípulos em Antioquia não ousaram se autodenominar cristãos. O termo foi dado por outros, provavelmente com intenção de escárnio, algo como "os partidários daquele rei da Judeia que foi executado". Era comum, entre os habitantes de Antioquia, zombar de grupos minoritários. Contudo, no século II d.C., os verdadeiros seguidores de Jesus passaram a adotar com honra o termo "cristão", pois ser identificado com Cristo se tornou motivo de glória, não de vergonha.
Nos dias de hoje, o verdadeiro cristão não está preocupado com rótulos como “fundamentalista”, “ultrapassado” ou “intolerante” — termos usados por muitos progressistas para tentar desqualificar a fé cristã. O que importa para o discípulo de Cristo é viver segundo a Palavra de Deus, desenvolvendo o fruto do Espírito (Gl 5.22-23) e buscando, dia após dia, que o caráter de Cristo seja formado em sua vida.
Pense nisso.
Graça e paz.
Deus abençoe.
Bibliografia:
[2] Williams, David J., Novo Comentário Bíblico Contemporâneo Atos, Editora Vida, Pág. 213.S
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