Tem se tornado comum presenciarmos a degradação de certas denominações que, embora se autodenominem “igrejas evangélicas”, estão cada vez mais distantes da sã doutrina. Como conciliar o verdadeiro evangelho de Cristo com esse evangelho moderno, superficial e voltado para interesses humanos?
As igrejas costumam encher quando se trata de campanhas milagrosas, cultos dos “revoltados”, desafios financeiros e outras práticas que nada têm a ver com o evangelho bíblico. São aberrações do modernismo, travestidas de cristianismo, que atraem multidões com promessas de bênçãos materiais, mas negligenciam a mensagem da cruz.
O problema é grave. Os cultos neopentecostais muitas vezes deturpam completamente o evangelho de Jesus, promovendo uma mensagem centrada na prosperidade material. No entanto, ser próspero, segundo a Bíblia, não tem relação com acúmulo de bens. O próprio Senhor Jesus nos advertiu a não ajuntar tesouros na terra (Mt 6.19), pois o foco da vida cristã não está nas coisas passageiras, mas na eternidade.
É triste ver tantas pessoas sendo enganadas, acreditando que, se não vivem na casa dos sonhos ou não possuem um carro novo, isso é sinal de pecado ou maldição. Mas Jesus jamais prometeu conforto ou riquezas terrenas. Pelo contrário, Ele disse: “No mundo tereis aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33).
Devemos lembrar que quem prometeu riquezas terrenas em troca de adoração foi Satanás (Mt 4.9), não Jesus. Esse é o verdadeiro deus promovido pela teologia da prosperidade: um engano sedutor que apela ao orgulho humano e à ganância, desviando os crentes da cruz e da dependência de Deus.
O apóstolo Paulo, considerado o maior evangelista depois de Cristo, viveu uma vida de renúncia, enfrentando perseguições, prisões e necessidades por amor ao evangelho. Ele mesmo disse: “Sei passar necessidade e também sei ter abundância… Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.12-13). Paulo entendia que o propósito da vida cristã não é o conforto terreno, mas a fidelidade a Cristo, seja em tempos bons ou maus.
Devemos aprender que a verdadeira prosperidade bíblica está em saber que nossa culpa foi colocada sobre Jesus Cristo. Ele morreu em nosso lugar para que fôssemos reconciliados com Deus gratuitamente, mediante a fé (Rm 5.1). Nós merecíamos a condenação eterna, mas Jesus levou sobre si o castigo que era nosso. Por isso, tudo é sobre Ele — e nada é sobre nós.
Graça e paz.
Deus abençoe.
